UNICEF

01/02/2024 04:30h

Especialistas dão dicas sobre como evitar a contaminação pela virose da mosca

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Poucos meses depois da seca severa que atingiu a região amazônica, os rios voltaram ao volume normal, graças à chuva — que deve durar até março. O fenômeno da cheia dos rios causa os alagamentos, que trazem à tona um problema comum nessa época do ano: a proliferação de moscas. Insetos que se multiplicam com muita velocidade e causam, além de incômodo, doenças. 

A contaminação da água e dos alimentos, por conta desses insetos ou de outras razões, pode causar diarreia — um dos problemas mais comuns nas crianças e que podem levar até à morte. Dados da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) mostram que o Amazonas registrou em 2023, 253.203 casos de Doenças Diarreicas Agudas (DDA). Só nos primeiros onze dias de janeiro, foram 4.677 casos. 

Realidade do pronto-socorro

A pediatra neonatologista e professora da Universidade Federal do Amazonas, Rossiclei Pinheiro, conta que a diarreia é uma doença sazonal e que no período chuvoso tende a aumentar. 

“Hoje 50% dos casos que chegam no pronto-socorro pediátrico são de crianças desidratadas por conta da diarreia. E 80% dos casos são virais, causados por infecções alimentares.” 

A médica explica ainda que o cuidado com os alimentos na hora do preparo é a melhor forma de prevenção.

Armazenamento e manuseio 

O Fundo das Nações Unidas para  Infância (Unicef) alerta para os cuidados com os mais vulneráveis neste período do ano. Lídia Pantoja, oficial de Saúde e Nutrição do Unicef para o território amazônico, explica que os cuidados devem começar pelo armazenamento — os alimentos devem ficar em locais fechados, longe de mosquitos e animais. É preciso também estar atento à temperatura, não deixar a comida no sol, nem em locais abertos. Ela ainda dá outras orientações importantes.  

"Quanto à higiene dos alimentos, é importante que se lave bem as mãos antes de manuseá-los — com sabonete neutro sem perfume e água. Evitar os cabelos soltos na hora do preparo dos alimentos. Em relação aos legumes, verduras e frutas é importante higienizá-los muito bem antes do consumo, com água e uso de hipoclorito."

A oficial ainda orienta sobre carnes e peixes, que precisam ser muito bem cozidos para garantir que o alimento esteja seguro para consumo. Embalagens, tampas, latas também precisam ser lavadas com água e sabão ou limpos com álcool 70% e um pano seco. 

Em caso de contaminação, os cuidados são essenciais 

O lixo, além de atrair insetos e outros animais para a área onde os alimentos são armazenados e preparados, é um meio ideal para a multiplicação de microrganismos. As moscas podem ser vetores de vírus, bactérias e parasitas. Descartar o lixo da forma correta, em sacos fechados e longe de locais onde se armazena e prepara os alimentos, também ajuda a evitar essa contaminação.

A diarreia é uma doença caracterizada por três ou mais episódios de fezes amolecidas em um dia — e ela pode levar rapidamente à desidratação, principalmente em crianças.  

"Quando a gente já encontra a criança num quadro de diarreia é importante iniciar a ingestão de líquido o mais rápido possível para evitar que a criança fique desidratada. A ingestão de soro caseiro é importante nesses momentos, assim como aumentar a ingesta de líquidos como soro, sopa, suco, também é importante", explica a oficial de saúde.

Além disso, aproveitar as frutas da região, que têm nutrientes que ajudam nessa recuperação, como goiaba e caju. Após cada evacuação, a criança deve ingerir pelo menos 50 ml de líquido para que fique sempre hidratada. Em caso de bebês que ainda mamam no peito, a mãe deve manter essa amamentação em livre demanda. E em caso de persistirem os sintomas, é importante procurar uma unidade de saúde. 
 

