17/05/2024 01:06h

O valor será pago em parcela única e o programa limita o auxílio a uma pessoa por família

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As famílias afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul serão beneficiadas com um auxílio de pagamento único, no valor de R$ 5.100. A Medida Provisória que cria o Auxílio Reconstrução, direcionado às pessoas que residem nas regiões gaúchas impactadas pelas chuvas intensas, foi publicada em uma edição extra do Diário Oficial da União (DOU). O texto tem validade imediata, mas ainda requer aprovação do Congresso Nacional.

Para o governador do estado, Eduardo Leite, o apoio do governo federal para a reconstrução do estado será “importante” para as famílias. 

“Não que resolva tudo para sua vida. A gente sabe que não resolve, os cinco mil e os R$ 2.500 não vão resolver tudo, mas é um importante sinal para poder mostrar para cada uma delas que elas não estão sozinhas. E que elas vão ter um impulso, uma oportunidade para poder refazer as suas vidas neste momento difícil”, ressalta.

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De acordo com as regras do programa emergencial, o auxílio será limitado a uma pessoa por família, sendo direcionado para aquelas categorizadas como desalojadas e desabrigadas, conforme definido pela legislação que estabelece a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil.

No Rio Grande do Sul, 538.167 pessoas estão desalojadas e 77.199 em abrigos. Os dados foram divulgados pela Defesa Civil do estado. 

O acesso ao recurso dependerá das informações  fornecidas pelas prefeituras sobre as famílias afetadas, além de uma autodeclaração feita pelo próprio beneficiário. Esta autodeclaração deverá incluir, obrigatoriamente, documentação que comprove, de alguma forma, o endereço residencial da família.

O Auxílio Reconstrução poderá ser concedido aos beneficiários de outros programas assistenciais ou previdenciários, com prioridade para mulheres.

A execução dos pagamentos será conduzida pelo Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, e os valores serão depositados pela Caixa Econômica Federal, através de conta poupança social digital aberta automaticamente em nome do beneficiário, ou em outra conta pertencente ao beneficiário nesta mesma instituição financeira.

Programa Volta por Cima

O governador Eduardo Leite destaca que foi publicado, no Diário Oficial do Estado (DOE), um decreto que estabelece uma nova edição do programa Volta por Cima.

“Pessoas que estão no Cadastro Único, especialmente as de extrema pobreza e pobreza, têm um cartão de programas aqui do governo do estado, onde a gente credita. Já está sendo creditado R$ 2.500 para cada uma delas, para fazer a aquisição do que elas precisarem sem definir o uso específico”, explica.

O decreto prevê a concessão de auxílio financeiro às famílias afetadas pelas chuvas intensas e enchentes no Rio Grande do Sul, no período de 1º de janeiro a 31 de maio de 2024.

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17/05/2024 01:02h

Ao longo de 10 anos, a meta é chegar à casa dos R$ 4 bilhões em investimentos. CNI compra cota pioneira de R$ 2 milhões

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O Instituto Amazônia+21 lança, nesta sexta-feira (17), a Facility de Investimentos Sustentáveis. Trata-se de uma plataforma destinada a atrair investimentos para impulsionar empreendimentos sustentáveis na região amazônica. A intenção inicial é captar R$ 600 milhões nos primeiros três anos. Ao longo de 10 anos, a meta é chegar à casa dos R$ 4 bilhões em investimentos.

Essa iniciativa, liderada por empresários locais, recebe apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e das nove federações das indústrias dos estados que compõem a Amazônia Legal. São eles: Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Pará, Maranhão, Amapá, Tocantins e Mato Grosso.

Com o valor, o Instituto Amazônia+21 espera os seguintes impactos: 

  • Desenvolvimento de uma economia de alto valor agregado, justa e inclusiva no bioma; 
  • Redução do desmatamento, das emissões, da poluição e aumento da conservação da biodiversidade; 
  • Desenvolvimento socioeconômico e a melhoria das condições de vida das populações locais; 
  • Ampliação e diversificação da oferta de bens e serviços no território.

