As imagens de trabalhadores hora a fio na fila para cancelar a contribuição sindical — no município de São Gonçalo (RJ) na última sexta-feira (12) — vêm se tornando rotina no país.
Desde que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou, no ano passado, como constitucional a cobrança da chamada contribuição assistencial — que na prática substitui o extinto imposto sindical — dos trabalhadores, sejam eles filiados ou não, há registros de perrengues aos quais aqueles que não desejam ter o valor descontado do salário têm que passar, em várias partes do país.
Ocorre que, além de julgar como constitucional a cobrança, o STF inverteu a lógica estabelecida no texto da reforma trabalhista, aprovada em 2017. É o que explica o advogado trabalhista Pedro Maciel.
"Antes da reforma trabalhista, o imposto sindical era obrigatório. A partir da reforma, a contribuição passou a ser voluntária. Com a decisão do Supremo, os empregados que não quiserem [pagar] têm que dizer isso expressamente", diz.
No jargão popular, hoje prevalece o "quem cala, consente". Até meados do ano passado, era o contrário. Só pagava quem manifestava esse desejo.
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Os trabalhadores, contudo, reclamam que vários sindicatos têm restringido o direito ao "não", seja ao comunicar com poucos dias de antecedência o local e horários para a formalização do cancelamento da contribuição, seja com janelas de horário restritas e inoportunas para o comparecimento dos funcionários.
Esse foi um dos motivos por trás do descontentamento de funcionários públicos do Distrito Federal que formaram fila na capital federal para rejeitar o desconto no contracheque, em outubro do ano passado.
Diogo Patrick Paiva, especialista em projetos digitais, acredita que as contribuições aos sindicatos devem ter caráter facultativo. Ele também discorda da ideia de que os trabalhadores devam se opor de forma expressa à cobrança.
"Não acho boa a decisão do STF. Parece mais uma jogada do sistema, porque infelizmente a falta de informação no país é enorme. E com isso muitas pessoas vão deixar de se manifestar. E, assim, vão acabar tendo prejuízo, porque muitos nem verificam o contracheque para saber do débito da contribuição. Parece uma jogada do Estado para tirar dinheiro do povo", critica.
Em outros casos, como em Sorocaba, interior de São Paulo, após convenção coletiva, um sindicato passou a descontar 12% de contribuição assistencial ao ano sobre o valor do salário dos profissionais. Aqueles que se opusessem deveriam pagar uma taxa de R$ 150.
Entre as propostas que tramitam no Congresso Nacional a respeito do tema, o projeto de lei (PL) 2099/2023, de autoria do senador Styvenson Valentim (Podemos-RN), proíbe a cobrança da contribuição sindical dos trabalhadores não filiados aos sindicatos. A proposta também facilita os meios para que os empregados rejeitem a taxa.
"O fato de as pessoas não sindicalizadas, por exemplo, não pagarem é algo que faz sentido, porque se a pessoa não se importa muito com isso, com o fato de todos os benefícios extras que o sindicato, às vezes, poderia dar, não tem porque ela fazer uma contribuição sindical", diz Maciel.
Ele alerta que, no entanto, pode haver choque de entendimento com o que já foi decidido pelo STF. "Não sei se, às vezes, dependendo da forma que é redigido o projeto, ele não estaria contrário à decisão do próprio Supremo, que decidiu que a pessoa tem que expressamente dizer ali o que quer ou não quer", pondera.
Segundo o texto, na hora da contratação o empregador deverá informar ao empregado, por escrito, a existência da contribuição cobrada pelo respectivo sindicato, bem como o valor a ser cobrado — e a possibilidade de o trabalhador se opor ao pagamento.
O direito de oposição também poderá ser exercido em assembleias, as quais deverão ser abertas aos associados e não associados do sindicato, segundo o projeto. O empregado que se manifestou contrário ao pagamento inicialmente poderá, a qualquer momento, optar pela contribuição. O contrário também se aplica.
Os trabalhadores poderão rejeitar a contribuição por meios eletrônicos, como e-mail ou WhatsApp, por exemplo. Se optarem por fazer isso pessoalmente, deverão formalizar por escrito.
Segunda a proposta, a cobrança da contribuição será feita pelo sindicato exclusivamente por boleto bancário ou via Pix, sendo proibido o desconto em folha de pagamento pelo empregador, com repasse às entidades sindicais. A cobrança retroativa da contribuição assistencial também é vedada pelo projeto de lei.
O Brasil avançou 1% na prestação do serviço de tratamento de esgoto, em apenas um ano, de acordo com a nova publicação do Instituto Trata Brasil. O saneamento básico engloba um conjunto de ações e serviços de relevante importância para a população e tem o tratamento do esgoto como uma das etapas desse processo. A 16ª edição do Ranking do Saneamento 2024 mostra que ainda existem desafios a serem superados, na opinião da presidente do Trata Brasil, Luana Pretto.
“O que a pesquisa demonstra é que a gente tem evoluído muito pouco em relação ao acesso à água e a coleta de tratamento de esgoto, mas é possível a gente ter uma evolução grande caso esse tema seja levado a sério e seja avaliado de uma maneira comprometida e técnica”, avalia.
O estudo analisou os 100 municípios mais populosos do Brasil. Os indicadores mostram, em relação à água consumida, qual a porcentagem do esgoto que é tratado. Piracicaba (SP), Niterói (RJ), Maringá (PR), Uberaba (MG) e Cascavel (PR) foram municípios que apresentaram valor máximo (100%) de tratamento de esgoto. Outras regiões também aparecem na lista com 80%, podendo ser consideradas universalizadas.
Contudo, a nota máxima somente é conferida àqueles municípios que também alcançam a universalização em termos de atendimento (coleta), segundo metas do Novo Marco Legal do Saneamento Básico.
Já na outra ponta da escala, São João de Meriti, no Rio de Janeiro, foi o município com o pior desempenho. Ele teve 0,0% de volume de esgoto tratado sobre a água consumida. Em seguida vem Rio Branco (AC) com 0,72%; e Porto Velho (RO), com 1,71%.
Na opinião do advogado especialista em direito regulatório Marcus Pessanha, a pesquisa só mostra que nem sempre são observados resultados satisfatórios na oferta desse tipo de serviço. Para ele, o país tem caminhado de forma lenta porque ainda existem pontos que travam o cumprimento das metas de universalização.
