Transporte público

01/03/2024 17:50h

Integração intermodal de transporte é destaque do novo terminal

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Cerca de 150 mil pessoas devem passar pelo Terminal Intermodal Gentileza (TIG), na cidade do Rio de Janeiro, diariamente. A prefeitura da capital fluminense estima uma redução de 50% no tempo de deslocamento com a obra recém-inaugurada — que integra o BRT Transbrasil ao Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e aos ônibus municipais.  Valter Caldana é professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM). Ele entende que a integração intermodal de transporte contribui, inclusive, para o exercício da cidadania. 

“Primeiro eu tenho um ganho de escala real, de tempo, mas eu tenho acima de tudo, inclusive, um ganho de cidadania. Se estou em um ponto de ônibus, em uma estação de metrô, eu estou na cidade. Eu vou para onde eu quiser. Isso é muito importante para a cidadania, para emprego e renda, para tudo isso”, avalia.   

O professor afirma que a estruturação monomodal da mobilidade urbana, ou seja, sem uma interligação dos meios de transporte, é um dos maiores problemas presentes nas capitais brasileiras. Caldana entende que a integração intermodal de transportes é essencial para o funcionamento de uma metrópole.

“A gente começa a considerar o sistema de transporte como  um todo e não como a soma de partes. Eu passo a considerar que assim: estando eu em um ponto de ônibus, em um terminal, seja como for, eu estou dentro de um sistema. E dentro desses sistema eu me locomovo para onde eu quiser na região metropolitana ou na cidade.” 

O TIG é considerado o maior integrador de transporte público da capital. O Terminal Gentileza integra três modais: o novo BRT Transbrasil, as linhas 1 e 4 do VLT e 14 linhas de ônibus municipais regulares. A Linha 1 do VLT, que parte do Aeroporto Santos Dumont, foi expandida e chegará ao terminal.

Investimento

De acordo com a gestão municipal, a obra foi realizada em uma área de 77 mil metros quadrados que custou R$ 40,8 milhões à prefeitura. O investimento na construção foi viabilizado por meio de Parceria Público Privada (PPP). Maior empresa de infraestrutura de mobilidade do país, o Grupo CCR afirma que foram investidos R$ 357 milhões na obra ao longo dos anos de 2022 e 2023 — valor que deve ser ressarcido pelo poder público. 

A PPP é uma modalidade de contrato em que a gestão pública — municipal, estadual ou Federal — e a iniciativa privada trabalham juntas para viabilizar serviços de interesse da população visando a eficiência econômica. A ampliação das PPPs é uma das recomendações para que o Brasil consiga investir o montante de R$ 295 bilhões em mobilidade urbana até 2042 e, assim, se equiparar aos padrões de transporte público existentes na América Latina, conforme estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI). 

Segundo o presidente da CCR Mobilidade, Marcio Hannas, a companhia prevê investir mais de R$ 2 bilhões no setor de mobilidade em 2024, na melhoria da qualidade dos serviços, incluindo expansão e melhorias de estações, aquisição de novos trens e modernização da infraestrutura de vias e rede aérea.

“Desse total, R$ 1,4 bilhão serão nas Linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda, de trens metropolitanos, R$ 122,2 milhões na Linha 4-Amarela e R$ 254 milhões na linha 5-Lilás, do metrô, todas em São Paulo. Também estão previstos R$ 159 milhões no VLT Carioca e R$ 151 milhões na CCR Metrô Bahia”, pontua.

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29/09/2023 17:10h

Em menos de 5 anos, a quantidade de abrigos nas paradas de ônibus do Distrito Federal passou de 2.889 para 4.056 estruturas, um aumento de 40,4%

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No Distrito Federal, o transporte público registra cerca de 1,3 milhão de acessos diariamente. A Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob) esclarece que o número de acessos, não é o mesmo que a quantidade de passageiros, pois uma pessoa pode realizar mais de uma viagem por dia.

Com uma frota aproximada de 2,8 mil ônibus no DF, a Semob mantém um acompanhamento contínuo das operações do transporte público. Ajustes, como incremento de viagens, alterações de itinerários e criação de novas linhas, são feitos regularmente para assegurar a segurança e o bem-estar dos passageiros.