A ferramenta Facility de Investimentos Sustentáveis vai operar por meio de um modelo de financiamento misto, conhecido como blended finance. Esse formato combina recursos provenientes de fontes comerciais, públicas, de fomento e filantrópicas, com o intuito de viabilizar projetos que gerem impactos sociais e ambientais positivos.

A ferramenta de investimentos vai trabalhar simultaneamente com quatro plataformas em setores como bioeconomia, energia renovável e turismo sustentável.

BENEFÍCIOS

Para os doadores, há benefícios significativos, como a capacidade de alavancar seu capital em até sete vezes e a oportunidade de participar ativamente da governança da ferramenta. Enquanto isso, os investidores comerciais podem esperar retornos financeiros semelhantes às taxas e prazos do mercado tradicional.

Além disso, tanto doadores quanto investidores estarão contribuindo diretamente para o combate às mudanças climáticas e para a conservação do meio ambiente e da biodiversidade.

CNI

A CNI é a primeira entidade a investir no Fundo Catalítico da Amazônia. Ao adquirir uma das dez cotas pioneiras do Fundo, no valor de R$ 2 milhões, a entidade garante, por um período de dez anos, uma cadeira no conselho estratégico da Facility de Investimentos Sustentáveis, com poderes consultivos e deliberativos.

O conselho estará envolvido em todas as etapas de implementação e operação da plataforma, receberá relatórios de desempenho operacional, financeiro e de impacto, e será convidado a participar das decisões estratégicas ao longo do processo.

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16/05/2024 00:04h

No Rio Grande do Sul, o prazo foi prorrogado para 31 de agosto nos municípios atingidos pelas enchentes

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O prazo para enviar a declaração do Imposto de Renda de 2024 termina no dia 31 de maio. No Rio Grande do Sul, contudo, o prazo de entrega para os municípios atingidos pelas enchentes foi prorrogado para 31 de agosto. As informações foram divulgadas pela Receita Federal.

Asafe Gonçalves, sócio diretor do Asafe Gonçalves Advogados e especialista em direito tributário, explica quem está isento do Imposto de Renda. “Atualmente estão isentos do Imposto de Renda indivíduos com renda mensal de até R$ 2.640,40, na ponta do lápis. Para rendimentos superiores, vão ser aplicadas alíquotas progressivas de 7,5% a 27,5%.”

De acordo com a Receita Federal, até a manhã desta quarta-feira (15) já foram entregues 25.229.399 declarações do Imposto de Renda 2024. A meta prevista é de 43 milhões de declarações até o final do prazo.

O analista de sistemas Gabriel Gomes, de 26 anos, mora em Paulista, em Pernambuco. Ele diz que vai enviar a declaração do Imposto de Renda pela primeira vez neste ano. E comenta sobre como encarou essa novidade na sua vida financeira.

“Nas últimas semanas, eu vi algumas notícias falando sobre o prazo da declaração do Imposto de Renda e lembrei que esse vai ser o primeiro ano que eu vou precisar declarar. Eu nunca fiz isso antes, então provavelmente vou pedir ajuda de um contador para me auxiliar nessa tarefa  — e pretendo entregar no prazo para não ter problemas.”

Como enviar a declaração?

A declaração pode ser enviada diretamente pela internet, por meio do portal “Meu Imposto de Renda”. Para acessar, é necessário ter uma conta gov.br com nível prata ou ouro.

Também é possível enviar pelo celular ou tablet, utilizando aplicativo da Receita Federal, disponível na App Store e Google Play.

Multa para quem atrasa a entrega

Aqueles que são obrigados a apresentar a declaração e não o fizerem até essa data estarão sujeitos a multas, alerta a Receita Federal.

O valor da multa cobrada é de 1% ao mês, sobre o valor do Imposto de Renda devido, com limite de 20% do total do Imposto de Renda. Além disso, o valor mínimo da multa é de R$ 165,74.

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16/05/2024 00:03h

Estão inclusas vacinas contra hepatite A, raiva, poliomielite, influenza e covid-19

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Os moradores do Rio Grande do Sul têm enfrentado dificuldades devido às enchentes que estão atingindo o estado. Nesse contexto, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) está realizando o envio de insumos destinados à saúde, para garantir o abastecimento do estado. As informações foram divulgadas pelo Ministério da Saúde.