“Ainda temos alguma insegurança jurídica decorrente da notória instabilidade política local, da instabilidade política do cenário internacional e da necessidade de amadurecimento do mercado e dos investimentos. Os nossos marcos legais, apesar de prolongados, definitivamente são modificados por atos infralegais — e isso traz ainda bastante insegurança”, avalia.
O indicador médio de tratamento de esgoto dos 100 maiores municípios foi de 65,55% — o que, segundo Luana Pretto, representa um pequeno progresso em relação aos 63,30% observados em 2021. Conforme o SNIS (ano-base 2022), a média nacional para o tratamento dos esgotos gerados foi de 52,23%, onde a média da amostra do Ranking é, novamente, maior do que a média nacional. No entanto, em ambos os casos, o indicador está em um patamar ainda baixo, apontado uma área com grandes desafios a serem superados.
Não são apenas as paralisações que os enfermeiros, técnicos e auxiliares em enfermagem promovem para reivindicar o pagamento do piso salarial. Alguns representantes dos trabalhadores estão optando por diferentes formas de cobrar o repasse e apontar irregularidades, como, por exemplo, o sindicato estadual dos enfermeiros da Bahia (SEEB). A presidente, Alessandra Gadelha, conta que estão com o projeto Seeb itinerante, que vai até as unidades para identificar problemas e dialogar com a categoria que estão representando. Eles pretendem levar as reclamações ao Ministério do Trabalho.
“Nós catalogamos todas as denúncias que chegaram nos nossos canais, inclusive daquelas vindas através do Ministério Público do Trabalho (MPT). Fizemos uma planilha com todos os dados, como: fato denunciado, empresa e município. Estamos em contato com o MPT para filtrar os dados e definir as condutas”, repassa.
Na opinião da presidente do Sindicato, Alessandra Gadelha, é necessário tentar o que for possível para cobrar algo que já está definido e garantido por lei.
“O piso está aí, está na lei. Então, o patrão, o empresário dono de uma clínica, de um hospital, de um laboratório que queira remunerar os seus trabalhadores de acordo com a lei 14.434, nada o impede de fazê-lo.
A primeira reunião com o órgão está prevista para os próximos dias. Ao todo, Alessandra revela que já são mais de 110 denúncias vindas apenas do MPT. A primeira edição, aconteceu em outubro do ano passado, nas macrorregiões do estado da Bahia. Foram coletados dados dos seguintes municípios: Feira de Santana, Alagoinhas, Juazeiro, Casanova, Vitoria da Conquista, Jequié, Porto Seguro, Eunapolis e Barreiras.
O presidente do Sindicato Profissional dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem de Pernambuco (Satenpe), Francis Herbert, está preocupado com o andamento das negociações com a rede privada. Segundo ele, os repasses estão com atrasos e ainda existem cálculos, preenchimento de planilhas por parte de secretarias totalmente equivocadas, com entendimentos diversos.
“A gente precisa equalizar esses entendimentos com o que dispõe as portarias do Ministério da Saúde e as cartilhas, para que não haja danos aos profissionais. Em relação à rede privada lucrativa, por exemplo, essas ainda se encontram sem pagar piso. Nós fechamos a negociação junto ao Ministério Público sem êxito; estamos caminhando para o Tribunal Regional do Trabalho para tentarmos lá”, revela.
Francis Herbert diz que os trabalhadores vão aproveitar a presença da caravana do Ministério da Saúde — quando profissionais do MS vão aos estados para orientar gestores sobre demandas do piso salarial — , para reivindicar a questão:
“Há muita luta ainda a ser travada. Termos o dissídio o patrão não vai acordar e vamos ter que fazer um movimento de greve. E isso é ruim para todo mundo — é ruim para a sociedade, é ruim para o profissional. Mas, infelizmente, é o que temos hoje em mãos justados no Pernambuco, que tem o pior salário na rede privada sendo pago por este segmento”, reclama e ainda acrescenta:
“No dia 30 agora, a caravana do Ministério da Saúde será em Pernambuco, onde nós do Satempe vamos estar sentados à mesa com eles, justamente para tentarmos dirimir todos os pontos”, pontua.
A presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do Pará (SATE-PA), Marli Groeff, reclama que a categoria enfrenta dificuldades para fechar um acordo e desistir da possibilidade de mais uma greve.
“Sobre a enfermagem da filantropia, receberam essa semana o mês de janeiro, que a prefeitura fez o repasse às empresas. Já no mês de fevereiro e março, a prefeitura ainda não pagou as empresas para pagar nossos profissionais da filantropia”. E não é só isso. Marli acrescenta:
“E quanto ao estado, permanece na mesma situação, sempre com dois meses de atraso, não vem cumprindo, não vem implementando, continua mesmo descaso com a categoria de enfermagem”, desabafa.
Em Cuiabá, o sindicato da categoria informou que a situação ainda não está resolvida. E que os trabalhadores ainda aguardam uma definição do que foi discutido em um encontro dos trabalhadores e representantes do setor privado e do estado para saber se vão ou não encerrar as discussões.
Em fevereiro, o volume de receitas do setor de serviços diminuiu 0,9% em comparação com o mês anterior. Essa queda superou as projeções do mercado, que esperava um aumento de 0,2%. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Para Fabio Bentes, economista responsável pela análise da CNC, esse foi o primeiro resultado negativo do setor de serviços em quatro meses. Para ele, o que contribuiu para a queda foi o comportamento dos preços de serviços, que haviam ficado praticamente estáveis em janeiro.
“Em fevereiro, houve um aumento no preço médio dos serviços de mais 1%. Além disso, o setor de serviço vinha de três altas consecutivas, todas 0,5%, o que não é um ritmo fraco se a gente considerar isso não é uma perspectiva anualizada, e é normal que haja esse tipo de ajuste”, pontua o economista.
Apenas os serviços prestados às famílias apresentaram um avanço no mês, com um aumento de 0,4% em fevereiro. Por outro lado, os serviços profissionais e administrativos caíram 1,9%, enquanto os serviços de informação diminuíram 1,5%, contribuindo para a queda no indicador geral durante fevereiro.
Pelo segundo mês consecutivo, o volume de receitas do turismo registrou uma queda de 0,8% em relação a janeiro deste ano. No entanto, ao comparar com o mesmo mês do ano anterior, o Índice de Atividades Turísticas (Iatur) permaneceu estável, com um aumento de 0,3% pelo segundo mês seguido.
