Petrobras

21/12/2023 04:40h

A CNI participou da Conferência com uma delegação recorde de empresários, que buscam discutir soluções para um futuro mais sustentável

Baixar áudio

A última Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, COP28, que terminou em 13 de dezembro, visa abrir espaço para uma economia de descarbonização e redução das emissões de gases que causam o aquecimento global para os próximos anos. Para isso, a Conferência reafirmou o compromisso dos países com a meta estabelecida no Acordo de Paris, que propõe impedir que a temperatura global aumente além de 1,5º até o final do século.

A Petrobras passou pelo estande da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e apresentou suas iniciativas para descarbonização, aproveitando as oportunidades que a economia verde tem proporcionado. A multinacional no setor de óleo e gás também participou de um dos painéis realizados no evento. Nele, a Petrobras compartilhou sua experiência em gerenciamento de riscos relacionados à gestão de mitigação dos riscos hídricos, com foco especial na escassez de água. Além disso, discutiu os instrumentos utilizados na gestão da água e o compromisso de redução de 40% de captação de água doce até 2030, reconhecidos pelo índice Dow Jones. 

O gerente de projetos ambientais da Petrobras, Gregório Araújo, destacou que a solução baseada na natureza está na estratégia da multinacional. “A Petrobras tem 70 anos, há 40 anos ela investe em projetos socioambientais, há 20 em projetos de floresta e há 10 ela estabeleceu o programa Petrobras Socioambiental, que de forma regular, em parceria com a sociedade civil, estabelece editais públicos para seleção de projetos socioambientais focados em conservação e fortalecimento de bacias hidrográficas”, pontuou Araújo.

De acordo com ele, o programa também inclui a promoção da sociobiodiversidade, a partir do modelo sustentável das florestas, educação ambiental e valorização cultural dos povos tradicionais que vivem na floresta. Em seguida, durante um painel dedicado às florestas, a Petrobras abordou a atuação conjunta de cinco projetos de destaque apoiados por ela em áreas como a Amazônia, Mata Atlântica e Caatinga. A ideia foi destacar como uma abordagem integrada pode desempenhar um papel "fundamental" no enfrentamento de desafios nas diferentes temáticas abordadas.

Além disso, a gerente do Imaflora, Isabel Garcia Drigo, explicou o projeto Florestas de Valor, que veio da parceria da organização com a Petrobras. “Nosso objetivo é fortalecer as cadeias da sociobiodiversidade nesses locais, fortalecer os negócios comunitários e fomentar a restauração florestal produtiva. Então tem um objetivo na restauração que é com espécies que vão gerar alguma renda, combinada com uma melhoria nos processos, nos modelos de agricultura.” 

Drigo ainda destacou a agricultura e pecuária regenerativas, que respeitam os recursos naturais e aplicam as melhores práticas descritas na ciência agronômica brasileira, principalmente no que diz respeito à qualidade do solo. Dessa forma, ela aponta que é esperado que o projeto proporcione geração de renda a partir dessas atividades com redução dos impactos e mudanças climáticas.

A CNI participou da COP28 com uma delegação recorde de empresários, que buscam discutir soluções para um futuro mais sustentável.

Leia mais:

BNDES e Petrobras anunciam R$ 42 milhões para restauração florestal

Diálogo Empresarial promove debate sobre estratégias para o desenvolvimento sustentável

Copiar textoCopiar o texto
14/12/2023 04:30h

O edital foi divulgado durante uma atividade da CNI na COP28, em Dubai. Projetos podem se inscrever no "Corredores de Biodiversidade" a partir do próximo dia 18

Baixar áudio

Um edital no valor de R$ 42 milhões será lançado pela Petrobras e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para ações de reflorestamento no Pantanal e no Cerrado. A iniciativa, em parceria com o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), foi divulgada durante atividade promovida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) na 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. 

O documento “Corredores de Biodiversidade” vai viabilizar recursos para desenvolvimento de até nove projetos, em locais estratégicos desses biomas, voltados para a restauração de florestas, de acordo com o chefe do departamento de Meio Ambiente do BNDES, Nabil Kadri. 

