A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) responsabilizou a Rússia pelo fim do tratado de eliminação de mísseis de curto e médio alcance (INF), na última sexta-feira (2). O acordo foi firmado em 1987 para evitar a produção de mísseis.
De acordo com a Aliança, os russos continuaram violando as disposições do tratado, mesmo apesar de advertências dos aliados. A OTAN apoiou a decisão dos Estados Unidos.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, afirmou que a retirada tem efeito porque a Rússia “não retornou ao respeito total e verificado”. Segundo Pompeo, “a Rússia é a única responsável pelo fim do tratado”.
No entanto, o primeiro-russo das Relações Exteriores, Serguei Riabkov, afirmou que a iniciativa foi dos Estados Unidos, e que a Rússia havia proposto ao governo norte-americano uma moratória de instalação de mísseis nucleares.
Quando assinado em 1987, o tratado aboliu o uso de mísseis com alcance entre 500 e 5.500 quilômetros. O acordo ajudou a encerrar a crise de mísseis europeus durante a Guerra Fria. O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, em entrevista coletiva em Bruxelas, afirmou que a organização não quer uma nova corrida armamentista e que a organização “não tem a intenção de implantar novos mísseis nucleares na Europa”.