Soja

22/04/2024 03:00h

Por outro lado, o preço médio do trigo subiu no mesmo estado e no Rio Grande do Sul

Baixar áudio

A saca de 60 quilos de soja custa R$ 123,60, nesta segunda-feira (22), em leve baixa de 0,06%, em relação ao último fechamento. Este valor é referente a diferentes regiões do Paraná. 

No litoral paranaense, há também leve baixa e a saca de 60 quilos da soja é negociada a R$ 127,40. 

Já para o trigo, no Paraná, houve alta, de 0,10%, a R$ 1.270,85/tonelada. 

No Rio Grande do Sul, também houve alta de preços, que estão a R$ 1.219,20/tonelada. 

Os valores são do Cepea.
 

Copiar textoCopiar o texto
19/04/2024 03:00h

O preço do trigo também caiu neste estado

Baixar áudio

A saca de 60 quilos de soja começou esta sexta-feira (19) com queda média de 0,60%, entre diferentes regiões do interior do Paraná. Nestes locais, a média de preços é de R$ 123,65, por saca de 60 kg. 

Já no litoral, o produto é comercializado a R$ 127,45, por saca de 60 kg do produto, em baixa de 0,85%. 

Para o trigo, houve baixa de preço no Paraná e no Rio Grande do Sul, onde os preços caíram 0,20%. Nesses estados, a tonelada corresponde a R$ 1.269,60 e R$ 1.211,90.

Os valores são do Cepea.
 

Copiar textoCopiar o texto
12/04/2024 00:12h

Já o preço do trigo caiu neste estado

Baixar áudio

A saca de 60 quilos de soja custa R$ 121,10, nesta sexta-feira (12), em alta de 0,35% em relação ao último fechamento. Este valor é referente a diferentes regiões do Paraná. 

No litoral paranaense, há também alta e a saca de 60 quilos da soja é negociada a R$ 125,65. 

Já o Rio Grande do Sul também teve alta de preços para o trigo, a R$ 1.244,95/tonelada. Mas, no Paraná, houve queda de 1,95% nos preços, que estão a R$ 1.254,22/tonelada. 

Os valores são do Cepea.
 

Copiar textoCopiar o texto
18/03/2024 03:00h

A mesma tendência de estabilidade ocorre para o trigo

Baixar áudio

A saca de 60 quilos de soja está cotada, nesta segunda-feira (18), a R$ 122,60, no litoral do Paraná, em Paranaguá. Nesta região, o preço do produto manteve-se estável na comparação com a última cotação. 

Já entre diferentes cidades do interior paranaense, houve alta de preços de 0,50%, e a saca de 60kg é negociada a R$ 118,60. 

O preço do trigo está estável no Paraná e tem forte queda de 2,20% no Rio Grande do Sul. Nestes estados, as toneladas são negociadas a R$ 1.243,30 e R$ 1.178,40, respectivamente. 

Os valores são do Cepea.
 

Copiar textoCopiar o texto
13/03/2024 00:01h

Apesar de alto, o número é 4,7% menor que de 2023, quando o Brasil produziu 315,4 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas


Os protagonistas da produção agrícola brasileira — soja e milho — devem ter queda na produção este ano, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em fevereiro, a redução estimada da produção de soja para o ano é de 1,8% e a do milho de 10,8%. O IBGE estima ainda que a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2024 seja de 300,7 milhões de toneladas — 4,7% a menos do que em 2023, quando o país produziu 315,4 milhões de toneladas dos produtos.

O maior vilão dessa redução foi o clima, como explica o economista César Bergo. “ Vários fatores podem influenciar a safra de grãos, mas a principal, sem dúvida, foram as questões climáticas adversas, como secas em hora errada, inundações.”

O resultado apresentado pelo IBGE vem alinhado com a última pesquisa da Companhia Nacional de Abastecimento, a Conab, que também apresentou redução da safra de grãos com relação a 2023, com queda de 7,6%. 

Quem vive o dia a dia da lavoura

Para Leonardo Boaretto, que é produtor de soja, milho e feijão em Niquelândia, Goiás, é importante que as previsões sejam o mais próximas possíveis da realidade, pois são essas estimativas de safra que interferem no preço dos alimentos. 