A abertura do edital está prevista para o dia 18 de dezembro. Podem participar instituições sem fins lucrativos, com no mínimo dois anos, como associações civis, fundações privadas e cooperativas. Juntos, o Pantanal e o Cerrado ocupam cerca de 2 milhões de km². O gerente de projetos ambientais da Petrobras, Gregório Araújo, explica por que os dois biomas foram escolhidos.

“São áreas de valor ecológico muito grande, por isso corredores de biodiversidade. No Cerrado, 30% das espécies do Brasil e 5% das espécies mundiais vivem lá, 12 bacias hidrográficas nascem no território. E é fundamental também para a sustentabilidade do Pantanal, que, por sua vez, é a maior superfície alagada e tem a maior concentração de mamíferos por metro quadrado do mundo”, aponta. 

Para a Petrobras e o BNDES, o restauro florestal dessas áreas é essencial para zerar a recuperação desses biomas e para produzir ganhos sociais por meio da criação de emprego e valorização das comunidades locais. 

A CNI participou da COP28 com um estande próprio promovendo uma série de atividades e debates sobre financiamento climático, transição energética, mercado de carbono e conservação florestal no contexto da indústria. 

Copiar textoCopiar o texto
Brasil Mineral
13/12/2023 16:00h

Com a implantação dos laboratórios, o SGB se igualará aos mais avançados serviços geológicos mundiais

O diretor-presidente do Serviço Geológico do Brasil (SGB), Inácio Melo, diz que houve avanços na parceria com a Petrobras para a construção do Centro de Referência em Geociências (Laboratórios de Isotopia e Geocronologia). A estatal iniciou o processo para o financiamento do projeto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), dentro da linha de infraestrutura laboratorial, que permitirá a estruturação de um dos maiores conjuntos de laboratórios de isotopia e geocronologia da América Latina.

Esse é um marco importante, porque a construção do CRG é a primeira etapa do maior projeto de geociências do Brasil das últimas três décadas, que prevê a entrega do Complexo Científico e Cultural da Urca, no Rio de Janeiro (RJ). As ações serão estratégicas para o progresso geocientífico nacional, com potencial para impulsionar os setores mineral e de óleo e gás. “No momento em que o mundo discute a transição energética e ações para conter mudanças climáticas, o avanço da parceria com a Petrobras, nesse processo, é fundamental. Afinal, o conhecimento geocientífico é peça-chave na resolução de desafios globais. Com a implantação dos laboratórios, o SGB se igualará aos mais avançados serviços geológicos mundiais e assumirá protagonismo em pesquisas e descobertas de grande impacto”, afirma Melo.

Com os novos conhecimentos científicos, o SGB ampliará ainda mais sua contribuição para a segurança energética e alimentar, pois com a nova estrutura laboratorial possibilitará aos pesquisadores do SGB evoluírem em seu potencial de produção de novos conhecimentos. O processo do projeto de PD&I foi aberto no Sistema de Gestão de Investimentos e Tecnologia (SIGITEC) - plataforma da Petrobras para acompanhamento de projetos.

Segundo o chefe do Centro de Geociências Aplicadas (CGA) do SGB, Noevaldo Teixeira, atualmente o SGB tem feito análises isotópicas e geocronológicas em um número bem abaixo do que o Brasil precisa. “As análises são fundamentais para ampliar o conhecimento geocientífico e permitir a descoberta de áreas com potencial mineral, inclusive daqueles considerados estratégicos para a transição energética”. Com as novas instalações do Centro de Referência em Geociências (CRG), o cenário irá mudar. “O CRG dará suporte às pesquisas realizadas pelo Museu de Ciências da Terra (MCTer), Litoteca do Pré-Sal e as inúmeras parcerias com o setor privado. Teremos ainda equipamentos capazes de abrir novas frentes de pesquisa com água, já realizadas pelo SGB”, explica Teixeira.