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22/12/2023 08:30h

Ações do Unicef reforçam a importância da participação de toda a comunidade para pôr fim ao mosquito

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Um mosquitinho pequeno mas forte o suficiente para causar um verdadeiro estrago: dor no corpo e nos olhos, febre alta, mal-estar e, nos casos mais graves, até a morte. O Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue, precisa só de um pouquinho de água limpa para se reproduzir. 

Por isso, é preciso estar vigilante e ficar de olho em cada cantinho da casa. Além da doença, ele ainda pode causar outras arboviroses, ou seja, doenças transmitidas por mosquitos, como zika, chikungunya.

COMUNICADOR: Disponibilizamos dois conteúdos menores para que você possa repetir durante o dia na sua programação 

Para enfrentar o mosquito, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) se une à sociedade civil para desenvolver materiais educativos voltados para profissionais de saúde. Outra ação do fundo é a criação de um material pedagógico voltado para a comunidade escolar, que será lançado em 2024. https://www.unicef.org/brazil/relatorios/arboviroses-na-pratica

Para o oficial de Saúde do Unicef Gerson da Costa Filho o engajamento da população ainda é a forma mais importante de combater o mosquito.

"O controle das arboviroses passa por esforço e engajamento de todos. A gente precisa da comunidade, mobilização popular, para além dos esforços do poder público. Não só para eliminar criadouros e, com isso, diminuir a infestação do vetor. Mas também para identificação de circulação do vírus, dos casos, a notificação, controle e bloqueio.”

O diretor do Departamento de Vigilância Ambiental da FVS-AM, Elder Figueira, explica que o mosquito da dengue costuma procriar em depósitos artificiais, como vasilhas plásticas e lixo mal acondicionado. E a falta de abastecimento de água, comum na região amazônica, pode acabar favorecendo os criadouros. 

“Como a população vai sempre precisar fazer aquele estoque de água no fundo do quintal, na cozinha e aquilo ali que é água limpa, parada, na sombra, vira um criadouro do mosquito.” 

10 minutos contra a dengue

Uma iniciativa criada pela Secretaria de Saúde do Amazonas em parceria com a Fiocruz — e que depende totalmente da população para acontecer — tem dado resultados. São os “10 minutos contra a dengue”.

“Dez minutos semanais, dá aquela olhada, verifica se tem alguma coisa acumulando água, e descarta; tenta eliminar o depósito. Se for alguma coisa muito grande, você não conseguiu eliminar, — caixa d'água, calha — entre em contato com o agente de saúde, ele tem os larvicidas, vai fazer o tratamento para você — e você também ajuda a eliminar esse criadouro maior”, explica o diretor do Departamento de Vigilância Ambiental. 

A melhor forma de evitar a dengue é combater os focos de acúmulo de água, locais propícios para a criação do mosquito transmissor da doença. A orientação é a adoção da lista de verificações semanal, de 10 minutos de duração, de modo que a população possa agir para identificar os possíveis criadouros, como garrafas, vasos de plantas, pneus, bebedouros de animais, sacos plásticos, lixeiras, tambores e caixas d’água.

Quanto menor a idade, maiores os cuidados

O trabalho em casa é fundamental, mas outros locais, como escolas, também precisam de atenção, ainda mais por serem ambientes que concentram crianças — que tem o sistema imunológico mais frágil e chances maiores de terem um quadro grave da dengue. 

Os sintomas clássicos são sempre febre, dor nas articulações, dor atrás dos olhos e manchas  vermelhas no corpo. Cada organismo vai responder de uma maneira diferente. Elder Figueira faz um alerta importante para o acompanhamento das crianças que estejam dengue.

“Pai, mãe, cuidado: se vai escovar o dente da criança e vê que está sangrando a gengiva, isso é um sinal de alerta importante. Se a criança reclama que está com dor abdominal, isso é um sintoma importante porque pode significar o início de uma hemorragia interna e é um sintoma de que essa dengue está ficando grave. Leve então na unidade de saúde para que seja tratado adequadamente.” 