Para a CNC, tanto a diminuição na variação mensal quanto a estabilidade na comparação anual podem ser consideradas como resultados pontuais, uma vez que os preços dentro do setor já estão indicando uma tendência de queda ou desaceleração.
Bentes afirma que a expectativa para este ano é de um crescimento de 1,9% no setor, menor que os 2,2% do ano anterior. “Essa expectativa está associada à uma expectativa de menor crescimento da economia para 2024. O setor de serviços é o principal motor da economia, o que responde pela maior fatia do Produto Interno Bruto [PIB] no Brasil e nas demais economias de mercado”, ressalta.
Para o economista Luigi Mauri a perspectiva para o ano não é de persistência de baixa do setor, em vista da queda da taxa de juros.
Ele aponta que o setor pode sentir efeitos negativos de maneira mais robusta somente em um cenário de mais inflação e preço do dólar alto, caso ocorra reversão da queda da Selic.
“Por exemplo, com a inflação saindo um pouco mais do controle e, principalmente, com choques externos internacionalmente que levam a alta do dólar no Brasil é que o Banco Central reverteria essa tendência de queda da taxa Selic. E se ele mantivesse a Selic estável, ou subisse ela, o que é bastante improvável, aí o setor iria ter uma tendência de maiores baixas”, explica.
Ele destaca que a taxa Selic é importante para limitar algumas taxas de empréstimos, algo que as pessoas inseridas no setor de serviços utilizam com frequência.
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O aumento da circulação do vírus sincicial respiratório (VSR), especialmente em crianças de até 2 anos, tem gerado aumento da incidência e mortalidade da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) — aponta o Boletim InfoGripe da Fiocruz divulgado na última quinta-feira (11).
O coordenador do Boletim InfoGripe, Marcelo Gomes, pontua que as mortes associadas ao VSR nas crianças pequenas superaram aquelas associadas à Covid-19 nas últimas oito semanas epidemiológicas, refletindo o cenário da circulação viral do período.
“O volume de internações, especialmente nas crianças pequenas, já atinge valores extremamente preocupantes. Nossos leitos pediátricos continuam sofrendo uma pressão importante por conta desse vírus em particular”, destaca.
Caroline Andrade, pediatra do Hospital Santa Helena de Brasília, da Rede D’Or, explica que o VSR é responsável por infecção respiratória em todas as faixas etárias, porém é mais comum em bebês e crianças.
“Na maioria das vezes, ele [VSR] vai se comportar como uma infecção viral leve, como resfriado. Porém, algumas vezes ele pode desenvolver a forma mais grave, levando à uma inflamação importante das pequenas vias aéreas, um quadro de bronquiolite ou até mesmo pneumonia. Muitas vezes esses pacientes vão precisar da internação para um suporte de suplementação de oxigênio”, informa.
A pediatra destaca que recém-nascidos prematuros, crianças menores de 6 meses e os menores de dois anos que possuem alguma comorbidade têm uma maior chance de desenvolver a forma grave da doença.
De acordo com Andrade, para diminuir a chance de infecção pelo VSR é importante adotar medidas semelhantes à prevenção contra Covid-19.
“Evitar lugares fechados e aglomerados; evitar enviar crianças com sintomas gripais para escolas ou creches até resolução do quadro; evitar contato dessas crianças com adultos com síndrome gripal e a higienização correta das mãos e superfícies”, ressalta.
Segundo o boletim, 18 estados apresentam sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo. Entre as capitais, 18 mostram indícios de crescimento:
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Está marcado para a próxima terça-feira (16) no Congresso Nacional o debate sobre o Projeto de Lei 1027/2024 .
O projeto teve o regime de urgência aprovado pelos deputados na noite do último dia 9. A medida prevê uma redução de 20% para 14% no INSS pago pelos municípios com população de até 50 mil habitantes — medida que deve alcançar cerca de 2,5 mil prefeituras. Segundo o texto, a alíquota subirá para 16% em 2025 e 18% em 2026, até chegar a 20% em 2027.
A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) é contrária ao PL 1027/24, e vem lutando pela manutenção da Lei 14.784/23 que reduziu de 20% para 8% a alíquota da contribuição previdenciária sobre a folha dos municípios com população de até 156,2 mil habitantes.
Associações municipalistas estaduais também se pronunciaram sobre o projeto, que pode impactar negativamente nos serviços oferecidos à população, como avalia o presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) e prefeito de Paudalho, Marcelo Gouveia.
“Nós não podemos abrir mão do que foi conquistado. Não adianta atingir a meta fiscal e faltar o serviço público na ponta da linha: faltar medicamento, merenda, transporte escolar, iluminação pública e coleta de lixo.”
Segundo Gouveia, o governo precisa se reunir com a CMN e com os municípios do Brasil para que dialoguem, evitando prejuízos para a população.
Um levantamento da CNM mostra o impacto que o PL 1027/23 teria nas contas municipais. Segundo as contas da Confederação, 2,9 municípios deixariam de ser contemplados e aumentariam as despesas em R$ 6,3 bilhões este ano.
O estado de São Paulo, por exemplo, que tem a maior arrecadação do país, segundo a estimativa da CNM, teria até 2027 — quando o pagamento do INSS dos municípios chegar ao patamar de 20% — um aumento de despesa na caso de R$ 1,5 bilhão. Já para a Bahia, a perda chegaria a R$ 1,09 bi e Minas Gerais, R$ 1,2 bilhão.
Para o vice-presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), Júlio Pinheiro, a proposta é vista como um retrocesso. Ele ressalta que, depois de anos lutando, o Congresso mostrou que entende a causa dos municípios.
“A principal pauta municipalista do Norte e Nordeste nas últimas décadas, nós conseguimos aprovar essa redução da alíquota para 8% entendendo que os municípios são os principais prestadores de serviço público — os serviços mais essenciais à população. Portanto, não podem ser tratados como empresas privadas lucrativas.”
O governo federal estima que a desoneração da folha dos municípios teria impacto de cerca de R$ 10 bilhões nos cofres públicos este ano, o que agravaria o déficit fiscal brasileiro e distanciaria ainda mais o Brasil de atingir a meta prevista pelo Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de chegar ao déficit zero.