O CRG abrigará o Laboratório de Preparação de Amostras, Laboratório de Micro-Imageamento e Análises Minerais, Laboratório de Petrocronologia e Traçadores Isotópicos e Laboratório de Isótopos, além de Laboratório Avançado para Isótopos Estáveis. O conceito técnico-científico do CRG foi elaborado pelas equipes técnicas do CENPES (Petrobras) e do SGB, com aprovação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A instalação do prédio do CRG disponibilizará uma área total de cerca de 2.400 m², a um custo estimado total de R$ 71 milhões (sem reajustes inflacionários). O tempo estimado de implementação do CRG é de aproximadamente 24 meses, após a liberação dos recursos.

Copiar textoCopiar o texto
03/10/2023 09:15h

O acordo tem vigência de dois anos e prevê a avaliação de oportunidades conjuntas de descarbonização

A Vale assinou um protocolo de intenções com a Petrobras para o desenvolvimento de soluções de baixo carbono, aproveitando as expertises técnicas e sinergias das duas empresas. O acordo tem vigência de dois anos e prevê a avaliação de oportunidades conjuntas de descarbonização, o que inclui o desenvolvimento de combustíveis sustentáveis – como o hidrogênio, metanol verde, biobunker, amônia verde e diesel renovável – e de tecnologias de captura e armazenamento de CO2.

A parceria contempla ainda potenciais acordos comerciais para fornecimento de combustíveis de baixo carbono produzidos pela Petrobras para consumo nas operações da Vale. “O Brasil tem todas as condições de liderar o desenvolvimento em larga escala de soluções de baixo carbono e combustíveis renováveis, como o hidrogênio verde e o metanol verde. A Vale tem um firme compromisso de reduzir sua pegada de carbono e, portanto, quer ser protagonista desta jornada, alavancando ações relevantes para a transição energética no Brasil. Este acordo com a Petrobras se insere perfeitamente nesse contexto”, disse Eduardo Bartolomeo, CEO da Vale.

A parceria poderá contribuir para que a Vale alcance o compromisso de reduzir suas emissões absolutas de escopos 1 e 2 em 33% até 2030 e alcançar neutralidade até 2050, em linha com o Acordo de Paris. Para o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, a parceria será estratégica para impulsionar a transição energética no Brasil, ao unir esforços de duas grandes companhias em torno de um propósito comum: desenvolver as mais modernas soluções para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. “Vamos potencializar a capacidade produtiva, a estrutura logística e expertise tecnológica, de dois gigantes nacionais, para alavancar a produção e o fornecimento de combustíveis mais eficientes e sustentáveis. É o que podemos chamar de pulo do gato para materializarmos a nossa estratégia de descarbonização, criando demanda e escala para soluções de baixo carbono”.

Copiar textoCopiar o texto
19/08/2023 04:00h

Petrobras não adota mais política de paridade com o barril de petróleo internacional, mas anunciou nesta semana aumento no preço da gasolina e do diesel

Baixar áudio

Nesta semana a Petrobras reajustou os preços da gasolina e do diesel. Sempre que ocorre uma elevação no preço dos combustíveis, o impacto é sentido pela sociedade, como explica o economista Carlos Eduardo Oliveira Júnior, presidente do Sindicato dos Economistas de São Paulo. “A população de uma maneira geral já começa a sentir no bolso esse impacto da elevação do preço dos combustíveis. E isso acaba impactando no transporte individual, do seu veículo — e também no transporte de produtos e serviços. E aí acaba impactando na sociedade como um todo, que provavelmente a gente vai perceber nos próximos meses uma oscilação nos preços com relação aos produtos comercializados”, explica.

A mudança na política de preços da Petrobras, em não atribuir a variação ao dólar e ao mercado de commodities internacionais, permitiu uma recente redução dos preços dos combustíveis no Brasil. Contudo, a companhia sinalizou essa semana a necessidade de reajustes dentro dos parâmetros da estratégia comercial, em vista de aumentos do preço do petróleo. 

