Empreendedorismo feminino

30/08/2023 20:30h

Entre os benefícios estão o financiamento de até 100% do valor total do empreendimento, acréscimo de um ano para carência e dois anos do prazo de pagamento em todas as linhas de financiamentos e dispensa de Carta-Consulta

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O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) e a Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco) lançaram, nesta terça-feira (29), em Campo Grande (MS), o Programa FCO Mulheres Empreendedoras. A iniciativa faz parte do projeto Caravana da Sudeco e tem como objetivo mitigar a sub-representatividade feminina e fortalecer a participação das mulheres na economia do Centro-Oeste. A assinatura ocorreu durante os atendimentos da Caravana da Sudeco na cidade.

"Nós estamos do mesmo lado, pensando em um desenvolvimento cada vez mais inclusivo, que diminua as desigualdades. Não faz sentido que os atores públicos e privados façam movimentos para o país se desenvolver, mas aumentar a desigualdade. Por isso, precisamos estar muito atentos com a distribuição da renda. As políticas públicas devem considerar as regionalidades e os recortes necessários para oportunizar os mais pobres a participar do processo", destacou o ministro Waldez Góes.

A superintendente da Sudeco, Rose Modesto, falou sobre falta de oportunidades para mulheres no mercado de trabalho, equiparação dos salários e ocupação em altos cargos nas empresas: “É por isso que, hoje, a Sudeco, o MIDR, o Governo Federal, o Banco do Brasil e outras instituições financeiras estão proporcionando a oportunidade para todas as mulheres do Centro-Oeste terem acesso ao crédito. Não é só sobre ter renda, mas possibilitar que outras mulheres, por meio dos empregos que serão gerados, tenham renda também”, afirmou.

Segundo o estudo "Mulheres Empreendedoras no Brasil", realizado pelo Sebrae em parceria com o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBPQ), apenas 25% das mulheres conseguem obter empréstimos bancários para seus negócios, enquanto essa proporção é de mais de 33% entre os homens.

Assim, serão oferecidas condições diferenciadas de carência, prazo e limite financiável do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) às empresas e propriedades rurais de menor porte dirigidas por mulheres ou que tenham em seu quadro ao menos 40% de participação de sócias mulheres.

Entre os benefícios estão o financiamento de até 100% do valor total do empreendimento, acréscimo de um ano para carência e dois anos do prazo de pagamento em todas as linhas de financiamentos, além dos que já são oferecidos pelo FCO, dispensa da apresentação de Carta-Consulta e limites diferenciados de capital de giro associado, podendo chegar até os 40%.

Para ter acesso aos recursos, as proponentes devem procurar uma agência do Banco do Brasil, que é a instituição que operacionaliza as ações do FCO. Lá, as interessadas deverão apresentar uma proposta de financiamento.

FCO Irrigação

Durante a cerimônia, também foi lançado o FCO Irrigação, voltado para produtores rurais, cooperativas e associações que se dedicam às atividades produtivas no setor rural, financiando serviços e projetos de irrigação e drenagem, infraestrutura hídrica, como barragens e energia, além de financiamento para aquisição de equipamentos de irrigação.

Os prazos de investimento fixo vão até 12 anos, incluindo o período de carência de até três anos. Para máquinas e equipamentos, até 10 anos, também incluindo o período de carência de até três anos.

FCO

O Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) é um fundo de crédito criado pela Constituição Federal de 1988 com o objetivo de promover o desenvolvimento econômico e social da Região Centro-Oeste.

Destinado para pequenos investidores como produtores rurais, comércios e serviços que desejam iniciar, ampliar ou modernizar atividades produtivas na região, proporciona benefícios como taxas de juros mais baixas que as do mercado, prazo de pagamento mais longo e carência maior. R$ 20 milhões é o valor máximo financiado pelo fundo.

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27/03/2023 04:50h

Segundo levantamento feito pelo Sebrae no período entre os anos de 2021 e 2022, o Brasil tem 1,3 milhão de mulheres empregadoras

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A participação de mulheres empreendedoras no Brasil cresceu 30% entre os anos de 2021 e 2022. Apesar do número positivo, as empresas lideradas por mulheres são menores - 87% delas continuam atuando sozinhas em seus empreendimentos. Os dados são do estudo realizado pelo Sebrae a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE.