O Programa enviará 600 doses de imunoglobulina, proteínas utilizadas pelo organismo para combater um determinado antígeno, como vírus e bactérias, por exemplo. Além disso, a pasta irá destinar 1,1 mil frascos de soro; 416 mil doses de vacinas contra hepatite A, raiva, poliomielite e influenza — e 134 mil doses de vacinas contra a Covid-19. 

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Vacinas

O clínico geral Vital Fernandes Araújo explica que as vacinas são substâncias que estimulam o sistema imunológico a produzir defesa contra agentes causadores de doenças, especialmente vírus e bactérias.

“A vacinação, sem sombra de dúvidas, foi uma das maiores um dos maiores avanços que nós tivemos na humanidade, na prevenção de doenças graves que no passado causavam muitas mortes e sofrimento”, destaca.

Roberto Gonçalves, morador da cidade de Canoas, no Rio Grande do Sul, com MBA na área de logística e finanças, afirma que é importante que essas doses cheguem no estado de forma rápida e distribuída nas prefeituras e municípios.

“Que venham [as vacinas], que venham muito mais doses, isso é muito necessário, porque o ambiente atingido é muito grande. Estamos precisando também de especialistas, no mínimo auxiliares com cursos específicos, para também fazer as aplicações”, ressalta.

Para ele, o poder público precisa ir até as pessoas, por exemplo, colocando unidades móveis para aumentar a abrangência da vacinação, e pontos fixos de saúde nos locais que não foram alagados.

Gonçalves destaca que os gaúchos estão em um período de transição climática, saindo de dias quentes para chuvas, e agora, temperaturas baixas. “10 graus na maioria das cidades centrais, nos locais mais altos as temperaturas registraram média de 5 graus. E essa mudança também vai causar alergias”, completa.

Diabetes

Além disso, a Sociedade Brasileira de Diabetes e diversos institutos mobilizaram esforços para coletar medicamentos dentro do prazo de validade destinados às vítimas das enchentes, com foco especial em insulinas e insumos essenciais, como seringas e agulhas de canetas.

O médico endocrinologista Flavio Cadegiani, especializado em endocrinologia clínica, informa como a falta de acesso à insulina pode representar um risco de vida para pessoas com diabetes tipo 1 e tipo 2.

“O paciente portador de diabetes tipo 1 não tem produção de insulina ou tem produção insuficiente. Isso porque a origem do diabetes tipo 1 é basicamente a destruição das células produtoras de insulina no pâncreas, que são as células beta. Hoje, a insulina máxima dura de 24h a 36 horas. Passando disso, a pessoa entra em um quadro dramático e precisando de cuidados em terapia intensiva”, alerta.

Segundo o Ministério da Saúde, foram enviadas cerca de 30 mil frascos de insulina, 287 mil canetas e 1,8 milhão de agulhas de aplicação para o Rio Grande do Sul.  Em Porto Alegre, foram entregues mais 43 mil frascos, 330 mil canetas e 1 milhão de agulhas.

Para o endocrinologista, o envio dos insumos para o Rio Grande do Sul é uma ação “mais que necessária” para salvar vidas.

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15/05/2024 00:07h

O fenômeno El Niño causou excesso de chuvas no Sul e a falta delas no Centro-Norte do Brasil, limitando a produção de leguminosas

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A safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2024 é estimada em 299,6 milhões de toneladas, aponta o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de abril, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso representa uma redução de 5,0% em comparação com o ano anterior. Em relação à estimativa de março, houve um leve aumento de 0,4%.

O gerente do levantamento, Carlos Barradas.destaca que a produção de soja, considerada a principal commodity do país, aumentou 0,9% em relação à estimativa de março, alcançando a marca de 148,3 milhões de toneladas. No entanto, esse número ainda representa uma queda de 2,4% em comparação com a produção total do ano passado.