O economista Luigi Mauri explica que essa nova política de preços traz previsibilidade ao consumidor, por não acompanhar a volatilidade do mercado internacional. Ele detalha, contudo, que o atual reajuste pode trazer aumento ao consumidor no médio prazo em alguns itens, mas não deve atingir o transporte público. 

“Como não se pratica mais uma paridade com o barril de petróleo internacional e com o dólar, tem essa previsibilidade para o consumidor. Claro, vai ter aumento no médio prazo, até o fim do ano o consumidor deve sentir aumento no preço de alimentos, por exemplo. O transporte público não deve se alterar em princípio, porque é uma categoria muito subsidiada, então mesmo tendo aumentos nos preços dos combustíveis não tem um aumento imediato de passagens”, explicou.

Qual foi o reajuste?

A gasolina A, que é produzida pelas refinarias e entregue às distribuidoras, teve o preço médio aumentado em R$ 0,41 por litro, e passou a ser vendida nas distribuidoras por R$ 2,93. O custo cresceu cerca de 16%. A essa gasolina se mistura obrigatoriamente o etanol anidro para compor a gasolina vendida  nas bombas: a proporção é 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro. 

Já para o diesel, o Petrobras aumentou o preço médio de venda para as distribuidoras em R$ 0,78, chegando a R$ 3,80 por litro, um reajuste de 26%. Para ser vendido, o combustível é composto, de forma obrigatória, pela mistura de 88% de diesel A, produzido nas refinarias, e 12% de biodiesel.

Copiar textoCopiar o texto
16/08/2023 12:00h

Reajuste passa a valer a partir desta quarta-feira (16)

Baixar áudio

A Petrobras anunciou aumento de R$ 0,41 no preço médio da gasolina e de R$ 0,78 por litro do diesel. O preço de venda para as distribuidoras será de R$ 2,93 por litro da gasolina e de R$ 3,80 por litro do diesel. 

A revenda final para o consumidor ainda depende da incidência de impostos, mistura de biocombustíveis e margens de lucro da distribuição e da revenda. Os novos aumentos dos preços devem ser sentidos pelo consumidor.  

Para a gasolina comercializada nos postos, há uma mistura obrigatória com 27% de etanol. Isto significa que a parcela da Petrobras no preço ao consumidor da gasolina é de R$ 2,14 para cada litro vendido na bomba. 

Porém, cabe ressaltar que, no ano, a variação acumulada do preço de venda de gasolina da Petrobras para as distribuidoras é uma redução de R$ 0,15 por litro.

Para o caso do diesel, considerando a mistura obrigatória de 88% de diesel e 12% de biodiesel para a composição do comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, R$ 3,34 a cada litro vendido na bomba.

No ano, a variação acumulada do preço de venda de diesel também registrou redução, de R$ 0,69 por litro.

A mudança da política de preços da Petrobras, em não atribuir a variação ao dólar e ao mercado de commodities internacionais, permitiu uma recente redução dos preços dos combustíveis no Brasil. Isto permitiu protecionismo do mercado brasileiro com relação às variações abruptas de preços no exterior. 

Porém, a companhia sinalizou essa semana a necessidade de reajustes dentro dos parâmetros da estratégia comercial, em vista de aumentos do preço de petróleo. Esse reajuste, que acaba por onerar o consumidor, é importante para a manutenção da sustentabilidade das contas da petroleira. 

A companhia reitera: “a formação de seus preços busca evitar o repasse da volatilidade conjuntural do mercado internacional e da taxa de câmbio, ao passo que preserva um ambiente competitivo salutar nos termos da legislação vigente”.

As informações foram divulgadas pela Petrobras
 

Copiar textoCopiar o texto
17/06/2023 15:30h

Anúncio foi feito nesta última sexta-feira (16), Preço final ao consumidor pode chegar a R$ 5,33

Baixar áudio

A Petrobras anunciou redução de R$ 0,13 por litro no preço médio de venda da gasolina, nesta sexta-feira (16). O preço de venda para as distribuidoras será de R$ 2,66 e a diferença de preços deve ser sentida pelo consumidor. 