Em casa, a recomendação é manter a criança hidratada, mesmo sem sede, e monitorar sempre a febre. Se subir demais, a orientação é levar para a unidade de saúde.

 

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22/12/2023 04:00h

Ações do Unicef reforçam a importância da participação de toda a comunidade para pôr fim ao mosquito

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Um mosquitinho pequeno mas forte o suficiente para causar um verdadeiro estrago com a dengue: dor no corpo e nos olhos, febre alta, mal-estar e, nos casos mais graves, até a morte. Para enfrentar o problema, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, o Unicef, desenvolveu materiais educativos voltados para profissionais de saúde e para a comunidade escolar. A informação e a participação de todos é que faz a diferença na hora de acabar com o mosquito. Por isso, é importante ficar de olho em cada cantinho da casa, para eliminar qualquer água limpa e parada. Em caso de depósitos maiores, como caixas d'água, um agente de saúde deve ser acionado. Os sintomas da dengue são febre, dor nas articulações, dor atrás dos olhos e manchas vermelhas no corpo. No caso das crianças, se o cuidador notar sangramento na gengiva ou dor abdominal, deve procurar logo uma unidade de saúde, pois esses sintomas podem significar o início de uma hemorragia interna. Em casa, a recomendação é manter a criança hidratada, mesmo sem sede, e monitorar sempre a febre. Se subir demais, a orientação é levar para a unidade de saúde.
 

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18/12/2023 02:30h

O canal de ajuda Pode Falar, apoiado pelo UNICEF, abre um espaço seguro de acolhimento para adolescentes e jovens quando sentirem angústia, sofrimento e desamparo.

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Catástrofes climáticas, como a seca prolongada, queimadas, inundações ou pandemias podem mudar radicalmente a vida das pessoas. Elas podem perder a mobilidade, lidar com situações de insegurança, violência e a perda de pessoas próximas. E não é só o corpo que sofre com isso, mas a cabeça também. Pensando nisso, o UNICEF vem desenvolvendo ações para ajudar a resgatar a saúde mental de crianças e jovens. Um desses recursos é o Pode Falar. Uma plataforma virtual com atendentes treinados para acolher com empatia, ouvir e, se necessário, ajudar no encaminhamento desses adolescentes. Se você tem entre 13 e 24 anos e está passando por algum sofrimento mental, busque ajuda pelo site podefalar.org.br ou pelo WhatsApp (61) 9660-8843. O canal funciona de segunda-feira a sábado, exceto feriados, das 8 da manhã às 10 da noite e é de graça.

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15/12/2023 20:00h

As ações do Unicef na região amazônica vão desde orientação sobre como fazer soro caseiro até a entrega de filtros de água para populações nativas e vulneráveis. Tudo para prevenir infecções por doenças evitáveis

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Diarreia: uma doença comum, mas que pode ser muito perigosa se for negligenciada. A maior parte dos casos acontece quando consumimos água contaminada ou alimentos estragados. Quando associada a alguma bactéria ou vírus, a disenteria — como também é conhecida — pode causar infecções gastrointestinais e até evoluir para doenças mais graves.

COMUNICADOR: Disponibilizamos dois conteúdos menores para que você possa repetir durante o dia na sua programação.

Uma das ações do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) na região amazônica, é a prevenção de doenças evitáveis, como a diarreia. O apoio às famílias vulneráveis tem sido prioridade,  sobretudo a quem não tem acesso à água potável. 

Com o apoio de entidades da sociedade civil, o UNICEF também ajuda na compra e distribuição de itens básicos. Lídia Pantoja, oficial de Saúde e Nutrição do UNICEF para o território amazônico, explica como é o apoio.

"Os municípios que estão em situação de emergência por conta da estiagem, com doação de água potável, filtros de água para comunidades ribeirinhas e indígenas que sofrem com a estiagem no Amazonas. E junto com isso ajudar a garantir o acesso comunitário à água de qualidade e evitar que essas crianças e famílias fiquem doentes por uma questão de contaminação da água." 