“Para o milho, a previsão é de 115,8 milhões de toneladas, uma queda de 0,3% em comparação ao mês anterior — e uma redução de 11,7% em relação ao que produzimos em 2023. Problemas climáticos durante a safra de verão reduziram o potencial da safra brasileira de grãos de 2024, principalmente com relação às produções de soja e de milho”, informa Barradas.

El Niño

Segundo o levantamento, os efeitos do fenômeno climático El Niño, caracterizado pelo excesso de chuvas nos estados da Região Sul e pela escassez de chuvas regulares e altas temperaturas no Centro-Norte do Brasil, resultaram em uma limitação no potencial produtivo da leguminosa em muitas das unidades da federação produtoras.

O consultor de agronegócios João Crisóstomo, da BMJ Consultores Associados, ressalta que o El Niño foi um desafio na safra 2023/2024, provocando um atraso nas chuvas. “O fenômeno climático provocou um atraso nas chuvas — o que consequentemente atrasou a semeadura e a colheita, sobretudo no Centro-Oeste, que foi onde foi observado esse atraso nas chuvas no Mato Grosso”, explica.

Ele aponta que o El Niño também evidenciou problemas logísticos que acontecem no Brasil, como na infraestrutura com escoamento de produção.

“A armazenagem e escoamento, inclusive nos portos, tem um gargalo provocado pelas rodovias e ferrovias do país, e toda vez quando chega na época de colheita ele fica cada fica muito evidente. Mesmo em um ano como esse, em que provavelmente teremos uma produção menor em relação ao ano passado, vamos acabar observando como vai ser o gargalo na produção ”, ressalta.

Apesar dos desafios, o consultor de agronegócios destaca que esse é um setores mais importantes para economia brasileira — e contribui significativamente para o PIB brasileiro.

Produção regional

O IBGE mostra que a estimativa da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou variação anual positiva para duas regiões: a Sul (8,3%) e a Norte (7,6%). Houve variação anual negativa para as demais: a Centro-Oeste (-12,2%), a Sudeste (-10,5%) e a Nordeste (-3,1%).

Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, com participação de 28,0%, seguido pelo Paraná (13,4%), Rio Grande do Sul (13,3%), Goiás (10,6%), Mato Grosso do Sul (8,3%) e Minas Gerais (5,6%), que, somados, representaram 79,2% do total.

Outros grãos

O levantamento mostra que, para o arroz, a produção estimada foi de 10,5 milhões de toneladas — um crescimento de 2% em relação ao que foi produzido em 2023. Para o feijão, a previsão é de 3,3 milhões de toneladas — um aumento de 11% em relação ao que foi produzido no ano anterior.

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15/05/2024 00:02h

Jornalistas apontam problemas que dificultam o trabalho, como falta de energia e deslocamentos demorados

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As chuvas intensas que atingem o Rio Grande do Sul estão dificultando o trabalho dos radialistas no estado. Neste momento de calamidade pública, os serviços realizados por emissoras de rádio são essenciais para informar a população sobre os abrigos, locais seguros, doações, entre outros.

Em nota, a Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão (Agert) informou que as emissoras de rádio locais estão passando por momentos “complicados”, com chuva, enchentes e deslizamentos de terra atingindo os municípios do Rio Grande do Sul. Nesse cenário, a programação está voltada para comunicar as informações disponibilizadas pela Defesa Civil, prefeituras e governo federal.

Atualmente, a Agert possui 307 emissoras de rádios gaúchas associadas, localizadas em diversos municípios, como Porto Alegre, Pelotas, Uruguaiana e Passo Fundo.

O jornalista César Bresolin Salvaro, da rádio e Tv C.B.S de Sapucaia do Sul, explica que a emissora precisou fazer adaptações para continuar trabalhando, inclusive mudando o conteúdo que era focado em esportes e entretenimento, para falar sobre a situação do estado.

“Nós também tivemos pessoas da nossa equipe que foram atingidas pela enchente, perdendo tudo. Fizemos então a adaptação e desde o dia primeiro de maio, estamos com uma cobertura ampla sobre as enchentes na nossa região e também no Vale do Taquari. Também estamos fazendo muita ajuda humanitária, como com auxílio nos resgates através dos ouvintes”, explica.