O produtor explica que nas previsões de dezembro e janeiro já havia uma quebra concretizada da safra nacional, por conta da irregularidade climática.

“A falta de chuva e a temperaturas muito altas já tinham causado danos irreversíveis nas lavouras. E quando eles jogaram essas estimativas lá em cima, o mercado despencou. O mercado está voltando um pouco agora, mas ainda muito abaixo do que era de se esperar,” lamenta Boaretto.

Para Leonardo, já havia a expectativa de quebra de safra, mas não foi anunciada pela Conab. O que fez com que os preços das commodities despencassem, prejudicando o produtor brasileiro. 

“Quem precisava vender para fazer caixa foi prejudicado, pois teve que vender no pior momento, com os preços pressionados para baixo. E quem está com a produção na mão também vai sofrer, pois se os preços reagirem, vão reagir pouco.” 


Quebra de safra e queda da produtividade

Quem também reforça a importância das previsões serem próximas da realidade do campo é o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), Antônio Galvan. A estimativa de fevereiro do IBGE para a soja foi de 149,3 milhões de toneladas, e vem sofrendo quedas sucessivas nos últimos meses, até que se chegasse a esse resultado. 

“O ajuste é normal. Nós temos ainda mais de 40% da soja brasileira no campo, para ser colhida, e temos ainda as regiões com bastante problemas. Menos problemas climáticos nesse momento, mas com problemas de doenças.” 

Com destaque para os estados da região Sul — que ainda têm muita soja para colher e estão sofrendo muito com as doenças. Galvan cita a Ferrugem Asiática, que pode encolher as expectativas de colheita e reduzir a produção do grão nesta safra. 

Ferrugem asiática

A ferrugem asiática é um fungo que atinge as lavouras de soja desde 2001, principalmente no Sul do país. Os produtores se preocupam com a doença pelo seu alto poder destrutivo — já que, quando não controlada, pode provocar perdas de até 90% do rendimento de grãos, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). 

A ferrugem asiática da soja causa lesões nas folhas que costumam ficar amarelas e causar sua queda, resultando em redução do ciclo. 
 

Copiar textoCopiar o texto
13/03/2024 00:01h

Apesar de alto, o número é 4,7% menor que de 2023, quando o Brasil produziu 315,4 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas

Baixar áudio


Os protagonistas da produção agrícola brasileira — soja e milho — devem ter queda na produção este ano, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em fevereiro, a redução estimada da produção de soja para o ano é de 1,8% e a do milho de 10,8%. O IBGE estima ainda que a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2024 seja de 300,7 milhões de toneladas — 4,7% a menos do que em 2023, quando o país produziu 315,4 milhões de toneladas dos produtos.

O maior vilão dessa redução foi o clima, como explica o economista César Bergo. “ Vários fatores podem influenciar a safra de grãos, mas a principal, sem dúvida, foram as questões climáticas adversas, como secas em hora errada, inundações.”

O resultado apresentado pelo IBGE vem alinhado com a última pesquisa da Companhia Nacional de Abastecimento, a Conab, que também apresentou redução da safra de grãos com relação a 2023, com queda de 7,6%. 

Quem vive o dia a dia da lavoura

Para Leonardo Boaretto, que é produtor de soja, milho e feijão em Niquelândia, Goiás, é importante que as previsões sejam o mais próximas possíveis da realidade, pois são essas estimativas de safra que interferem no preço dos alimentos. 

O produtor explica que nas previsões de dezembro e janeiro já havia uma quebra concretizada da safra nacional, por conta da irregularidade climática.

“A falta de chuva e a temperaturas muito altas já tinham causado danos irreversíveis nas lavouras. E quando eles jogaram essas estimativas lá em cima, o mercado despencou. O mercado está voltando um pouco agora, mas ainda muito abaixo do que era de se esperar,” lamenta Boaretto.

Para Leonardo, já havia a expectativa de quebra de safra, mas não foi anunciada pela Conab. O que fez com que os preços das commodities despencassem, prejudicando o produtor brasileiro. 

“Quem precisava vender para fazer caixa foi prejudicado, pois teve que vender no pior momento, com os preços pressionados para baixo. E quem está com a produção na mão também vai sofrer, pois se os preços reagirem, vão reagir pouco.” 