Segundo a coordenadora Nacional de Empreendedorismo Feminino do Sebrae, Renata Malheiros, tradicionalmente o número de microempreendedores individuais ou mulheres que empreendem por conta própria é grande porque as mulheres são sobrecarregadas com relação aos cuidados com a família e os trabalhos domésticos. O levantamento aponta ainda que ao longo de quatro trimestres consecutivos a proporção de mulheres que geram pelo menos um emprego aumentou de forma expressiva, enquanto o percentual de homens empregadores cresceu apenas 8%. O Brasil tem 1,3 milhão de mulheres empregadoras em um universo de 10,3 milhões de donas de negócios, segundo a pesquisa.

“O crescimento do número de mulheres empregadoras traduz a força do empreendedorismo feminino. A gente vem de um contexto de crise econômica, e precisamos dizer que, sim, estamos avançando, que é importante que se empregue mais funcionários, porque isso gera mais rendimento para as pessoas, porém, ainda existem obstáculos importantes para as mulheres empreendedoras. Então aqui a gente precisa falar de divisão de tarefas, precisa falar de creches, para que as mulheres possam de fato se dedicar com todo o seu potencial aos negócios”, ressalta.

Dados do Instituto Rede Mulher Empreendedora (IRME) apontam que apesar de a maioria das mulheres empreendedoras trabalharem sozinhas, quando empregam, tendem a contratar mais mulheres. Sendo que, entre as que empregam ao menos um funcionário, 44% têm um quadro totalmente feminino e 28% contam com uma equipe majoritariamente feminina.

Mulheres em posição de liderança

Ter mulheres na liderança é um dos principais desafios da atualidade e as empresas ainda têm um longo caminho a percorrer. Embora representem cerca de metade da população, as mulheres ocupam apenas 37,4% dos cargos corporativos de liderança. Os dados são da pesquisa “Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil”, divulgada pelo IBGE.

Após uma carreira dedicada a desenvolver negócios para empresas multinacionais, a economista Deise Nicoletto sentiu a necessidade de aplicar a sua experiência para um nicho que gerasse, ao mesmo tempo, sustentabilidade financeira e resolvesse um problema social. Hoje, como CEO e diretora executiva do Impact Hub Brasília, a empresária destaca que a liderança feminina é essencial para estabelecer a igualdade de gênero dentro de uma empresa e, assim, contribuir para a igualdade na sociedade.

“É importante ter mulheres em cargos de liderança para a gente trazer igualdade no meio que a gente está envolvido, que todo mundo pode ocupar cargos da mesma forma, independente de gênero. Trazer o equilíbrio da sensibilidade e do olhar ecossistêmico da mulher. Porque o homem é muito mais racional e a mulher tem essa coisa mais do sistema de entender, envolver. Então esse equilíbrio é muito importante”, explica.

Com o objetivo de fomentar o empreendedorismo feminino, o Congresso Nacional tem trabalhado em projetos de incentivo ao empreendedorismo feminino, voltados a promover o acesso facilitado de mulheres a linhas de crédito, educação financeira, assistência técnica e sistemas diferenciados de garantia. Para a senadora Soraya Thronicke (União-MS), é preciso facilitar cada vez mais abertura do mercado e o empreendedorismo feminino.

“Não é simples para nenhum brasileiro acessar crédito para empreender. Infelizmente, com as mulheres é pior ainda, nós precisamos, sim, voltar nossos olhares para as mulheres, principalmente porque hoje a gente sabe que a maioria dos lares brasileiros tem como arrimo de família uma mulher. Mas muitas não encontram esse campo fácil para poder empreender. Nós precisamos facilitar a vida delas porque a mulher, quando tem as condições, ela prospera”, diz.
 

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10/03/2023 19:43h

Nesta fase inicial, que ainda prevê laboratórios em Salvador (BA) e São Paulo (SP), serão investidos R$ 16,6 milhões

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Mãe de três filhos, Vivi, da Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, tem que se desdobrar como empreendedora para dar conta das dificuldades da vida. “Passei por muita dificuldade e confesso que não é uma caminhada fácil, mas é uma caminhada possível através de esforço, da capacitação, do estudo. Eu quero agradecer a CUFA, à CAIXA por viabilizar esse projeto acreditando em nós, mulheres de favela. Essa é uma oportunidade para a gente voar mais alto ainda.”