Para o combustível comercializado nos postos, há uma mistura obrigatória de 73% de gasolina e de 27% de etanol. Isto significa que a diferença sentida pelo consumidor será, em média, R$ 1,94 a cada litro vendido na bomba. 

O preço médio ao consumidor final pode atingir um valor de R$ 5,33 por litro. 

Outros fatores que afetam o preço da gasolina são impostos, mistura de biocombustíveis e margens de lucro da distribuição e da revenda. 

Esta é a segunda redução desde a adoção da nova política de preços pela Petrobras, que defende que o principal objetivo da redução é manter a competitividade dos preços da companhia e evitar o repasse da volatilidade do mercado internacional para o consumidor. 
 

Copiar textoCopiar o texto
04/03/2023 18:05h

Debate nos Estados Unidos trouxe tema para o Brasil, mas produtos e estruturas das casas são diferentes

Baixar áudio

Pesquisas nos Estados Unidos apontaram fogões a gás como possíveis agentes poluidores e um risco para a saúde, o que reacendeu a discussão sobre a proibição ou não do equipamento naquele país. 

O caso ganhou repercussão após a CPSC (Comissão de Segurança de Produtos de Consumo) publicar um relatório em que mostrava os danos à saúde causados pela liberação de dióxido de nitrogênio e monóxido de carbono vindo de fogões a gás, sobretudo quando desregulados.

Esse debate chegou no Brasil com foco na segurança das famílias. No entanto, o gás liquefeito de petróleo (GLP), usado no país, é composto de butano e propano, e não de metano, portanto é de baixas emissões e não representa risco para a saúde das pessoas para ser utilizado no preparo das refeições, de acordo com o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liqüefeito de Petróleo (Sindigás). Outra diferença é que a arquitetura brasileira é diferente da dos EUA. Pelo fato de ser um país mais quente, as cozinhas por aqui são mais ventiladas do que nos países do hemisfério norte, o que reduz os riscos da poluição dentro de casa.  

Cozinhar com fogões a gás pode ser considerado seguro, ainda que alguns cuidados sejam necessários, como explica o tenente Mauro Coimbra, do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal.
  
“É necessário sempre manter os fogões em boas condições de uso. Realizando as manutenções necessárias, o uso de mangueiras e registros com certificação do Inmetro, dentro da validade do produto. Ter cuidado com vazamento de gás, o que pode causar asfixia ou risco de explosão ambiental e incêndio. Lembrando que os botijões de gás utilizados nas residências são bastante seguros em relação à explosão, porque eles possuem um dispositivo de segurança, uma válvula de alívio, que impede que exploda. Então o risco de explosão é do ambiente.”

O presidente do Sindigás, Sérgio Bandeira de Mello, explica que, no caso brasileiro, a discussão mais importante é o alto percentual de famílias que não têm acesso aos fogões a gás. 

“A nossa preocupação de verdade aqui no Brasil é que tem um dado estarrecedor da Empresa de Pesquisas Energéticas que mostra que, no Brasil, lamentavelmente, a gente ainda tem 26% de participação da lenha na matriz energética residencial. Então aí nós estamos falando de coisa séria, aí nós estamos falando efetivamente, independente de tiragem ou não de ar, você tem um volume muito grande de contato das famílias com esses gases tóxicos e, especialmente, com particulados, que aí você tá falando de uma quantidade de particulados importante”, afirma.

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) de 2019, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 14 milhões de lares preparam alimentos com lenha ou carvão. Isso representa uma alta de 27%, ou mais três milhões de domicílios, em relação aos dois anos anteriores à pesquisa.

Copiar textoCopiar o texto
03/03/2023 16:10h

Empresa foi avisada pelo Ministério de Minas e Energia que a venda de ativos está suspensa por 90 dias

Baixar áudio

A Petrobras deve suspender a venda de ativos por 90 dias. A ordem do Ministério de Minas e Energia (MME) chegou à direção da empresa nesta semana, através de ofício onde o governo justifica a necessidade de reavaliação da Política Energética Nacional atualmente em curso e da instauração de nova composição do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). 

