Superavit

21/02/2024 14:50h

Valor foi o maior registrado desde 1997, a US$ 6,5 bilhões

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Janeiro de 2024 registrou superávit recorde da balança comercial brasileira, no valor de US$ 6,5 bilhões. Este é o maior saldo comercial desde 1997. 

A China foi a principal parceira comercial a contribuir com este valor, no valor de US$ 2,7 bilhões. Somente este país contribui mais positivamente que a soma de África, Oriente Médio e América do Sul. Estas regiões geográficas juntas (excluindo a Argentina), contribuem com US$ 2,4 bilhões à balança comercial brasileira. 

Segundo especialistas da Fundação Getúlio Vargas, os dados evidenciam a importância do Brasil se manter aberto ao comércio internacional — o qual favorece a economia doméstica. De acordo com os pesquisadores, espera-se que em 2024 se mantenha o cenário favorável para o Brasil no setor. 

Por atividades, houve uma liderança do saldo positivo por parte da indústria extrativa, com destaques da venda de petróleo bruto e minério de ferro. A agropecuária também apresentou uma variação positiva, comparativamente a janeiro do ano anterior. 

As informações são do Instituto Brasileiro de Economia (FGV IBRE).
 

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09/12/2023 04:10h

Superavit primário foi de R$ 41,6 bilhões em 2022, segundo boletim do Tesouro Nacional

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Em 2022, os estados e o Distrito Federal registraram superavit de R$ 41,6 bilhões. O resultado representa uma queda de 65,7% (R$ 79,9 bi) em relação a 2021, quando o saldo positivo foi de R$ 121,5 bilhões.

O número é cerca de 0,3% do PIB em 2022. Um ano antes, o resultado primário foi de aproximadamente 0,9% do PIB. 

O economista e coordenador de MBA da Fundação Getulio Vargas (FGV), Mauro Rochlin, aponta os possíveis motivos para essa queda, quando comparado ao ano anterior.

“Os estados viram o seu ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços] sobre combustíveis e energia elétrica serem reduzidos por uma decisão do Congresso, isso afetou fortemente o caixa dos estados. Em junho do ano passado, o governo zerou os impostos federais, por outro lado as despesas dos estados foram pressionadas, principalmente por despesas com pessoal”, explica. 

Em 2022, o aumento da despesa com pessoal, de outras despesas correntes e dos investimentos foi superior ao IPCA verificado no ano (5,79%).

O consultor de orçamento César Lima fala sobre a importância desse saldo positivo: “Esse superávit financeiro é bom para se iniciar o ano sem precisar fazer operações de crédito, como adiantamento de receita orçamentária. A questão também da queda é que o governo federal injetou muito dinheiro em estados e municípios durante a pandemia, o que já não aconteceu em 2022 e 2023”, afirma. 

Situação nos estados 

Os estados do Pará (13,7%),  Santa Catarina (11,0%) e Amapá (9,3%) foram os que apresentaram variações reais mais positivas nas receitas primárias. Por outro lado, 24 estados e o DF apresentaram aumento real nas despesas primárias, com exceção do Rio Grande do Sul (-6,5%) e de Goiás (-2,4%). 

Para Mauro Rochlin, o estado ter tido mais ou menos receita não significa necessariamente algo bom ou ruim, porque depende da situação em que ele se encontra. 

“Para alguns estados ter um bom resultado é fundamental. Se for puxar o exemplo do Rio de Janeiro, mas poderia ser de Minas Gerais também, que são estados que têm hoje uma capacidade financeira extremamente comprometida, um resultado positivo significa que o estado está se recuperando, recuperando a sua capacidade de investir”, analisa. 

Os números foram divulgados nesta semana no Boletim de Finanças dos Entes Subnacionais, do Tesouro Nacional. 

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08/11/2023 04:30h

Apesar de momento de turbulência internacional, economistas veem certa “tranquilidade” na economia brasileira

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O Banco Central (BC) informou nessa segunda-feira (6) que o Brasil reduziu o déficit em 79,71% no balanço de pagamentos que representam as transações comerciais, financeiras e de serviços com outros países. As contas externas atingiram saldo negativo de US$1,4 bilhão em setembro deste ano. No mesmo período do ano passado, era de US$ 6,9 bilhões. Economistas e especialistas ouvidos pelo Brasil 61 avaliam o cenário de forma otimista, com a expectativa de que o crescimento continue. 

César Bergo, presidente do Conselho Regional de Economia do Distrito Federal, afirma que a tendência é que os números externos sigam melhorando, sobretudo em razão dos superávits comerciais que vêm sendo obtidos pela balança.

“O cenário econômico para os próximos meses é positivo. Nós estamos vendo a franca recuperação da balança comercial, a queda do déficit na balança de pagamento, e a balança de serviço apresenta um decréscimo. Somando tudo isso, mostra-se um ponto positivo para o fechamento das contas externas até o final do ano. A balança comercial continua superando os recordes anteriores, há toda uma questão envolvendo investimentos externos que vêm crescendo”, diz Bergo. “Isso dá uma tranquilidade para o Brasil passar por esse momento de tensão internacional”.

A balança comercial de bens apresentou um superávit de US$ 7,2 bilhões, em contraste com o saldo positivo de US$ 2,1 bilhões registrado em setembro de 2022. As exportações de bens chegaram a US$ 28,7 bilhões, queda de 5,2% em comparação com o ano anterior. As importações de bens encolheram 23,8% na mesma base de comparação, e totalizaram US$ 21,5 bilhões.

Rosa Gonçalves,  CEO e fundadora da Idea Soluções Financeiras e agente de crédito internacional,  reconhece a melhoria nas contas externas, ao mesmo tempo em que pontua outros desafios para a economia brasileira.

“Os estados que mais se destacam são aqueles que possuem a economia diversificada e comércio internacional mais presente como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais; e é possível observar uma melhora nas contas externas que no Brasil em setembro com saldo negativo menor em comparação ao mesmo período do ano do ano anterior. No entanto, não podemos acreditar que tudo foi resolvido. O Fundo Monetário Internacional, por exemplo, projetou que a dívida pública bruta no Brasil chegará a 96% do PIB até 2028”, diz.

 Crescimento do PIB

Pedro Ivo Camacho, professor adjunto da Federal Fluminense no Departamento de Ciências Atuariais e Finanças, detalha que o resultado foi impulsionado pelo setor do agronegócio. As regiões do Centro-Oeste, Sul e Sudeste são as mais favorecidas por esse fenômeno, diz Camacho. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estima que o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro deverá crescer até 2,5% em 2023 em comparação ao ano anterior.

“O déficit nas contas externas do Brasil é algo conjuntural e de médio e longo prazo desde 2009/2010. Apresentamos um problema crônico nas nossas exportações líquidas, o que atrapalha muito a nossa capacidade de atrair divisas estrangeiras”, completa Camacho. “A princípio, o ano começou com alento. Principalmente a partir de abril, quando nós estancamos a relação de decrescimento das nossas exportações líquidas e passamos a fazer um movimento de alta que deve compensar parte desse saldo negativo”, afirma.

“Nesse sentido, é possível que o Brasil em 2024 tenha uma melhora nesse quadro. Mas o que estamos discutindo hoje é um fenômeno de médio e longo prazo que a economia brasileira passa e que atrapalha muito as nossas oportunidades de crescimento”, enfatiza Camacho.

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