O que caracteriza diarreia 

 Três ou mais episódios de fezes amolecidas em um dia caracterizam um caso de diarreia, segundo a nutricionista especialista em saúde coletiva Daíse Reis. Ela explica que o perigo da diarreia, na verdade, é a desidratação. Daí a importância de se usar o soro caseiro.

“Para um litro de água potável própria para o consumo, você acrescenta duas colheres de sopa de açúcar e uma colher de sobremesa ou de café, de sal. Vai pegar o peso da criança e multiplicar por 30 ou 35 ml. Se estiver muito grave, 35 ml, que é o quanto ela tem que se reidratar. Digamos que a criança pesa 10 quilos, eu vou pegar 10 vezes 30 e vou dar 300 ml no dia.”

O simples ato de lavar as mãos com sabão contribui para evitar a proliferação de doenças e a contaminação dos alimentos. 

"Nós também temos atuado em algumas escolas, em alguns locais importantes como abrigos para refugiados, oferecendo a acesso à água potável, estações de lavagem de mãos nas escolas e abrigos, e em locais que são importantes para que eles tenham acesso a higienização das mãos também", complementa Lídia Pantoja. 

O que comer e o que evitar em casos de diarreia

O soro caseiro, com adição de açúcar e sal, além de hidratar mais rapidamente a criança, ainda equilibra os eletrólitos, que são as bombas de sódio e potássio do corpo, reduzindo o aspecto de fraqueza da criança. Em casos de diarreia, em qualquer idade, o indicado é retirar leite e derivados, produtos industrializados, como biscoitos, chocolates e frituras. 

Segundo a oficial de Nutrição do Unicef, a região amazônica é muito rica e diferenciada, por isso a orientação é que em episódios de diarreia a população prefira os alimentos mais comuns da região. 

“O consumo de alimentos que podem oferecer  maior aporte de energia para essas crianças e que podem ajudar na recuperação do peso, principalmente levando em consideração o que a gente tem disponível na região. Nós somos ricos em batatas, tubérculos, e fontes alimentares que são importantes no caso de uma perda de peso aguda e diarreia." 

Para os pequenos, que têm o hábito do mingau, o melhor é oferecer o mingau de arroz, feito sem leite. Basta cozinhar o arroz normalmente e bater um pouco no liquidificador para ficar mais encorpado. Já as crianças que ainda são amamentadas, devem tomar o leite materno livremente. 
 

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15/12/2023 16:53h

As ações do Unicef na região amazônica vão desde orientação sobre como fazer soro caseiro até a entrega de filtros de água para populações nativas e vulneráveis. Tudo para prevenir infecções por doenças evitáveis

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Diarreia: uma doença comum, mas que pode ser muito perigosa se for negligenciada. Três ou mais episódios de fezes amolecidas em um dia caracterizam um caso de diarreia. Manter a criança hidratada é fundamental. E, para isso, o soro caseiro tem papel importante. Basta colocar duas colheres de sopa de açúcar e uma colher de café de sal em um litro de água potável. A dose é a seguinte: 30 ml de soro para cada quilo da criança. Uma criança de 10 quilos, deve beber 300 ml de soro ao longo do dia. Alimentos gordurosos, como leite e derivados; e produtos industrializados, como biscoitos, chocolates e frituras devem ser evitados. Já as frutas como goiaba, pêra, maçã, caju e banana devem ser consumidas uma a cada dia. O arroz cozido normalmente e carnes brancas como peixe e frango grelhados também estão liberados. Para os pequenos, que têm o hábito do mingau, o melhor é oferecer o de arroz, feito sem leite. Basta cozinhar o arroz normalmente e bater um pouco no liquidificador para ficar mais encorpado. Já as crianças que ainda são amamentadas, devem tomar o leite materno livremente.