A Lithium Ionic anuncia uma estimativa de recursos em conformidade com o NI 43-101 para o Projeto Lítio Bandeira, localizado no Vale do Lítio, no estado de Minas Gerais. Esta nova estimativa aumenta os recursos minerais globais da empresa em 26%, para 60,1Mt.
A propriedade Bandeira cobre apenas aproximadamente 158 hectares, ou 1% do grande pacote de áreas de 14.182 hectares que a empresa possui. Duas outras estimativas de recursos de lítio em conformidade com a NI 43-101 foram descritos nas outras propriedades regionais da empresa, Salinas e Outro Lado, no entanto, a maioria de suas propriedades permanece em grande parte inexplorada e representa um potencial significativo de crescimento mineral futuro para a Empresa.
A estimativa relata recursos medidos e indicados de 23,68 milhões de toneladas com teor médio de 1,34% Li₂O, com 18,25 Mt adicionais de recursos inferidos com classificação de 1,37% Li₂O, para um total de 41,93Mt.
Isso representa um crescimento mineral significativo em apenas aproximadamente 24 meses: a estimativa do MRE é baseada em 233 furos, ou 50.760 metros, perfurados entre abril de 2022 e março de 2024.
A empresa espera que os programas de exploração planejados nos seus depósitos existentes, Bandeira, Salinas e Outro Lado, bem como outros alvos regionais, apoiem o crescimento contínuo dos recursos minerais.
Blake Hylands, P.Geo., CEO da Lithium Ionic, disse que, “seguindo de perto nosso recurso inicial em Salinas anunciado na semana passada, este é mais um aumento significativo em nossos recursos minerais globais, destacando o ritmo e a escala impressionantes em que conseguimos delinear depósitos de lítio nesta região. Louvo nossa equipe de exploração pela dedicação e esforço excepcional, que geraram esses excelentes resultados. Esta última estimativa de recursos posiciona-nos entre os projetos de maior escala na região e, com um pacote de áreas largamente inexplorado, esperamos que este impulso de crescimento continue, alinhando-se com o nosso objetivo de nos tornarmos um grande contribuidor para a cadeia global de fornecimento de lítio.”
Carlos Costa, P.Geo., VP de Exploração da Lithium Ionic, por sua vez, comentou: “Refletindo sobre os últimos dois anos desde que iniciamos a perfuração em Bandeira, estou imensamente orgulhoso das realizações de nossa equipe. Começando com apenas algumas amostras de rochas promissoras, descobrimos agora um depósito mineral significativo e esperamos levar Bandeira para os próximos estágios de desenvolvimento.”
A atualização da estimativa de recursos para Bandeira foi elaborada pela GE21 Consultoria Mineral Ltda. de acordo com o Instrumento Nacional 43-101.
Bandeira está localizada no Distrito Pegmatítico de Araçuaí, rico em lítio, na parte norte da Província Pegmatítica Oriental Brasileira, que abriga as maiores reservas de lítio do Brasil.
A Vale oficializou que toda a energia elétrica utilizada nas suas operações no Brasil em 2023 foi proveniente de fontes renováveis, como usinas hidrelétricas, eólicas e solar. Com isso, a empresa atingiu a meta de ter 100% de consumo de energia elétrica renovável no país dois anos antes do prazo previsto, que era 2025. A informação é destaque na edição de 2023 do Relato Integrado, que traz também outros avanços ambientais, sociais e de diversidade da empresa.
O atingimento da meta significa que a Vale zerou suas emissões indiretas de CO2 no Brasil, que correspondem ao escopo 2. A empresa ainda tem o desafio de alcançar 100% de consumo de energia renovável em suas operações globais até 2030. No momento, esse indicador está em 88,5%.
“Estamos anunciando um marco importante na estratégia de descarbonização da Vale, que busca reduzir em 33% suas emissões de CO2 de escopos 1 e 2 (diretos e indiretos) até 2030 e zerar suas emissões líquidas até 2050”, explica a diretora de Energia e Descarbonização, Ludmila Nascimento. “Ao mesmo tempo em que avançamos nas nossas metas, ajudamos a tornar a matriz energética do Brasil ainda mais limpa, contribuindo para a luta da sociedade contra as mudanças climáticas”.
Para que a meta fosse atingida dois anos antes do prazo, foi fundamental a entrada em operação do complexo solar Sol do Cerrado, em novembro de 2022. Localizado em Jaíba (MG), o complexo representou um investimento de R$ 3 bilhões da Vale. É um dos maiores parques de energia solar da América Latina, com potência instalada de 766 Megawatts-pico, o equivalente ao consumo de uma cidade de 800 mil habitantes. Em julho de 2023, o complexo atingiu sua capacidade máxima. Sua contribuição potencial é de cerca de 16% de toda a energia elétrica consumida pela Vale no Brasil.
O caminho rumo ao consumo 100% renovável começou a ser traçado pela Vale ainda na década de 1990, quando a empresa adquiriu suas primeiras usinas hidrelétricas. Hoje, a Vale é suprida por um portfólio de energia renovável de 2,6 GW de capacidade instalada, o equivalente ao consumo de mais de 3 milhões de habitantes. São 14 ativos detidos por meio de participação direta e indireta em consórcios e empresas (dez usinas hidrelétricas, três eólicas e o Sol do Cerrado). Se fosse uma geradora de energia, a Vale seria a 15ª maior do país.
Em suas operações globais, a Vale também avança para chegar ao consumo de 100% de energia renovável até 2030. A empresa investe em parcerias em joint-ventures, certificados de geração renovável nos contratos (PPAs) e iniciativas de inovação para eficiência no uso de baterias.
O Conselho de Administração da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) aprovou a 15ª emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, da espécie quirografária, em até três séries, no valor total de R$ 800 milhões, com valor nominal unitário de R$1.000,00, na data de emissão. A emissão será objeto de oferta pública e destinada a investidores qualificados, conforme previsto no artigo 12 da Resolução CVM n° 30, de 11 de maio de 2021.
As Debêntures da Primeira Série terão prazo de vencimento de dez anos, contados da data de emissão. Sobre o valor nominal unitário atualizado das Debêntures da Primeira Série incidirão juros remuneratórios correspondentes a um determinado percentual ao ano, a ser definido de acordo com o Procedimento de Bookbuilding, e que serão a maior taxa entre a taxa interna de retorno do Título Público Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (nova denominação das Notas do Tesouro Nacional – Série B, com vencimento em 15 de maio de 2033, apurada de acordo com a cotação indicativa divulgada pela ANBIMA em sua página na Internet (http://www.anbima.com.br) na data de realização do Procedimento de Bookbuilding, acrescida exponencialmente de sobretaxa anual (spread) de 0,55% (cinquenta e cinco centésimos por cento) ao ano, base 252 (duzentos e cinquenta e dois) Dias Úteis, e 6,20% ao ano, base 252 Dias Úteis.