Quebra de safra e queda da produtividade

Quem também reforça a importância das previsões serem próximas da realidade do campo é o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), Antônio Galvan. A estimativa de fevereiro do IBGE para a soja foi de 149,3 milhões de toneladas, e vem sofrendo quedas sucessivas nos últimos meses, até que se chegasse a esse resultado. 

“O ajuste é normal. Nós temos ainda mais de 40% da soja brasileira no campo, para ser colhida, e temos ainda as regiões com bastante problemas. Menos problemas climáticos nesse momento, mas com problemas de doenças.” 

Com destaque para os estados da região Sul — que ainda têm muita soja para colher e estão sofrendo muito com as doenças. Galvan cita a Ferrugem Asiática, que pode encolher as expectativas de colheita e reduzir a produção do grão nesta safra. 

Ferrugem asiática

A ferrugem asiática é um fungo que atinge as lavouras de soja desde 2001, principalmente no Sul do país. Os produtores se preocupam com a doença pelo seu alto poder destrutivo — já que, quando não controlada, pode provocar perdas de até 90% do rendimento de grãos, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). 

A ferrugem asiática da soja causa lesões nas folhas que costumam ficar amarelas e causar sua queda, resultando em redução do ciclo. 
 

Copiar textoCopiar o texto
06/03/2024 00:01h

Apesar da alta na produção e exportação, alto custo de faz margem do produtor cair

Baixar áudio

Reconhecida internacionalmente, a força do agro brasileiro se reflete em números extensos. Só em 2023, a agropecuária movimentou cerca de R$ 680 bilhões.  A safra 2022/23 foi recorde, com alta de 15% — o maior da série histórica — e  que o ajudou a alavancar o Produto Interno Bruto (PIB) do país, que fechou em 2,9%. 

Há anos, as culturas de soja e milho se destacam. Desde 2000, com a inclusão de tecnologia de  ponta nas lavouras, houve crescimento da produção e ganho de produtividade. A soja, no ano passado, aumentou 27,1% e o milho 19%. Nesse cenário, uma cidade do interior do Mato Grosso tem no nome um sentimento que vem traduzindo o sentimento de seus moradores: Sorriso. 

Há cinco anos, o município mato-grossense de menos de 100 mil habitantes responde sozinho por 1,4% de toda a soja e milho produzidos no Brasil. Além de algodão herbáceo (em caroço) e feijão. Em valor de produção, a cidade chegou a um montante de R$ 11,5 bilhões.  

A força do agro reflete nas oportunidades em outras áreas, como conta o prefeito Ari Lafin (PSDB). “A oportunidade da geração de empregos através do agro. A indústria se consolida no município, fortalece o comércio, instituições de ensino se instalam por aqui, assim como médicos, dentistas, advogados. É uma rede de geração de oportunidades que são geradas através da produção agrícola no nosso município”. 

PIB aumentou, mas a margem dos produtores não

O resultado positivo em 2023 é resultado da safra 2022, e segundo o diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Glauber Silveira, o Brasil aumenta a todo ano a safra pois ainda tem muita terra onde plantar. “Somos um dos únicos países que ainda temos potencial para aumentar”, acrescenta.  

Apesar disso, o cenário não é apenas de vitórias. Segundo o diretor-executivo, o real cenário para o produtor não é apenas de comemorações. “A gente tem um aumento de PIB, mas com custos muito altos e o produtor acabou ficando numa margem muito baixa, até com prejuízo. Estamos num momento muito ruim. Nos anos anteriores, estávamos num momento positivo, de comemoração. Mas hoje, tanto agricultura quanto pecuária, estão com preços não remuneratórios.” 

O diretor-executivo da Abramilho explica que, mesmo com o aumento da produção e das vendas, o alto custo de produção acaba reduzindo muito a margem de lucro do produtor. 

PIB: apesar de fechar 2023 em alta, atividade econômica mostra desaceleração no segundo semestre

O que faz do Brasil um campeão de exportações 

O Brasil é hoje o maior produtor e exportador de soja do mundo. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produtividade média chega a 55,5 sacas por hectares com potencial de crescimento. Isso porque ainda existem muitos locais de pastagens degradadas — que podem ser usados no futuro para a expansão da lavoura, sem desmatamento. Especialista em direito econômico, o advogado Alessandro Azzoni explica que chegamos a esse nível por termos nos adequado às certificações exigidas internacionalmente. 