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15/12/2023 16:50h

As ações do Unicef na região amazônica vão desde orientação sobre como fazer soro caseiro até a entrega de filtros de água para populações nativas e vulneráveis. Tudo para prevenir infecções por doenças evitáveis

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Diarreia: uma doença comum, mas que pode ser muito perigosa se for negligenciada. Na região amazônica, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, o Unicef, apoia famílias vulneráveis, entregando filtros de água para comunidades ribeirinhas e garantindo acesso à água potável. Mas, em caso de diarreia, o Unicef orienta o uso do soro caseiro, feito com duas colheres de sopa de açúcar, uma colherzinha de sal para um litro de água, para ajudar na reidratação. O Unicef também orienta retirar leite e derivados, biscoitos, chocolates e frituras. Prefira frutas frescas e tubérculos, como a batata, que são ricos em energia e ajudam a repor o peso. Já as crianças que ainda são amamentadas, devem tomar o leite materno livremente. A diarreia é caracterizada por três ou mais episódios de fezes amolecidas em um dia.

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13/12/2023 11:30h

Canais como o Pode Falar ajudam jovens a encontrarem apoio e suporte para enfrentar situações climáticas de emergência, como estiagens prolongadas, queimadas e inundações

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Você costuma dar a mesma atenção à saúde mental que à saúde física? Em eventos climáticos extremos — como queimadas, estiagem e inundações — as incertezas e o medo podem desencadear ansiedade, depressão e outros transtornos psicológicos.  Consequências que costumam afetar ainda mais crianças e jovens. Por isso, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, o UNICEF, criou programas que ajudam a identificar e a encaminhar crianças e jovens abalados por questões climáticas. Você, pai, mãe ou adulto deve ficar atento aos primeiros sinais de mudança de comportamento, como isolamento social, dificuldade de comunicação ou agressividade. Pelo canal Pode Falar, criado pelo UNICEF, é possível ter acesso a todo tipo de ajuda em saúde mental, com uma escuta empática e sem julgamento. Então anote aí: pode falar.org.br ou o número de WhatsApp (61) 9660-8843. É de graça, pode ser acessado de qualquer lugar com atendimento humano de 8h às 22h, todos os dias, exceto domingos e feriados. Saúde mental é coisa séria, não deixe para depois.

Veja a matéria completa:

Como eventos climáticos podem afetar a saúde mental de jovens e adolescentes
 

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12/12/2023 18:25h

A baixa no volume dos rios e a estiagem prolongada pioram a qualidade da água que abastece a população amazônica. Unicef alerta para os perigos da diarreia e hepatite A

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A estiagem e o baixo volume dos rios no norte do país afetam diretamente a saúde da população, principalmente das crianças. É o que alerta o Fundo das Nações Unidas para a Infância, o Unicef. Doenças como hepatite A e diarreia podem ser transmitidas pela água contaminada. É importante ficar atento às características como gosto, cor e o cheiro da água. Se for observada alguma alteração nesses aspectos, a orientação é não consumir a água e buscar uma fonte segura para o consumo. É possível usar hipoclorito de sódio para melhorar a sua qualidade, adicionando duas gotas do produto para cada litro de água. Daí, precisa deixar agir por 30 minutos. Na falta do hipoclorito, a melhor maneira de evitar a contaminação é ferver a água por cinco minutos. Lembrar que sempre antes de utilizar o hipoclorito ou ferver a água, é importante filtrar ou coar a água, com filtro doméstico, coador de papel ou pano limpo. Vale lembrar que a diarreia aguda pode levar a quadro de desidratação grave, se não for tratada. Por isso, em casos de sintomas, os pais devem procurar a unidade de saúde mais próxima de casa. Ah, enquanto isso, mantenha a criança sempre hidratada. 