Em menos de 5 anos, a quantidade de abrigos nas paradas de ônibus do Distrito Federal passou de 2.889 para 4.056 estruturas, um aumento de 40,4%. Nesse período, foram implantados 1.167 abrigos, beneficiando moradores de 31 regiões administrativas, incluindo localidades como Noroeste, Setor Militar Urbano (SMU), setores de clubes Sul e Norte, Ponte Alta e Universidade de Brasília (UnB).

O doutor em engenharia de transportes, Pastor Willy Gonzales, afirma que o ponto de ônibus é mais do que uma simples estrutura física e deve oferecer segurança, acessibilidade e conforto ao usuário de transporte público. É essencial cumprir requisitos como boa iluminação, visibilidade, fácil acesso e rápida integração com outros meios de transporte, sejam públicos ou privados.

“Então, como porta de entrada para o sistema da mobilidade, aquele espaço físico tem que cumprir outros quesitos e mais, por exemplo, o fato de, sendo na porta, ele se integrar com o meio ambiente, com o espaço ao seu redor, ele tem que ter compatibilidade visual com aquele espaço e dar para os usuários uma sensação de bem estar durante o tempo que ele permanecer naquele naquele lugar”, explica.

De acordo com a Semob, os abrigos de concreto são os mais comuns e passaram de 1.939 para 2.727 estruturas. O GDF instalou 788 desses abrigos pré-moldados, representando um aumento de 40,6% neste modelo. Já os abrigos de metal com fechamento em vidro aumentaram de 950 para 1.329, um acréscimo de 379 estruturas, o que corresponde a um crescimento de 39,8%

A Semob avalia que a implantação dos abrigos é realizada de acordo com as demandas das regiões administrativas. Além disso, a gerência de mobiliário da Semob possui um registro de pontos que ainda carecem de abrigos ou que têm estruturas antigas necessitando substituição.

Confira as regiões beneficiadas e as quantidades de abrigos implantados em cada uma delas:
Tabela - Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob)
 

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15/09/2023 16:03h

Em uma iniciativa para aprimorar a mobilidade na capital, a Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) reabriu o projeto de expansão da Linha 1, no trecho de Samambaia

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No Distrito Federal, em agosto, aproximadamente 150 mil pessoas usaram o metrô DF a cada dia. Em uma iniciativa para aprimorar a mobilidade na capital, a Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) reabriu o projeto de expansão da Linha 1, no trecho de Samambaia. O projeto visa estender a linha em 3,6 quilômetros a partir do atual Terminal Samambaia.

O diretor técnico do Metrô-DF Fernando Jorge expõe que a expectativa é de atender cerca de 10 mil pessoas a mais. Ele destaca que além dos 3 km de linha a mais, a extensão também contará com mais 2 estações, 3 viadutos e 4 passarelas de pedestres.

“Além disso, novas subestações vão reforçar a capacidade energética do sistema. A população poderá assim, pegar o metrô mais próximo de suas casas, economizando o tempo de deslocamento”, comenta.

O diretor salienta que o metrô é um transporte de massa que não polui o meio ambiente, não provoca congestionamentos e garante uma mobilidade mais segura e confortável para a população. 

A moradora de Samambaia Sul de 40 anos, Daiana Souza, conta que usa frequentemente o metrô e que a nova extensão irá melhorar a locomoção na cidade.“Vai ser maravilhoso, diminui o fluxo dos ônibus e a população agradece”, avalia.

A expansão planejada se estenderá a partir do Terminal Samambaia. No segmento adicional, serão erguidas duas estações, identificadas como nº 35 e nº 36, localizadas perto da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade e do Centro Olímpico. A estação próxima ao Centro Olímpico se tornará a terminal do segmento em Samambaia.

Fernando Jorge explica que a previsão da duração das obras é de 4 anos a partir da assinatura do contrato. Neste momento foi reaberto a fase externa de licitação .“Assim no dia da sessão pública receberemos as propostas dos licitantes e dado o devido prosseguimento que será finalizado com a assinatura do contrato”, esclarece.