“Os nossos produtos são muito bem referenciados lá fora. A qualidade do grão da soja, do milho, frutas, carnes. Nossa proteína tem uma qualificação muito grande — desde o frango, boi, suínos. E o mundo é consumidor.”  

Entre os principais compradores do agro brasileiros, segundo a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) estão China (31,9%), União Europeia (16,1%) e Estados Unidos (6,6%).
 

Copiar textoCopiar o texto
26/02/2024 00:03h

Exportações do agronegócio cresceram 14,8% em janeiro

Baixar áudio

Depois de passar por um período difícil, os produtores de soja estão um pouco mais otimistas com as projeções para 2024. Apesar de não serem tão animadoras, pelo menos a melhoria dos preços pode ser um alívio para o setor. Com a previsão de fim do El Niño em abril — que em 2023 provocou fortes chuvas e temperaturas extremas em todo o país —, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) a expectativa também é positiva.

No entanto, alguns desafios ainda devem ser enfrentados pelos produtores de grãos, conforme explica o presidente da Aprosoja do Mato Grosso, Lucas Costa.

“Nós temos que lembrar que mesmo o Mato Grosso que tem as sojas mais tardias, e que estão recebendo melhores chuvas, por outro lado essa soja foi semeada fora do fotoperíodo adequado e isso já interfere na produtividade. E estamos tendo uma grande pressão de pragas como percevejo e a mosca branca ,que é o que mais preocupa: além de ter um alto custo para controlar, já há notícia no mercado que está faltando defensivo para o controle e a pressão muito alta, causando prejuízos”, ressalta. 

Apesar do fenômeno El Niño estar perdendo força no país, outra preocupação é o La Niña, que deve fazer com que a região Sul sofra com a seca, além de causar chuvas no Nordeste, Norte e Centro-Oeste.  

Para o engenheiro agrônomo Charles Dayler, a situação deve melhorar no segundo semestre deste ano, mas os efeitos ainda devem ser sentidos por mais tempo. 

“Pode ter problema de replantio, que vai atrapalhar o cronograma — e isso vai afetar diretamente o preço. Pode ter perdas de insumos, as possibilidades são grandes. E para esse ano, o resultado infelizmente é negativo, porque as commodities agrícolas pesam bastante na balança comercial brasileira. Então vai haver sim um impacto negativo pensando na safra deste ano. No ano que vem a tendência é que a gente tenha uma recuperação, mas vai ser um ano ainda com algum desafio”, avalia. 

Preços

Gelson Giombelli, produtor de milho, soja e trigo em Descanso, em Santa Catarina, diz que 2024 também não começou muito bem, mas tem esperança que as coisas melhorem. O milho colhido em janeiro foi abaixo do esperado. 

“Foi em torno de 80, 100, nessa base. Pelos investimentos que a gente faz teria que colher entre 200 e 220 sacas por hectare. E a expectativa boa é para a soja, que está muito bonita, agora que começou a chover bem. Vamos ver se se concretizar é a soja que vai nos salvar”, avalia. 

Ele conta que no início do ano passado chegou a vender a saca de soja por R$ 180  — e agora está custando pouco mais de R$ 100. O milho, a mesma coisa, era R$ 100 e agora está R$ 54. 

O relato de muitos produtores é que, ainda hoje, a conta não fecha. Quem colheu mais consegue cobrir os custos de produção ou nem mesmo isso, para os que não tiveram uma boa colheita, como diz  Ivan Brucceli, produtor de milho e soja de Rio Verde, no estado de Goiás.

“Os custos precisam realmente reduzir. Tem vários produtos que estão caros, as sementes estão muito caras, inviabilizando o plantio do produtor. Hoje praticamente o que ele vai gastar é o que ele vai colher. Então não adianta ele se apavorar e fazer o plantio do jeito que está porque já entra o plantio sem perspectiva de renda”, comenta. 