Ele destaca que a mudança da cobertura foi bem aceita pelos ouvintes, que procuram as rádios para ter conhecimento sobre os resgates, pontos de distribuição de itens, situação das estradas, entre outros.

Áreas sem serviços de comunicação

Entretanto, algumas rádios relataram que estão com problemas para realizar a cobertura. Esse é o caso da jornalista Ariana de Oliveira, moradora de Lajeado. Ela explica que trabalha na Rádio Popular FM, localizada em Teutônia, no Vale do Taquari.

“Com as cheias em Lajeado, nós ficamos praticamente 9 dias sem água, sem luz e sem comunicação. A comunicação foi restabelecida um pouco antes da chegada da luz, por dados móveis apenas. Então eu fiquei uma semana sem me comunicar com o pessoal [de Lajeado]. Antes da chegada da luz, eu me desloquei para Teutônia para dar continuidade ao meu trabalho”, explica.

Ela afirma que outras cidades do Vale do Taquari também foram prejudicadas, o que afetou a comunicação (via Internet, dados móveis e ligação) entre os funcionários. “Eu fico aqui sobretudo por causa do deslocamento. As vias, as pontes estão muito instáveis. Também tem muito entulho nas ruas. Estou praticamente morando no trabalho”, completa.

De acordo com a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, existem 267.590 pontos sem energia elétrica no estado, cinco municípios sem serviços de telefonia e internet da operadora Vivo e um município sem serviços da Tim.

A jornalista Cris Viegas, da Rádio Mix FM de Porto Alegre, também está enfrentando problemas para se deslocar até o trabalho. Ela participa do Jornal Mix ao lado de André Machado, e explica que estão trabalhando de casa.

“As estradas foram bloqueadas, além de toda a destruição dos municípios. Então nós precisamos fazer o programa de casa. A nossa equipe montou um pequeno estúdio na casa do André na minha casa e assim a gente pode seguir trabalhando. Mas tivemos dias em que ainda estávamos indo até Canoas no Campus da Universidade Ulbra, onde ficam os estúdios da Mix Porto Alegre e por conta disso fiquei 7 horas na estrada”, informa.

O jornalista Sandro Sauer trabalha na Jovem Pan News Litoral, localizada em Imbé. Ele explica que a emissora está conseguindo trabalhar normalmente, apesar de faltas pontuais de energia elétrica.

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14/05/2024 00:03h

O Observatório Social da Escola de Desenvolvimento Social do estado identificou mais de 90 municípios com cerca de 700 abrigos, o que permitirá uma distribuição mais eficaz de recursos e doações

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Com 447 municípios impactados pelas chuvas intensas no Rio Grande do Sul, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) ressalta que, entre 29 de abril e 12 de maio, as chuvas já acarretaram mais de R$ 8,4 bilhões em prejuízos financeiros.

De acordo com a CNM, dentro deste valor, aproximadamente R$ 4,5 bilhões correspondem ao setor habitacional, com 101 mil residências destruídas ou danificadas. No âmbito público, cerca de R$ 1,6 bilhões dos danos estão relacionados a obras de infraestrutura, tais como pontes, calçamentos e sistemas de drenagem urbana.

A Defesa Civil do estado informou que já são 147 mortes confirmadas e 80.826 pessoas desabrigadas.

Abrigos

O coordenador do Observatório Social da Escola de Desenvolvimento Social do Estado e secretário-adjunto da Sedes, Gustavo Saldanha, informa que foram identificados mais de 90 municípios que possuem cerca de 700 abrigos no Rio Grande do Sul.

“A partir dessas informações, a gente começa a ter viabilidade de focalizar e ser mais específico na condução das nossas políticas, no nosso apoio aos municípios e no nosso apoio aos abrigos. Vamos ter condições de fazer demandas mais específicas para o Ministério Desenvolvimento Social, assim como auxiliar parceiros a disponibilizarem recursos e doações para as características reais das cidades dos abrigos e das pessoas lá abrigadas recentemente”, aponta.

Ele explica que já começaram a identificar quais abrigos possuem de crianças de 0 a 5 anos, para a disponibilizar a informação para área da saúde. Também estão identificando condições de acesso à água e de potabilidade dela.