Hoje, o Metrô-DF possui 42,5 km de extensão e 27 estações em funcionamento. Das estações, três foram abertas ao público nos últimos quatro anos. O metrô opera das 5h30 às 23h30.
 

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11/09/2023 01:39h

Levantamento da CNI apontou também que 8% dos brasileiros gastam mais de três horas por dia para se locomover. Especialista aponta investimentos em veículos de massa movidos à eletricidade, como metrô e trem para destravar trânsito nas grandes cidades

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Cerca de 36% da população brasileira residente em grandes cidades passa mais de uma hora por dia no trânsito, segundo pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com o Instituto Pesquisa de Reputação e Imagem (IPRI). De acordo com o levantamento, 8% dos brasileiros gastam mais de três horas por dia para se locomover. Além disso, o estudo aponta que 55% dos entrevistados têm perda na qualidade de vida, enquanto 51% dizem que a demora afeta a produtividade.

O professor da Universidade de Brasília (UnB) e especialista em mobilidade urbana Carlos Penna afirma que a demora no trânsito das grandes cidades é resultado do abandono de projetos de transporte metroferroviário. Ele acredita que a concentração de recursos voltados para veículos automotores — como ônibus e carros — gera uma “imobilidade urbana”. Penna explica que o metrô, por exemplo, trafega em trilhos, sem obstáculos e sem precisar disputar espaço com outros veículos, ao contrário do que acontece nas estradas. 

“Nós temos uma quantidade enorme de gastos públicos hoje destinados a ônibus e automóveis — viadutos, túneis — que poderiam com certeza ser utilizados em metrôs, em trens. Se isso for feito, a gente tem uma solução perfeita. Se isso não for feito, a gente vai continuar nessa armadilha rodoviária. É uma quantidade muito grande de tempo. E isso faz mal à economia, isso faz mal à saúde das pessoas, isso prejudica o trânsito, isso tem um impacto muito ruim na vida da própria sociedade”, argumenta o especialista. 

A primeira fase da pesquisa, divulgada no início de agosto, mostrou que pessoas não usuárias do transporte público passariam a utilizá-lo, deixando seus veículos particulares em casa, se houvesse melhorias como redução do preço das tarifas e do tempo de espera e mais segurança. O estudo aponta que, considerando o uso diário e em quase todos os dias, o carro é o meio mais utilizado, com 75%. Na sequência vêm moto (60%) e bicicleta (54%). Já o ônibus é o meio de transporte coletivo mais frequentemente utilizado, com 50%. 

Segundo Carlos Penna, é preciso melhorar a qualidade do transporte público. Ele acredita que os ônibus precisam ser substituídos como principal meio de locomoção coletivo por veículos mais eficientes e com menor impacto ambiental. Para o especialista, se há condições de ter trens, bondes e metrôs, por exemplo, não existe justificativa para gastar dinheiro com ônibus. Penna defende ainda que a utilização desses veículos movidos à eletricidade gera maior proteção ao meio ambiente. 

“Somente se os governos gastarem mais com o transporte público de qualidade, metrô trem, VLT, se os governos gastarem com isso e aumentarem a quantidade de metrôs, trens e VLTs que são oferecidos à população, a população não precisa pegar o seu automóvel, não precisa pegar ônibus. A pessoa vai pegar veículos de massa, veículos rápidos, baratos, seguros e eficientes”, afirma. 

O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) é membro da Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado. O parlamentar critica a falta de políticas de Estado para a mobilidade urbana do país. De acordo com o senador, com as trocas de governo, não há continuidade no planejamento voltado para o setor. Ele defende mais investimentos em transporte de qualidade para reduzir o tempo de espera no trânsito. 

“Só vamos melhorar a questão do trânsito depois que valorizar o transporte público de massa. Hoje, infelizmente, com essa qualidade do transporte público, todo mundo vai individualmente. Então, a única solução é realmente melhorar. E não tem jeito, tem que subsidiar, mas exigir pontualidade, qualidade do transporte, infraestrutura, tudo isso é necessário para ter realmente um transporte de qualidade. É inadmissível um cidadão levar três horas de locomoção para ir para o trabalho, voltar para casa, ir para a escola, voltar”, afirma. 