As Debêntures da Segunda Série terão prazo de vencimento de 15 anos, contados da data de emissão. Sobre o valor nominal unitário atualizado das Debêntures da Segunda Série incidirão juros remuneratórios correspondentes a um determinado percentual ao ano, a ser definido de acordo com o Procedimento de Bookbuilding, e que serão a maior taxa entre a taxa interna de retorno das NTN-B, com vencimento em 15 de maio de 2035, apurada de acordo com a cotação indicativa divulgada pela ANBIMA em sua página na Internet (http://www.anbima.com.br) na data de realização do Procedimento de Bookbuilding, acrescida exponencialmente de sobretaxa anual (spread) de 0,70% ao ano, base 252 Dias Úteis, e 6,40% ao ano, base 252 Dias Úteis.
Os recursos líquidos captados pela CSN por meio das debêntures serão utilizados exclusivamente para o pagamento futuro e/ou reembolso de gastos, despesas e/ou dívidas relacionados à implantação do projeto de investimento em infraestrutura no setor de logística e transportes, incluídos ferrovias, inclusive locomotivas e vagões, desde que tenham ocorrido em prazo igual ou inferior a 24 meses da data de encerramento da Oferta. As condições gerais da Emissão encontram-se indicadas na ata da Reunião do Conselho de Administração da Companhia, a qual se encontra disponível na página de relações com investidores da Companhia e no site da CVM.
Essencial em todos os aspectos da vida e do desenvolvimento humano, a água é um bem muito precioso. Entretanto, desafios históricos como escassez, má distribuição e até mesmo ausência de saneamento básico nas comunidades, impõem um contexto adverso que impacta diretamente a qualidade de vida das pessoas. Porém é necessário reconhecer que transformar essa realidade é uma batalha que vem conquistando aliados.
A percepção do valor deste recurso influencia uma sociedade mais vigilante, movida por um propósito legítimo: reduzir os impactos ambientais.
Na Aura Minerals um dos nossos compromissos enquanto empresa é o cuidado com a comunidade e o meio ambiente, logo o manejo adequado da água está inserido de forma importante em todas as nossas ações. Estamos falando de uma rotina minerária, onde o recurso hídrico é inerente às nossas atividades. Ela é fundamental em todo o processo da cadeia produtiva do ouro e do cobre, incluindo as fases de processo físico, como desmonte de rochas, transporte, britagem e moagem, e processos químicos. Mas aqui a diferença está em como a água é tratada dentro de cada operação.
Movidos pelo compromisso de cuidar e zelar por tudo o que nos cerca, adotamos em nossa atividade práticas para amenizar as consequências das nossas ações ao meio ambiente. Investimentos em novos modelos para o manejo adequado da água e assim garantimos reaproveitamento de cerca de 92% da água captada em todas as minas em operação da Aura, no Brasil e no exterior. Para utilização hídrica consciente e responsável, assegurando assim o reaproveitamento de água em nosso processo produtivo e monitorando a qualidade dos efluentes.
Um fato que é imutável na mineração é que as operações ocorrem onde o minério está e nesta jornada encontrar, minerar e fornecer os mais importantes e essenciais minérios que permitam ao mundo e à humanidade criar, inovar e prosperar, nos desafiamos em regiões com cenários adversos e desafiadores, e que nos inspiram na busca de soluções sustentáveis e criativas como o Projeto Borborema, que está em fase de construção no município de Currais Novos, no Rio Grande do Norte, onde a água é um recurso escasso.
Buscando uma solução para a escassez hídrica, nos reinventamos e estruturamos algumas alternativas para esta restrição e chegamos na melhor solução para essa equação: a resposta estava nos efluentes líquidos produzidos na região.
Encontramos na água de reuso proveniente da rede de esgoto uma solução sustentável que vai trazer um resultado extremamente positivo para a comunidade e para o município, ao mesmo tempo em que vai viabilizar a operação do projeto Borborema.
A solução é inovadora na mineração e foi estruturada através de parcerias com os órgãos responsáveis da região, onde vamos construir uma estação de tratamento para os efluentes oriundos do esgoto de Currais Novos que será destinado para a operação do projeto Borborema. Ou seja, investindo em um sistema de saneamento que terá benefícios a curto, médio e longo prazos, estamos fazendo a mineração responsável que acreditamos deixando um legado positivo para a região.
Ainda falando em Borborema, outra ação importante reconhecida pelo governo estadual foi o sucesso no plantio e desenvolvimento de árvores nativas, mesmo com o processo de desertificação da região. Uma conquista importante que demonstra que é possível atuar de forma concreta para minimizar o impacto da ausência de chuvas no cuidado com a flora local e combater a desertificação na região do Seridó.
Esses são alguns exemplos da mudança que sabemos que é possível, mas a nossa construção para atitudes responsáveis se reflete em todos os momentos, seja na coleta de água da chuva ou do ar-condicionado, ou na conscientização dos nossos colaboradores e parceiros. Esse é o nosso jeito de pensar e fazer mineração no presente para que as atuais e futuras celebrem a possibilidade de viver em um mundo mais sustentável. O planeta agradece.
Por Pitágoras Costa, gerente de projetos da Aura Minerals
O lançamento do ‘Perspectivas e Avanços da Gestão de Recursos Hídricos na Mineração’ ocorreu no dia 3 de abril na sede do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), em Brasília. A publicação é uma parceria entre IBRAM e a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e traz detalhes sobre a utilização da água na mineração, os desafios na gestão das águas no setor e alternativas sustentáveis.
Na abertura do evento, o diretor geral da Agência Nacional de Mineração (ANM), Mauro Sousa, que contribuiu com um artigo para o livro, relembrou a riqueza de recursos hídricos e minerais no Brasil. “Se temos abundância de recursos naturais, também precisamos de ainda mais capacidade e conhecimento para administrá-los, já que há uma ameaça de escassez”, destacou. Sousa disse que o estudo é relevante para influenciar o modo de pensar e agir na melhoria da gestão hídrica no setor. A equipe de Gestão de Barragens de Mineração da ANM também contribuiu com um artigo para a obra, sob a coordenação do superintendente Luiz Paniago. No conteúdo, são discutidos os impactos da mineração em meio aos riscos hídricos, o perigo ambiental que ela pode oferecer, a importância da fiscalização para evitar desastres e as alternativas para realizá-la de formas sustentáveis.