Segundo o MME, a decisão não desrespeita as regras de governança da estatal e os compromissos assumidos com entes governamentais.

Para o economista Roberto Piscitelli, os principais motivos da medida é que o novo governo está implementando uma política diferente da adotada pelo governo anterior, que previa privatizações e outros objetivos diferentes da visão do mandatário atual. 

Além disso, Piscitelli lembra que o novo presidente da estatal assumiu o cargo recentemente e há, ainda, o fato de a empresa enfrentar impasses em torno de assuntos como, por exemplo, a composição do próprio Conselho de Administração. “Sobretudo, existe a questão da definição de uma nova política para o conglomerado – Petrobras e suas subsidiárias”, destacou. “Isso certamente envolve investimentos em novas linhas de produção e até em novas áreas de atuação”.

Preços 

“Paralelamente a isso”, continua o economista, “serão fixadas novas bases para a questão dos preços, tanto do óleo como dos seus derivados, e isso envolve também a redefinição da política de dividendos, que atualmente podem ser considerados muito generosos”. 

Interesses

Piscitelli recordou também que a Petrobras tem alcançado um grande lucro no mercado. Segundo ele, há o grande desafio de contrabalançar os interesses privados dos acionistas (nacionais e estrangeiros) e os interesses do próprio governo – que também é acionista e, portanto, se beneficio da distribuição de dividendos. “Contrabalançar esses interesses privados, com os interesses públicos, que são da natureza do Estado brasileiro, é o grande desafio do momento”, destacou o economista.

Motivos políticos

Já o advogado Gilberto Gomes – especialista em Controle sobre Contratações Públicas – entende que os principais motivos que provocaram a suspensão da venda de ativos da estatal são de natureza política. “Desde 2016, com a alteração do planejamento estratégico da Petrobras, houve o estabelecimento de um plano de alienações de ativos da companhia que não estivessem relacionados à exploração de petróleo e do pré-sal”, justificou. 

“Considerando que a União é o maior acionista da Petrobras, a alteração do governo, e a consequente alteração quanto ao entendimento do papel da empresa, naturalmente leva à revisão do planejamento estratégico, incluindo esse plano de alienações de ativos”, concluiu.

O outro lado

Procurados, os representantes do Ministério de Minas e Energia e da Petrobras não responderam imediatamente ao pedido de informações formulado pelo portal de notícias Brasil61. A diretoria do Ministério disse, através de sua assessoria, que o assunto deveria ser verificado junto à Petrobrás. 

Já a assessoria da Petrobrás limitou-se a enviar a mesma “Nota” que a empresa já havia distribuído no dia anterior, na qual comunica que foi avisada pelo Ministério das Minas e Energia, através de ofício, que as alienações de ativos seriam suspensas pelo prazo de 90 dias.

Copiar textoCopiar o texto
Economia
27/01/2023 17:30h

Projeção é do economista da FGV IBRE André Braz. Aumento de 7,47% no valor do combustível vendido às distribuidoras começou a valer nessa quarta-feira (25)

Baixar áudio

O aumento de 7,47% no preço de venda de gasolina da Petrobras para as distribuidoras que começou a valer nessa semana pode levar a um acréscimo de 0,25 ponto percentual (p.p) na inflação nos próximos 30 dias. A projeção é do coordenador dos Índices de Preços do FGV IBRE, André Braz, que detalhou o impacto da alta do combustível na atividade econômica ao Brasil 61. 

De acordo com o economista, o cálculo feito para estimar o quanto o aumento no preço da gasolina vai pressionar a inflação leva em conta dois fatores. O primeiro deles é que o reajuste da Petrobras se dá na gasolina A. O combustível que é vendido aos consumidores é a gasolina C, que é composta por 27% de álcool anidro, o que acaba mitigando parte do aumento. "Como a gasolina C tem mistura de álcool anidro, ela não recebe 7,5% de aumento. Então, o que o consumidor vai perceber nos próximos trinta dias é um aumento de preço da gasolina que pode variar entre 3,5% e 5%", explica.