Investimentos

Outra pesquisa, também divulgada pela CNI sobre mobilidade urbana, aponta que o  Brasil precisa investir cerca de R$ 295 bilhões em mobilidade urbana até 2042 para se equiparar aos padrões de transporte público existentes na Cidade do México (México) e em Santiago (Chile), consideradas referências em qualidade de transporte coletivo na América Latina. Segundo o estudo, dos R$ 295 bilhões estimados para a modernização do setor de mobilidade, R$ 271 bilhões devem ser destinados para a expansão de linhas de metrô. Em seguida, estão os investimentos para ampliação das estruturas de rede de trens (R$ 15 bilhões) e de BRTs (R$ 9 bilhões). 

A pesquisa constatou que os problemas de mobilidade no Brasil aumentam as desigualdades ao penalizar as camadas mais vulneráveis da população, já que as tarifas são elevadas e o tempo de deslocamento é longo, dificultando o acesso aos locais de trabalho. Para mitigar os custos ambientais, sociais e econômicos do deslocamento de pessoas, o levantamento mostra que é necessário priorizar os modais de transportes não motorizados, em contraponto ao que, historicamente, o Brasil tem feito: privilegiar os transportes individuais e motorizados. 
 

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30/08/2023 14:37h

Serviço vai ser oferecido de forma gratuita, inicialmente, pelo período de dois anos; a previsão é de que o programa passe a funcionar ainda neste semestre

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Moradores do município Leopoldina, localizado na Zona da Mata mineira, vão contar com transporte gratuito. O Projeto de Lei 55/2023 que institui o 'Programa Tarifa Zero' foi aprovado pela Câmara Municipal e sancionado pela prefeitura. Agora a prefeitura vai dar início ao processo de licitação para definir a nova empresa responsável pelo transporte público na cidade. A previsão é de que a medida passe a funcionar ainda neste semestre.

Atualmente, o transporte público é realizado por concessão pública e a tarifa de ônibus custa R$ 3,50. Segundo a prefeitura do município, o serviço deve ser prestado pelo período inicial de dois anos, por empresa contratada em processo licitatório, que vai ser aberto em setembro.

O projeto vai ser custeado pela Prefeitura de Leopoldina, que substitui o antigo modelo de concessão por licitação por quilômetro rodado.  

Com o programa, o governo do município espera aumentar a acessibilidade, promover a inclusão social e impactar também no orçamento dos leopoldinenses. A gratuidade das tarifas vai alcançar todas as linhas urbanas atendidas pelo serviço de transporte público coletivo municipal.

Para o especialista em trânsito, Artur Carlos Morais, as vantagens de programas como o Tarifa Zero são inúmeras. Elas podem beneficiar tanto a população como os empregadores.

“O transporte público é um serviço essencial à população. Com a tarifa zero, o empregador terá condições de economizar com vale transporte e reverter em contratação de mais pessoas. A grande vantagem para a população ela vai poder se deslocar para os estudos, para atendimento de saúde, para o trabalho, para o lazer, sem precisar pagar uma tarifa, porque muitos não fazem isso hoje, porque não consegue pagar uma passagem de ônibus”, diz

Tarifa Zero no Brasil

Segundo o levantamento da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), atualizado em março de 2023, 67 cidades brasileiras já adotam a tarifa zero em todo o seu sistema de transporte, durante todos os dias da semana.

Em geral são cidades pequenas e médias, com populações que variam de 3 mil a mais de 300 mil habitantes. De acordo com dados do NTU, outros sete municípios adotam a política de forma parcial: em dias específicos da semana, em parte do sistema ou apenas para um grupo limitado de usuários.

Conforme o levantamento da área de mobilidade urbana do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC), ao menos quatro capitais estudam a possibilidade de adotar a tarifa zero em seus sistemas de transporte: São Paulo, Cuiabá, Fortaleza e Palmas.
 

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28/08/2023 20:05h

A proposta foi votada pela categoria e obteve aprovação com 112 votos a favor e 62 contra

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Após 25 dias de paralisação, o metrô de Recife voltou a funcionar. A decisão de encerrar a greve foi tomada após a assembleia realizada na última sexta-feira (25), onde conseguiram vitória com a recuperação do sistema. Também foi acordada a restituição dos valores descontados, que serão incluídos em folha suplementar até o quinto dia útil do próximo mês. A proposta foi votada pela categoria e obteve aprovação com 112 votos a favor e 62 contra.