Raul Jungmann, diretor-presidente do IBRAM, disse que os recursos hídricos são fundamentais para a vida humana e atividade econômica, além de serem estratégicos para o setor mineral, para o Brasil e para o mundo. Segundo Jungmann, o IBRAM desenvolve um trabalho que está no caminho para a mineração sustentável, essencial para gerar lucros nos dias de hoje.
Participaram ainda da abertura do lançamento do livro o diretor interino da ANA, Nazareno Araújo; a diretora do Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), Silvia França; a diretora do Departamento de Desenvolvimento Sustentável na Mineração do Ministério de Minas e Energia (MME), Ana Paula Bittencourt; Fernanda Ayres, diretora do Departamento de Recursos Hídricos e Revitalização de Bacias Hidrográficas Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) e o diretor de sustentabilidade e assuntos regulatórios do IBRAM, Julio Cesar Nery.
Segundo números divulgados pelo Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC), as vendas de cimento somaram 4,6 milhões de toneladas em fevereiro de 2024, o que representa um acréscimo de 3,9% em relação ao mesmo mês de 2023. No primeiro bimestre do ano, o setor mostrou ligeira alta de 0,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Os principais indutores do desempenho foram as perspectivas mais favoráveis no mercado de trabalho, com aumento da massa salarial e expansão do emprego formal e uma forte retomada dos lançamentos do Minha Casa/Minha Vida iniciada no segundo semestre de 2023.
No entanto, os indicadores de confiança caminham em direções opostas entre o otimismo e o pessimismo. Segundo a Fundação Getúlio Vargas, a confiança do consumidor manteve a tendência de queda, atingindo o menor nível desde maio de 2023. Apesar da redução gradual dos juros e do nível de endividamento, ambos ainda impactam na situação financeira das famílias, que é refletida na percepção pessimista dos consumidores.
Já a confiança da construção civil cresceu em fevereiro e atingiu o maior nível desde outubro de 2022. Apesar da melhora, o indicador permanece no campo do pessimismo moderado, pois a ausência de mão-de-obra e o acesso ao crédito ainda são apontados como as principais limitações ao desenvolvimento do setor.
“Existe um consenso no Brasil de que o investimento em infraestrutura é uma condição necessária para a retomada do crescimento socioeconômico, hoje um dos principais entraves que afetam nossa competitividade. O pavimento de concreto tem ganhado espaço em diversas regiões como solução competitiva em termos de custos, ganhos ambientais, qualidade para os usuários e a melhor utilização de recursos públicos e privados. Além de ser mais econômico e sustentável, apresenta longa durabilidade, que pode chegar a 30 anos, e redução da manutenção”, comenta Paulo Camillo Penna, presidente do SNIC.
A aprovação da Reforma Tributária e sua regulamentação, a redução da Selic, o controle de inflação e a retomada de obras de infraestrutura e habitação do programa Minha Casa, Minha Vida levam o setor a manter a projeção de crescimento de consumo de cimento estimada em 2% para este ano, com um acréscimo aproximado de 1,2 milhão de toneladas, porém insuficiente para recuperar as perdas de 3 milhões de toneladas registradas em 2022 e 2023.
Estão abertas até 30 de abril as inscrições para a terceira edição do Projeto de Ampliação de Mercados para Produtos de Origem Animal para Consórcios Públicos de Municípios, o Consim.
A iniciativa do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) quer aumentar o número de municípios integrados ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI-POA).
Por meio do Consim, os gestores públicos e as agroindústrias recebem do Mapa capacitação para saber o que devem fazer para aderir ao SISBI-POA.
Os municípios que aderem ao sistema são autorizados a aprovar o selo para os estabelecimentos por eles registrados, que passam a poder comercializar seus produtos e derivados de origem animal em todo o país.
Carlos Fávaro, ministro da Agricultura e Pecuária, diz que a meta desta edição é integrar cem consórcios públicos municipais ao SISBI-POA, alcançando a marca de mais de mil municípios.
"Neste momento, nós estamos com 793 municípios que já receberam esse certificado. Estamos começando uma nova leva de consórcios municipais. Por isso eu convido os prefeitos, os presidentes de consórcios municipais para se inscreverem, para que nós possamos até o fim de 2024 chegar a, aproximadamente, mil municípios brasileiros com SISBI — dando mais oportunidade de venda e, principalmente, alimento seguro na mesa dos brasileiros."
Fávaro também destaca que a adesão ao sistema de inspeção do Mapa é vantajosa para os estabelecimentos da agroindústria, para a economia local e para os consumidores. Todos se beneficiam da iniciativa.
"O que é o SISBI? É o sistema integrado, que faz com que o sistema municipal, o sistema estadual e o sistema nacional se integrem. E a produção de uma pequena propriedade possa ser vendida em qualquer município brasileiro. Se você tem o SISBI, você vende o seu frango caipira, o seu queijo, o seu doce de leite em qualquer município brasileiro", lembra.
Os gestores municipais terão mais tempo para enviar os dados que asseguram o repasse dos recursos disponibilizados pela União para o pagamento dos profissionais da enfermagem. O prazo foi prorrogado até a próxima quinta-feira (18). De acordo com o Fundo Nacional de Saúde (FNS) a data foi alterada para oferecer um período maior para os gestores organizarem todas as informações antes do envio.
As orientações para o envio são as mesmas. Enviar os dados através da ferramenta InvestSUS Gestão, pelo link: investsus.saude.gov.br. Os gestores também têm a opção de atualizar as informações individualmente para cada colaborador ou por lote, carregando uma planilha com todas as informações necessárias.
Na opinião do coordenador da Comissão Nacional de Auxiliares e Técnicos de Enfermagem do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Jefferson Caproni, a transferência representa um avanço significativo, mas admite que a categoria ainda precisa ser mais valorizada.
“A valorização da nossa enfermagem é um investimento na qualidade — e não um gasto. A melhoria da assistência aos pacientes e o fortalecimento do Sistema Único de Saúde têm que ter base no apoio à força de trabalho”, avalia.