“A gente já começou a identificar quais abrigos possuem necessidade de medicamento, quais abrigos possuem necessidade de itens de cozinha, para auxiliar no fornecimento e na qualidade e na segurança das refeições. Exigir essa informação vai proporcionar mais efetividade na distribuição das doações”, completa.

Além disso, de acordo com a Defesa Civil gaúcha, há 127 desaparecidos no estado. Destaca-se que esses concentram-se principalmente nos seguintes municípios: Eldorado do Sul (21), Canoas (17) e Porto Alegre (11). Além disso, 806 pessoas estão feridas e 2,1 milhões foram afetadas.

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13/05/2024 00:03h

O valor representa 80% do total planejado para a atual safra de todos os produtores, incluindo pequenos, médios e grandes

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O montante do desembolso do crédito rural do Plano Safra 2023/24 atingiu a marca de R$ 347,2 bilhões durante um período de 10 meses, no período de julho de 2023 a abril de 2024. Isso representa um aumento de 15% em comparação com o mesmo período da safra anterior. As informações são do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Charles Dayler, engenheiro agrônomo, aponta que o valor deve beneficiar toda a cadeia do agronegócio, já que é destinado para custeio, investimento, manutenção e distribuição.

Os financiamentos destinados ao custeio receberam um total de R$ 191 bilhões em aplicação. Enquanto isso, as contratações das linhas de investimento totalizaram R$ 83 bilhões. As operações voltadas para comercialização registraram R$ 45 bilhões — e as destinadas à industrialização, R$ 27 bilhões.

“Esse recurso vai ajudar. Principalmente porque em relação ao ano passado, a gente teve problema de quebra de safra. Então vamos melhorar na produtividade, no escoamento. Isso tende a trazer Impacto positivo, não é no setor de agronegócio que tem um peso importantíssimo no PIB [Produto Interno Bruto]”, explica.

Durante os nove meses do ano agrícola, foram realizados 1.832.791 contratos, dos quais 1.375.988 foram no âmbito do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) e 164.271 no Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural).

El Niño

Dayler destaca que o valor de R$ 347,2 bilhões representa 80% do total planejado para a atual safra de todos os produtores, incluindo pequenos, médios e grandes, que é de R$ 435,8 bilhões.

“Ou seja, já tem recurso aplicado no campo. Então em termos financeiros o trabalho está sendo bem feito. Temos expectativa de ganhos, ainda mais porque esse ano a gente tende a ter um efeito mais tênue do El Niño, do que no ano passado. Em termos de produtividade, os números devem ser melhores”, aponta.

João Crisóstomo, consultor de agronegócios da BMJ Consultores Associados, ressalta que o El Niño foi um desafio nos últimos meses, na safra 2023/2024, provocando um atraso nas chuvas — e, consequentemente, na semeadura e colheita.

“Principalmente no Centro-Oeste, onde foi observado esse atraso nas chuvas no Mato Grosso. E os efeitos El Niño vão ter reverberações tanto na produtividade quanto na área plantada, principalmente da soja, que é a cultura mais representativa no Mato Grosso”, aponta.

Ele destaca que, apesar das dificuldades, o agronegócio tem um ciclo virtuoso de cerca de sete e oito anos, batendo recordes. Nesse contexto, alguns produtores rurais conseguiram se preparar para esse momento, mas existe uma parcela prejudicada com a adversidade climática, por isso é importante ter o apoio do governo.

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12/05/2024 00:02h

Fortaleza foi a única região com redução de preços, impulsionada pela queda nos valores da gasolina e energia elétrica

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Em abril, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 0,38% e ficou 0,22 ponto percentual acima da taxa de março (0,16%). Em abril de 2023, a variação havia sido de 0,61%. No acumulado do ano, o IPCA acumula alta de 1,80% e, nos últimos 12 meses, de 3,69%. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Entre os índices regionais, apenas Fortaleza apresentou uma redução de preços, com uma queda de 0,15%, impulsionada pelo declínio nos valores da gasolina em 3,97% e na energia elétrica residencial em 3,80%.