O presidente do Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE), Luís Soares, comemora que o que levou a esse resultado foi o fato do acordo em conjunto com a Secretaria de Planejamento, Orçamento e Administração (SEST) e a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). 

O presidente destaca que durante o período de paralisação houve uma discussão de uma pauta que permitisse dialogar e trazer um resultado, não necessariamente aquele que estavam esperando, mas um resultado que também não atingisse tão fortemente a categoria do ponto de vista dos seus direitos.

“A gente negociou o índice do IPCA de 3,45% para toda a categoria e na base salarial 5 níveis que correspondem a R$ 200 a R$ 300 para cada um, ou seja, isso vai permitir dar uma melhorada na base salarial, fazer uma correção mais ou menos por igual para todo mundo e a gente avançar em algumas cláusulas importantes”, explica.

Luís Soares expõe que o metrô de Recife hoje atende 180 mil usuários por dia e acredita que essa capacidade pode ser aumentada para 400 mil, pois isso já foi feito anteriormente. “Eu acredito que na recuperação do sistema, a gente mantendo ele mais eficiente, a gente já consegue começar a ter alternativa e ir aumentando aos poucos”, explica.

Mesmo com a volta das atividades metroviárias por tempo indeterminado, Luís Soares indica que será mantido o estado de greve e haverá nova assembleia em 5 de setembro para avaliar a resposta da CBTU.

A proposta aprovada pela categoria foi a seguinte:

  • IPCA  de 3,45% para toda a categoria;
  • Piso salarial distribuído em 5 níveis (quem está do nível 110 pra baixo, recebe 5 níveis. Quem está do 111 para cima recebe o que faltar para chegar até 115);
  • Garantia de ACE em caso de privatização ou extinção 
  • Garantia do Dia do Metroviário;
  • Garantia redução da jornada de trabalho para quem tem filho com deficiência, sem a redução do salário;
  • Revisão ao estudo do PES para ser apresentada em menos de 20 dias.

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14/08/2023 20:45h

O presidente do Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE), Luiz Soares, expõe que a greve irá continuar até que a Companhia Brasileiras de Trens Urbanos (CBTU) entre em acordo sobre reajustes para a categoria

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As operações do metrô de Recife continuam suspensas desde a retomada da paralisação dos metroviários no último dia 11. O presidente do Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE), Luiz  Soares, expõe que a greve irá continuar até que a Companhia Brasileiras de Trens Urbanos (CBTU) entre em acordo sobre reajustes para a categoria. 

“Dentro dessas reivindicações a gente luta por um piso salarial de nível 115 que é a base salarial e um índice de 15%. Que a gente já recuou, a gente aceita hoje 7%. Já negociamos isso, mas infelizmente a empresa só quer dar 3,45%”, pontua. 

O presidente alega que a empresa não avança nas negociações e que o sindicato já recuou com as solicitações, porém a CBTU continua sem aceitar os acordos. Segundo ele, a principal reivindicação é o acordo coletivo para melhorar as condições de trabalho.

“Mas infelizmente já foi mediado pelo TRT e pela Procuradoria Regional do Trabalho, mas no entanto a CBTU não se manifesta em nenhum momento para avançar nas nossas conquistas”, alega. 

Luiz Soares comenta que na noite desta segunda-feira (14), haverá uma nova assembleia geral da categoria que discutirá os rumos da greve, mas não há perspectiva de finalização. Após a reunião, os metroviários sairão do Recife (PE) rumo a Brasília (DF), em ônibus para protestar contra a privatização do metrô.