Exportações

Em janeiro deste ano, as exportações do agronegócio cresceram 14,8%, chegando a US$ 11,72 bilhões. Houve expansão do volume embarcado de grãos, passando de 9,5 milhões de toneladas no mesmo mês de 2023 para 11,38 milhões de toneladas em janeiro de 2024 — um aumento de 19,7% —, sendo o complexo soja responsável por 21,4% do valor total exportado. 

A soja atingiu o recorde de US$ 2,5 bilhões. Foram 2,85 milhões de toneladas exportadas em janeiro de 2024, volume 240,0% superior quando comparado com 2023. A maior importadora de soja em grãos do Brasil é a China — 69% do valor exportado.

Copiar textoCopiar o texto
19/02/2024 03:30h

O preço médio do trigo também seguiu a tendência de alta

Baixar áudio

A saca de 60 quilos de soja começou esta segunda-feira (19) em alta de 0,80% no preço e é vendida a R$ 112,40 para a região de referência do Paraná. 

O preço médio da soja que é comercializada no Porto de Paranaguá, no estado paranaense, registrou elevação de 0,90%, e o produto é comercializado a R$ 118,35.

Já o preço do trigo, por sua vez, seguiu uma tendência de alta no Paraná e de estabilidade no Rio Grande do Sul. A tonelada é comercializada a R$ 1.255,33, para retirada no estado paranaense. Para a retirada no Rio Grande do Sul, a tonelada é comercializada a R$ 1.179,43.

Os valores são do Cepea
 

Copiar textoCopiar o texto
18/02/2024 19:45h

Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Paraná e São Paulo são estados mais afetados

Baixar áudio

Com a economia baseada na agricultura, principalmente na produção de soja, o Mato Grosso foi o estado que mais sentiu o impacto das condições climáticas, que resultaram em dificuldades no último ano para os produtores e as perspectivas não são as melhores para esta safra. 

De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), os estados com situação mais crítica, em 2023, foram Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Paraná e São Paulo, respectivamente.  

Em Sorriso, município de Mato Grosso e um dos principais produtores de soja do país, a saca de 60 kg chegou a custar R$ 90 — valor que não cobre nem os custos da produção, segundo o presidente da Aprosoja, Antônio Galvan. 

“Quem colheu dentro normalidade, entre 50 e 60 sacas de soja, já teve dificuldade de pagar os custos da produção nesses preços.  Agora imagina aquele produtor atingido que está colhendo entre 20 e 30 sacas de soja por hectare, como ele vai fazer para cumprir com os compromissos? Quando falamos de custos de produção ainda tem os investimentos, porque não tem ninguém que não tenha sempre de 5% a 10% do seu faturamento de investimento na propriedade", ressalta. Ele lembra também os investimentos necessários para melhorar a produção, por meio de máquinas e armazenagem, por exemplo.

Projeções

A gerente administrativa do Grupo Spekken e especialista em comercialização de soja e milho, Cris Spekken, diz que este é um momento dramático para o produtor — e que algo precisa acontecer para mudar o cenário.

“Vai passar esse primeiro trimestre que tem características de ser um trimestre mais pressionado, porque é um momento de colheita, é um momento em que o produtor tem que vender produto, tem que pagar conta — e isso acaba pressionando o mercado, porque ele sabe que o produtor vai ter que ofertar o produto”, analisa. 

A especialista ainda completa: “Quem sabe a China não surpreende com uma demanda forte no mercado e necessidade de compra. Porque realmente a China está coberta praticamente até março”, ressalta. 

Para o engenheiro agrônomo Charles Dayler, a situação deve melhorar no segundo semestre deste ano, mas os efeitos ainda devem ser sentidos por mais tempo. 

“Pode ter problema de replantio, que vai atrapalhar o cronograma e isso vai afetar diretamente o preço. Pode ter perdas de insumos, as possibilidades são grandes. E para esse ano, o resultado infelizmente é negativo, porque as commodities agrícolas pesam bastante na balança comercial brasileira, então vai haver sim um impacto negativo pensando na safra deste ano. No ano que vem a tendência é que a gente tenha uma recuperação, mas vai ser um ano ainda com algum desafio”, avalia. 

As projeções da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontavam para uma colheita 149,4 milhões de toneladas, o que representa queda de 3,4% se comparada com o volume obtido no ciclo 2022/23.  

Copiar textoCopiar o texto