A maior variação foi observada em Aracaju, com um aumento de 0,78%, atribuído aos aumentos significativos da cebola em 27,77% e do tomate em 23,20%.

André Almeida, gerente do IPCA e INPC, destaca que dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta em abril.

“Os maiores impactos foram observados no grupo Saúde e cuidados pessoais e Alimentação e bebidas. No grupo Saúde e cuidados pessoais, a alta de quase 3% dos produtos farmacêuticos se deu pelo reajuste nos preços dos medicamentos que foi autorizado a partir de 31 de março”, explica.

Almeida aponta que Alimentação e Bebidas registrou uma alta de 0,70%, influenciada pela alta do preço da cebola e do tomate. Ele explica que esses produtos alimentícios tiveram uma oferta reduzida ao longo do mês de abril.

O economista Cesar Bergo pontua que a oferta reduzida desses alimentos está ligada ao clima e à produção. Ele informa que o transporte também influenciou a alta do IPCA, com o aumento do preço da gasolina, diesel e etanol.  

“Isso é preocupante, porque para os próximos meses, os eventos climáticos continuam, como estamos vendo na região Sul, que é um grande produtor rural. Então isso deve ter uma pressão nos preços. E também preço de combustível, porque o barril de petróleo subiu, o dólar subiu e isso deve pressionar os preços dos combustíveis internamente”, ressalta.

Bergo afirma que para os próximos meses,  aguarda-se que a curva declinante da inflação se atenue. Ele aponta que em abril, acabou subindo um pouco, mas na comparação com 2023 os índices estão melhores — e a inflação tende a continuar caindo.

IPCA

Bergo explica que o IPCA é o índice oficial de inflação do Brasil. Ele é calculado pelo IBGE desde 1980, e se refere à variação no preço do consumo de famílias de até 40 salários mínimos. 

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12/05/2024 00:01h

Dados mostram que foram abatidas 9,24 milhões de cabeças de bovinos

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No primeiro trimestre de 2024, o abate de bovinos registrou um aumento de 24,1%, revela pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos resultados preliminares das Estatísticas da Produção Pecuária. Em comparação com o último trimestre de 2023, o abate de bovinos cresceu 0,9%.

Os dados revelam que no primeiro trimestre deste ano foram abatidas 9,24 milhões de cabeças de bovinos.

O coordenador de pecuária da consultoria Safras & Mercado, Fernando Iglesias, avalia o cenário. “É natural o crescimento do abate, nós estamos em um ano que o descarte de fêmea segue muito presente dentro do mercado, então desta maneira, nós vamos ver a evolução do abate de bovinos a nível de Brasil.”

Além disso, a pesquisa mostra que houve uma queda de 1,3% e 1,8% nos abates de frangos e suínos, respectivamente. O abate de frangos alcançou 1,59 bilhão de cabeças, enquanto o de suínos atingiu 13,92 milhões.

Em relação ao 4º trimestre de 2023, o abate de frangos teve expansão de 4,0% e o de suínos caiu 1,6%.

Iglesias explica que a redução dos abate de frangos e suínos também é natural, pois foi visto um menor alojamento desses animais em novembro, com isso, o número de abate também diminui.

Charles Dayler, engenheiro agrônomo, destaca que novos mercados foram abertos, ou seja, o Brasil tem novos clientes para comprar carne bovina, suína, entre outros. 

“Na China, melhorou a aceitação. Alguns locais que não estavam podendo exportar voltaram a poder. Além disso, novos frigoríficos foram cadastrados e estão aptos a exportar. Então a gente aumentou o número de agentes brasileiros que têm autorização para exportar para China, que é o principal mercado”, explica.

Impactos na economia

O engenheiro pontua que o impacto para a economia brasileira é positivo, pois vai melhorar a oferta, logo, o mercado interno é beneficiado, com uma tendência de manutenção ou uma leve redução no preço da carne.

“Além disso, se você aumenta a exportação, melhora a balança comercial brasileira. Então você vai ter mais recurso estrangeiro vindo para o Brasil e isso vai levar a uma melhora do PIB agropecuário brasileiro”, completa.

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