O segundo fator é o peso da gasolina no orçamento doméstico, diz André Braz. "Considerando que esse aumento pode chegar a 5% e levando em conta que a gasolina também compromete 5% do orçamento familiar, a gente teria um impacto na inflação, nos próximos 30 dias, em torno de 0,25 ponto percentual. Só que, como esse reajuste está valendo já a partir de janeiro e ainda falta aproximadamente uma semana para o mês ser concluído, uma pequena parte desse movimento já deve influenciar a inflação deste mês. Então, desse 0,25 p.p, 0,05 p.p deve ficar na inflação de janeiro e 0,20 p.p restantes na inflação de fevereiro", afirma. 

Segundo o anúncio da Petrobras, o preço médio de venda da gasolina A para as distribuidoras vai passar de R$ 3,08 para R$ 3,31, ficando 23 centavos mais caro. Mas com a mistura obrigatória com o álcool anidro para a composição que é comercializada nos postos, cada litro vendido terá um acréscimo de 17 centavos, o que não significa que será esse o impacto sentido pelo consumidor. 

Amplitude

O economista afirma que o impacto da alta da gasolina será mais sentido pelas pessoas de classe média que usam veículos particulares para se locomover. "Exatamente porque a gasolina é um bem de luxo que cabe no orçamento daqueles que têm veículo próprio. Então, para as famílias mais humildes, que não possuem veículo, esse aumento da gasolina não traz nenhum impacto na variação do custo de vida". 

Caso o reajuste fosse sobre o diesel, a situação seria diferente, explica André Braz. "Nós teríamos um impacto inflacionário maior, porque o diesel é o combustível usado pelo frete rodoviário, é utilizado pelas máquinas no campo, é o combustível que movimenta o ônibus urbano, então como diesel tem o compromisso de ser o combustível para execução de outras atividades, um aumento de preço nele pode causar um espalhamento das pressões inflacionárias". 

Como o diesel é o combustível usado pelos caminhões, que são os principais responsáveis pelo transporte de cargas no país, incluindo os alimentos, um aumento no preço do litro seria sentido de forma mais ampla pela população e pressionaria mais o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).  

Como é formado o preço da gasolina

O preço médio do litro da gasolina no Brasil entre 15 e 21 de janeiro foi de R$ 4,98, de acordo com a Petrobras. Segundo a companhia, desse valor, R$ 2,25 são parcela da própria empresa. Esse valor deverá ser de R$ 2,42 com o reajuste anunciado esta semana. Vale lembrar que, desde o ano passado, os impostos federais sobre o combustível estão zerados. A medida deve durar, pelo menos, até 28 de fevereiro deste ano. 

Já o ICMS, imposto estadual sobre os combustíveis, foi de R$ 0,91 em média. Ele varia de estado para estado, mas sua alíquota não pode ultrapassar o teto de 17% determinado após aprovação da Lei Complementar 194/2022, em junho de 2022. Confira como é formado o preço da gasolina. 

Arte: Brasil 61

Cenário

André Braz explica que ainda é cedo para projetar o impacto dos combustíveis na inflação de 2023. Segundo o economista, no nível internacional, há uma tendência de desaceleração da atividade econômica. Isso deve ocorrer porque os países estão elevando as suas taxas de juros para conter a inflação. A consequência é a retração da economia e, portanto, do consumo. 

"Se as famílias vão economizar mais, vão gastar cada vez menos, isso significa que o preço do barril de petróleo pode ceder ao longo de 2023. Não só por um efeito aqui no Brasil, mas no mundo todo. O mundo está com uma tendência de redução da atividade econômica. E essa redução na atividade econômica favorece a redução do preço de grandes commodities, que é onde o petróleo está inserido", diz. 

Por outro lado, o especialista diz que o temor quanto ao equilíbrio fiscal do país é um risco que tem como resultado a desvalorização do real frente ao dólar, o que na atual política de preços adotada pela Petrobras pode puxar o preço dos combustíveis para cima. 

IPCA fecha 2022 com alta de 5,79%

Copiar textoCopiar o texto