Agora, outras mulheres como Vivi terão mais apoio para transformar suas vidas. Isso porque a CAIXA lançou o primeiro laboratório de inovação social pelo programa Mulheres de Favela. Iniciativa da CAIXA em parceria com a CUFA, sigla para Central Única das Favelas, o programa busca impulsionar o desenvolvimento socioeconômico nas favelas, com foco na emancipação das mulheres.

O Mulheres de Favela conta com investimento inicial de R$ 16 milhões e 600 mil reais do Fundo Socioambiental CAIXA (FSA). Neste primeiro momento, o recurso será aplicado em 3 laboratórios de inovação social nas favelas do Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Paulo (SP).

O laboratório de inovação social abriga oficinas de empreendedorismo, organização e educação financeira. No local, as empreendedoras contam com a ajuda de uma incubadora de negócios, serviços de formalização de empresas, orientação contábil e de produtos bancários. 

Durante o funcionamento do espaço, as mulheres poderão escolher até três cursos de qualificação profissional. 

A CAIXA também aproveita o espaço para orientar as pessoas a utilizar  app CAIXA Tem e detalhes sobre outros serviços relacionados ao banco, como FGTS, habitação e benefícios sociais.

Uma das principais iniciativas de capacitação oferecida pelo Mulheres de Favela é a oficina de upcycling. Nela, as participantes aprenderão a transformar resíduos e materiais recicláveis em produtos a serem comercializados. As mulheres também terão acesso a oficinas de maquiagem, manicure, tranças e design de sobrancelhas.
Também estará disponível um “Espaço Kids”, onde são realizadas atividades com as crianças enquanto as mães ou responsáveis participam do laboratório. 

A cerimônia de lançamento do laboratório ocorreu no Complexo da Penha, na capital fluminense, e contou com a presença da primeira-dama, Janja Lula da Silva; da ministra da Igualdade Social, Anielle Franco; do ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias; e da presidenta da CAIXA, Maria Rita Serrano, além de outras autoridades federais e estaduais. 

Maria Rita Serrano aproveitou a solenidade para reforçar a necessidade de garantir ações de empreendedorismo e de crédito à população feminina. “A CAIXA em cumprimento ao seu papel social vem aqui hoje junto com à vocês lançar esse programa que vai atender num primeiro momento aqui na comunidade, 300 mulheres. Depois dessa primeira etapa, nós trataremos com ações de empreendedorismo voltada para a possibilidade de microcrédito, microfinanças. Porque não basta dar o curso, tem que ter os instrumentos de fato para que isso vire um renda.”

No evento, a primeira-dama Janja Lula da Silva ressaltou o empreendedorismo feminino que o projeto Mulheres de Favela vai incentivar na comunidade.
“As politicas públicas não são feitas por um governo, elas são politicas de estado e para a população. Esse projeto [Mulheres de Favela] vai descobrir muito talento. Não é só um curso de esmaltação, de trança. Isso que está acontecendo aqui hoje a gente consegue transformar vidas, dando às mulheres oportunidades. Vocês estão conquistando uma coisa que é direito das mulheres.”

Depois do Complexo da Penha, será a vez dos laboratórios das cidades de Salvador e São Paulo. A expectativa é que 300 mulheres sejam capacitadas em cada laboratório, após 45 dias de formação prática. Outras 1.500 devem participar das oficinas online e demais atividades. A expectativa é que as trilhas alcancem 50 mil pessoas.

O Mulheres de Favela tem três etapas. Na primeira, presencial, serão feitas atividades práticas em empreendedorismo, como educação financeira e gestão de negócios. A segunda etapa será pelo Whatsapp, com uma trilha de vídeos curtos sobre empreendedorismo gravados por mulheres da favela. A ideia é gerar identidade e pertencimento. A última etapa será feita em uma plataforma digital, em que as mulheres vão ter acesso a uma trilha com aprofundamentos sobre educação financeira.

Para mais informações, acesse caixa.gov.br.

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