Com o preenchimento de todos os dados, será possível inserir o cadastro dos profissionais de enfermagem do Sistema Único de Saúde (SUS) que ainda não foram incluídos — e também a correção dos que já estão no sistema e que apresentaram inconsistências, e ainda atualização dos profissionais.
Segundo o Ministério da Saúde, é importante que os responsáveis acompanhem, atualizem e confirmem as informações de cadastro dos profissionais e entidades públicas através do InvestSUS.
De acordo com o advogado especialista em direito médico Josenir Teixeira, após atualização cadastral o repasse será feito, mas é necessário que os gestores acompanhem essa distribuição.
“Os profissionais da enfermagem devem ficar atentos a acompanhar o repasse que os municípios irão receber, para que os municípios efetivamente repassem os valores as suas empregadoras, para que, finalmente, as suas empregadoras paguem os valores dentro da folha de pagamento. Vamos ver se realmente esses valores repassados pela União serão suficientes para cumprir o que disse a lei”, avalia.
Para ajudar no processo, o Ministério da Saúde disponibilizou materiais com o passo a passo para o preenchimento do formulário:
O repasse do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), por meio da Defesa Civil Nacional, autorizou, nesta segunda-feira (15) o repasse para o início da reconstrução.
Os valores destinados a cada município são definidos por critérios técnicos da Defesa Civil Nacional, na Portaria nº 260, de fevereiro de 2022. Ele estabelece procedimentos e critérios para o reconhecimento federal e para a declaração de emergência ou estado de calamidade pública pelos municípios, estados e o Distrito Federal. Esses valores podem variar conforme o valor solicitado no plano de trabalho, a magnitude do desastre e o número de desabrigados e desalojados, entre outros parâmetros.
A definição das ações de resposta compreende socorro, assistência às vítimas e restabelecimento de serviços essenciais. E são medidas emergenciais que objetivam o atendimento à população.
As ações de resposta vão do socorro à assistência humanitária, consistindo em ações imediatas, com o objetivo de socorrer a população atingida por desastres e garantir condições de proteção e assistência aos atingidos. Não havendo necessidade de reconhecimento federal prévio para sua solicitação.
A portaria também prevê o envio de cestas básicas, kit dormitório, kit higiene, colchões, água potável, mosquiteiro, combustível, aluguel de veículos, embarcações, aeronaves, compra de reservatórios de água, como filtros, custeio de alimentação para equipes de resgate.
Para o restabelecimento de serviços essenciais, as ações de caráter emergencial são destinadas ao restabelecimento das condições de segurança e habitabilidade da área atingida por desastre.
Entre as prioridades também constam serviços emergenciais de desobstrução de vias e canais de drenagem, limpeza urbana, demolição de estruturas comprometidas pelo desastre, reparo de muros e pontes, para garantir a segurança e a trafegabilidade.
Fonte: MIDR
Após três meses consecutivos de alta, o primeiro repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) às prefeituras será de queda. Nesta quarta-feira (10), os cofres das cidades de todo o país recebem cerca de R$ 5,6 bilhões referentes à primeira parcela de abril.
Ocorre que, embora o valor seja 4,05% maior do que a primeira parcela de abril do ano passado, quando se aplica a correção pela inflação no período — de 4,5%, segundo o IBGE —, o que se tem é uma queda de quase 0,5% no poder de compra das gestões municipais.
O recorde de arrecadação federal em março não foi suficiente para manter o crescimento das transferências do FPM vistas em janeiro, fevereiro e no mês passado.
Cesar Lima, especialista em orçamento público, afirma que apesar do recorte imediato de estabilidade, o FPM registra bons resultados no acumulado de 2024.
"É interessante a gente olhar não somente esse último decêndio. No geral, durante o ano, apesar desse decêndio ter um resultado líquido abaixo do esperado, com um pequeno decréscimo quando a gente tira a inflação do resultado, durante o ano a soma dos valores tem dado um saldo positivo, principalmente quando a gente olha o ano passado, onde os municípios tiveram bastante dificuldade em relação aos valores do FPM", avalia.
Localizado na Zona da Mata mineira, Ubá tem cerca de 103 mil habitantes. Com fontes de receita diversas, o município é menos sensível a variações em frentes específicas de arrecadação. Por isso, a leve queda no repasse do FPM – que representa entre 20% e 25% da receita da cidade – impacta, mas não preocupa, diz o prefeito Edson Teixeira Filho.
"Isso impacta, mas o grande problema que eu estava tendo aqui era com o ICMS, que caiu de mais e até hoje não voltou. O FPM não tem sido o problema. O FPM está superavitário, maior do que no ano passado, mesmo respeitando a questão inflacionária", afirma.
Segundo Edson, a arrecadação do município com o ICMS, segunda principal fonte de receita da cidade, atrás apenas do FPM, caiu 13% em 2023, na comparação com 2022.
Veja quanto sua cidade vai receber do FPM.
Levantamento do Brasil 61 ajuda você a entender qual o comportamento do FPM desde 2022. Com o último repasse de março deste ano, 2024 encerra com o melhor primeiro trimestre para os municípios em termos nominais, isto é, sem considerar a inflação.
Em 2022, os nove primeiros repasses totalizaram R$ 23,7 bilhões, enquanto no ano seguinte somaram R$ 40,6 bilhões. Este ano, chegaram a R$ 42,8 bi.
Confira mais no infográfico abaixo.
De acordo com dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), até o dia 7 de abril 19 municípios estavam impedidos de receber repasses do FPM. Para resolver a situação ou obter maiores esclarecimentos, os representantes de cada prefeitura devem se dirigir ao órgão responsável da respectiva região.
De acordo com a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), os principais motivos para que uma prefeitura seja impedida de receber o FPM são:
Para desbloquear o repasse, o município deve identificar o órgão que determinou o congelamento. Em seguida, deve conhecer o motivo e regularizar a situação. Vale lembrar que a prefeitura não perde definitivamente os recursos bloqueados. Eles ficam apenas congelados enquanto as pendências não são regularizadas.
O FPM é um fundo pelo qual a União repassa, a cada dez dias (por isso o nome “decêndio”), 22,5% do que arrecada com o IR e o IPI aos municípios. A cada mês, portanto, são três transferências, que ocorrem nos dias 10, 20 e 30. Se a data cair no sábado, domingo ou feriado, o repasse é antecipado para o primeiro dia útil anterior. O dinheiro das prefeituras é creditado pelo Banco do Brasil.