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11/08/2023 04:45h

Pesquisa inédita da CNI mostra que melhorias ampliariam a utilização do transporte público nas grandes cidades. Entrevistados também enxergam falta gestão por parte do poder público

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O preço da tarifa, o tempo de espera e a falta de segurança são os principais motivos para parte dos brasileiros não utilizar o transporte público. É o que aponta levantamento inédito divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A pesquisa perguntou a moradores de cidades com mais de 250 mil habitantes  —  e que não utilizam o transporte público  —  o que os fariam mudar de ideia. Os entrevistados responderam:

  • Redução de preço da tarifa (25%)
  • Diminuição do tempo de espera (24%)
  • Aumento da segurança (20%)
  • Maior disponibilidade de linhas e percursos (18%)
  • Ampliação do conforto interno (14%)
  • Melhoria da qualidade dos veículos (13%) 
  • Maior brevidade dentro do transporte público (13%)

O assistente financeiro Mateus Chianca é morador de Brazlândia, região administrativa do Distrito Federal, localizada a cerca de 60km de Brasília. Ele optou por comprar um carro para ir ao trabalho e à faculdade, pelo tempo que gastava no deslocamento utilizando ônibus. Chianca afirma que os gastos aumentaram, mas o tempo perdido diminuiu. Com melhorias, o morador do DF voltaria a utilizar o transporte público em seu trajeto.  

“Às vezes eu ficava 40 minutos, uma hora na parada para poder passar o ônibus para vir para Brazlândia. E o tempo de deslocamento era muito grande. Eu passava mais tempo dentro de um ônibus do que na minha aula da faculdade. Com certeza, se houvesse uma implementação de infraestrutura para uma gestão de otimização do tempo, com certeza eu voltaria a usar, até porque é bem mais acessível o preço do transporte público”, opina  Chianca. 

Os entrevistados da pesquisa foram questionados sobre a frequência com que utilizam cada meio de transporte. Considerando o uso diário e em quase todos os dias, o carro é o meio mais utilizado, com 75%. Na sequência vêm moto (60%) e bicicleta (54%). Já o ônibus é o meio de transporte coletivo mais frequentemente utilizado, com 50%. Depois vêm a carona e o trem, com 37%; os fretados, com 30%; as vans, com 29%; os carros por aplicativos e o metrô, com 28%; o táxi, com 25%; e o barco, com 3%. 

Políticas de Mobilidade Urbana

O especialista em infraestrutura da CNI Ramon Cunha destaca que a pesquisa questionou aos entrevistados sobre como avaliam a atuação do poder público. Para 57%, o planejamento da mobilidade urbana de longo prazo é pouco ou nada avançado; 24% responderam mais ou menos avançado  —  e apenas 16% julgam avançado ou muito avançado.

“A população entrevistada, mais da metade, relatou o poder público ineficiente nesse sentido de planejamento. E, por fim, 9 em cada 10 entrevistados apontam a necessidade de investimentos para a superação do déficit de mobilidade urbana no Brasil. Uma forma de atrair investimentos, como já mencionado e defendido pela CNI, envolve incentivo a parcerias público-privadas que contemplem não só a manutenção e operação, como também a construção desses sistemas”, afirma.

A pesquisa também concluiu que carro de aplicativo é o meio de transporte mais bem avaliado nas cidades: 64% dos usuários consideram esses serviços bons ou ótimos. O segundo serviço mais bem avaliado é o metrô, com 58% de ótimo ou bom. Na sequência, aparecem trem (38%), táxi (30%) e ônibus (29%). Já em relação ao custo-benefício dos transportes, 63% apontam o carro de aplicativo como ótimo ou bom, na frente de metrô (40%), trem (33%), ônibus (25%) e táxi (25%).

Membro da Frente Parlamentar Mista do Transporte Público, o deputado federal Domingos Sávio (PL-MG) defende que os serviços de mobilidade devem ser objeto de incentivos para que tenham melhor qualidade e menores custos para atender o interesse público. O parlamentar destaca que um transporte público bem estruturado impacta não só na vida das pessoas mais pobres, mas também na rotina das classes média e alta. 

“Aumentar o número de pessoas usando é bom para todo mundo, porque veja bem: quanto mais você utilizar o transporte público, mais você vai contribuir para desafogar as vias públicas, para viabilizar a mobilidade urbana. Isso hoje é absolutamente necessário. Se não tiver um transporte público bom, você aumenta e muito o volume de veículos privados nas ruas e inviabiliza, trava o trânsito. E isso complica até a economia de algumas cidades”, argumenta. 

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