Como eventos climáticos podem afetar a saúde mental de jovens e adolescentes

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11/12/2023 10:30h

Canais como o Pode Falar ajudam jovens a encontrarem apoio e suporte para enfrentar situações climáticas de emergência, como estiagens prolongadas, queimadas e inundações

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Em eventos climáticos extremos, como queimadas, estiagem e inundações, você costuma dar a mesma atenção à saúde mental que à saúde física? As incertezas, o medo e outros efeitos causados por esse eventos podem desencadear ansiedade, depressão e outros transtornos psicológicos. Consequências que costumam afetar ainda mais crianças e jovens, já que, nessa faixa etária, a personalidade ainda está em formação e o impacto dessas tragédias climáticas pode ser mais profundo do que para os adultos.  

Por isso, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) criou programas que ajudam a identificar e a encaminhar crianças e jovens abalados por questões climáticas. 

Como identificar uma criança ou adolescente em sofrimento

O primeiro passo é identificar quando eles mudam de comportamento, como explica Gabriela Mora, oficial de Desenvolvimento e Participação de Adolescentes do Unicef.

“É fundamental que os adultos de referência na vida desses adolescentes estejam atentos para esses sinais de mudança de comportamento e o isolamento certamente é um deles. A dificuldade de comunicação ou comportamentos mais agressivos são questões que as famílias precisam estar com o radar ligado para esses possíveis sinais comportamentais que podem representar um sofrimento psíquico.”  

Gabriela Mora explica que essa atenção não deve vir apenas dos pais, mas de todo profissional ou adulto que seja uma referência na vida dessas crianças e jovens. Identificar o sofrimento é o primeiro passo. O segundo, explica a oficial, é fazer uma “escuta empática e amigável, já que muitas vezes as escolas e os centros de saúde não estão preparados para isso”.

Canais disponíveis para ajuda

Um dos canais oferecidos pelo Unicef e que fica disponível 24 horas para oferecer ajuda em saúde mental é o Pode Falar.
 
“O Pode Falar acontece de maneira regular e é um apoio psicossocial. Os atendentes são treinados para identificar esses casos e apoiar adolescentes a encontrar, em sua região, o que existe de serviços e quem faz parte da sua rede de referência,” explica Gabriela Moro.

Os atendentes são vinculados a 20 universidades parceiras do Pode Falar e todos são formados pelo Núcleo do Cuidado Humano da Universidade Federal de Pernambuco. Quem está do outro lado do computador recebe formação contínua para lidar com os jovens e é supervisionado por um professor universitário.

Os atendentes fazem esse acolhimento numa linha de “escuta empática, sem julgamento. Ajudando esse adolescente a colocar para fora, nomear sentimentos e ajudando o adolescente a pensar: bom, com quem eu posso contar num caso de sofrimento psíquico?”, explica Gabriela Mora.

A oficial ainda acrescenta que os atendentes são treinados para casos de emergência por questões climáticas. “Cada vez que acontece uma situação a gente traz um especialista para conversar com esse grupo de atendentes, para que eles sejam capazes de apoiar nas questões específicas trazidas por essa questão emergencial.” 

Conversa com a gestão pública 

O Unicef vem chamando a gestão pública local para o diálogo, fazendo com que esses gestores repensem o fluxo de atenção em saúde mental, como explica Gabriela Mora. 

“O que existe nesse território para oferecer para adolescentes e jovens em termos de apoio psicossocial para promover resiliência — essa capacidade de superação de situações traumáticas — para garantir a prevenção de situações de violência, que a gente sabe que aumenta quando as famílias ficam isoladas, para que a educação volte.”

A ideia é ajudar os gestores locais a agirem de forma ágil e dinâmica em situações de catástrofe e fazer com que as pessoas saibam onde e a quem procurar em casos como esses. “A gente está trabalhando com as prefeituras para que a questão psicossocial seja considerada uma das prioridades na resposta a situações emergenciais”, explica a oficial de Desenvolvimento e Participação de Adolescentes do Unicef.
 

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