Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Arquivo Pessoal

Com telha que gera energia limpa, alunos de São Gonçalo (RJ) disputam título brasileiro de robótica

Projeto que gera energia eólica e solar pode economizar até 98% na conta de luz e foi selecionado para etapa nacional da FLL, em São Paulo

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Foi pensando na geração de energia limpa e renovável que alunos do SESI de São Gonçalo disputam, a partir de sexta-feira (6), a etapa nacional Festival SESI de Robótica. A equipe “Fênix Robots Furious” decidiu unir as energias eólica e solar em um projeto acessível, que pode ser utilizado dentro de casa.

A ideia consiste em uma telha com turbina para captar ventos e com painel fotovoltaico para captar a energia do sol. “Assim, a telha vai estar sempre coletando energia, seja com um recurso ou com outro”, explica o aluno Richard Alves Lhamas, de 15 anos, um dos integrantes do grupo.

Segundo a equipe, o projeto foi desenvolvido para ser integrado ao sistema elétrico convencional, já que é permitido no país produzir energia em casa e vender o excedente para empresas que operam nesse mercado. A economia estimada pode chegar a 98% na conta de luz.

“Você gera uma corrente e joga na rede. A concessionária concede créditos para abatimento na conta de luz. Dependendo de quanto você produzir, sua conta de luz viria com o valor mínimo ou viria com o valor bem menor por conta do desconto”, explica o professor Renato Rodrigues, treinador da equipe.

Além de inovar na geração de energia, o projeto também ajuda na redução do lixo gerado pelas cidades. A ideia é que a telha geradora de energia substitua o formato “colonial”, feito de barro. “Esse tipo de telha polui o meio ambiente durante sua produção, também precisa de manutenção constante por conta do lodo. Por isso, decidimos usar a ‘telha pet’, que é feita de plástico pet reciclado, que tem uma durabilidade maior, precisa de menos manutenção e polui muito menos o meio ambiente”, defende Richard.

O processo de pesquisa e produção do protótipo, segundo os estudantes, foi “intenso”. Richard acrescenta que ele e os colegas treinaram para a competição mesmo durante as férias, mas que o processo valeu a pena. “Eu não achei muito problema, porque é algo que eu gosto de fazer e o objetivo não era simplesmente ganhar, era também se divertir e trabalhar em equipe”, garante.

A competição
 
O Festival SESI de Robótica, que é o maior campeonato de robótica do Brasil, reunirá 100 equipes de todo o Brasil, formadas por estudantes de 9 a 16 anos, na categoria FIRST LEGO League, que utiliza robôs Lego para enfrentar os desafios desta temporada. A ideia é promover disciplinas, como ciências, engenharia e matemática, além da sala de aula. Este ano, os competidores terão que apresentar soluções inovadoras para melhorar, por exemplo, o aproveitamento energético nas cidades e a acessibilidade de casas e prédios.

O diretor de Operações do Departamento Nacional do SESI, Paulo Mól, ressalta que a elaboração dos projetos estimula a autonomia e o trabalho em equipe e contribui para a formação profissional dos alunos. “A questão do empreendedorismo é a base de todo o processo. Nesse torneio, uma das avaliações que é extremamente importante é a capacidade de empreender, de buscar coisas novas, de fazer com que o produto seja desenvolvido”, atesta.

Arte: Ítalo Novais/Sabrine Cruz
 

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