Os percentuais de participação de cada município são calculados anualmente pelo TCU de acordo com o número de habitantes de cada cidade e a renda per capita dos estados. Os municípios são divididos em três categorias: capitais, interior e reserva. As capitais dos estados e Brasília recebem 10% do FPM. Os demais municípios brasileiros são considerados de interior, —e embolsam 86,4% do fundo. Já os municípios de reserva são aqueles com população superior a 142.633 habitantes e recebem – além da participação como município de interior – uma cota adicional de 3,6%.
Em março, 78,1% das famílias declararam possuir dívidas a vencer, aponta CNC
Reforma tributária pode elevar em 14% impostos sobre investimentos das empresas de petróleo e gás
Quase 50 cidades brasileiras estavam bloqueadas até a quarta-feira (28) e podem não receber os recursos do 3º decêndio do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) nesta semana. Os entes constam na lista do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi).
Municípios como Araguapaz, em Goiás, e Carapebus, no Rio de Janeiro, estão na lista dos bloqueados desde outubro do ano passado. O consultor de orçamento Cesar Lima explica que dívidas muito altas podem ser um dos motivos para que as cidades tenham dificuldade em acabar com o bloqueio.
“Questões que o município pode estar contestando e ainda não tem uma liminar que o desbloqueie, mas geralmente é por conta do valor das dívidas. Dívidas previdenciárias que ele não recolheu ou não pagamento de empréstimos que tem o aval da União. Então, ela bloqueia os valores para fazer frente a essas obrigações que seriam dos municípios”, analisa.
Entre as 47 cidades que integram a lista no momento, o Sudeste é a região que lidera, com 20 municípios.
No pagamento do 3º decêndio de fevereiro, realizado nesta quinta-feira (29), foram distribuídos R$ 3.863.786.119,34 entre as cidades brasileiras — valor 26% maior que o repasse do mesmo mês do ano passado.
O Nordeste é a região que recebe a maior parcela, neste decêndio: R$ 1,1 bilhão. Em seguida vem o Sudeste, com pouco mais de R$ 1 bilhão; o Sul, com R$ 627 milhões; o Centro-Oeste, com R$ 237 milhões; e o Norte, com R$ 235 milhões.
Segundo a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), país investiu R$ 213,4 bilhões em transportes, logística, energia, telecomunicações e saneamento, em 2023. Montante, no entanto, precisa ser dobrado para atender demanda
Curitiba, Boa Vista e Rio de Janeiro fazem parte da lista, conforme pesquisa do Trata Brasil
A pesquisa foi feita entre março e novembro de 2020. E o resultado não levou em consideração os acidentes de menor grau ― que não precisaram de hospitalização ― segundo a Sociedade Brasileira de Queimaduras
O cenário é puxado por reduções de casos no Centro-Sul do país, assim como pela interrupção ou queda do crescimento em alguns estados das regiões Norte e Nordeste
Analistas consideram inflação e alta do dólar neste cenário
O preço do trigo seguiu a tendência neste estado
Recurso será aplicado na implementação de infraestruturas de escoamento, obras hídricas, modelagens de concessões e parcerias, pesquisas e inovação.
Segundo especialista, os produtos de origem natural têm potencial para substituir produtos sintéticos, como os fertilizantes e defensivos agrícolas tradicionais
Entre os presidenciaveis de direita: Ratinho Junior (PR), Tarcísio de Freitas (SP) e Romeu Zema (MG), o governador de Goiás sai à frente, conquisra eleitores e tem apenas 12% de desaprovação
O cadastro biométrico é obrigatório para aqueles que estão tirando o primeiro título
Aos primeiros sinais da doença, é fundamental que o paciente procure imediatamente uma unidade de saúde
A diretora do Departamento de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Alda Maria da Cruz, lista os cuidados que devemos tomar para evitar o mosquito dentro de casa
A temperatura pode variar entre 14ºC e 34ºC
A temperatura pode variar entre 12ºC e 33ºC
LOC.: A saca de 60 quilos de soja custa R$ 124,20, nesta quara-feira (17), em alta de 1,80% em relação ao último fechamento. Este valor é referente a diferentes regiões do Paraná.
No litoral paranaense, há também alta e a saca de 60 quilos da soja é negociada a R$ 129,20.
Para o trigo, no Paraná, também houve alta, de 0,20%, a R$ 1.261,20/tonelada.
Já no Rio Grande do Sul houve estabilidade de preços, que estão a R$ 1.200,85/tonelada.
Os valores são do Cepea.
Reportagem, Luigi Mauri, narração, Lívia Braz.
LOC.: A cotação do boi gordo começou esta quarta-feira (17) praticamente estável e o produto é negociado a R$ 230,80 no estado de São Paulo.
Em relação aos quilos do frango congelado e do resfriado, houve também estabilidade de preços. O frango congelado está cotado a R$ 7,23 e o preço do frango resfriado a R$ 7,42/quilo.
Para os dois produtos, as regiões de referência são da Grande São Paulo, São José do Rio Preto e Descalvado.
Já a carcaça suína especial teve queda e é comercializada a R$ 9,60, em atacados da Grande São Paulo. Para o quilo do suíno vivo, todos os estados monitorados também tiveram queda de preços, que comercializam entre R$ 5,90 e R$ 6,40.
As informações são do Cepea.
Reportagem, Luigi Mauri, narração, Lívia Azevedo.
LOC.: Nesta quarta-feira (17), a saca de 60 quilos do café arábica custa R$ 1.284,98 na cidade de São Paulo. Para esta mercadoria, houve forte alta, de 3,20%.
Esta característica se verifica para o café robusta, cujos preços subiram 0,77%. A saca de 60 quilos, preço líquido, à vista, é comercializada a R$ 1.113,17 para retirada nas imediações da região produtora de Colatina e São Gabriel da Palha, no estado do Espírito Santo.
Para o açúcar cristal, em São Paulo, o preço também sobe, a R$ 148,20. No litoral paulista,o preço médio, sem impostos, da saca de 50 quilos subiu 0,30%, a R$ 142,45.
Já a saca de 60 kg do milho está quase estável e é negociada a R$ 59,75 para a região de referência de Campinas (SP).
Os valores são do Cepea.
Reportagem, Luigi Mauri, narração, Lívia Azevedo.