Data de publicação: 11 de Fevereiro de 2019, 14:01h, Atualizado em: 11 de Fevereiro de 2019, 14:55h
por Raphael Costa
Uma reunião entre promotores de Justiça, diretores do Flamengo, além de representantes do Ministério Público do Trabalho, Polícia Civil, Defensoria Pública, Corpo de Bombeiros e prefeitura do Rio de Janeiro deve definir as soluções imediatas relativas às famílias dos dez jogadores que morreram no incêndio no Ninho do Urubu, na última sexta-feira. O encontro também deve tratar da questão da regularização das instalações do clube.
Em nota de esclarecimento, a prefeitura do Rio de Janeiro detalhou as responsabilidades de cada órgão no caso do incêndio. Segundo o comunicado, a secretaria Municipal da Fazenda, secretaria de Urbanismo e Corpo de Bombeiros negaram que o CT rubro-negro tivesse autorização para funcionar. Apesar do órgão de Fazenda ter mandado interditar o Ninho do Urubu por falta de alvará, a prefeitura alega que não cabia à secretaria fazer a interdição do local.
A nota esclarece que o Flamengo não apresentou à secretaria de Urbanismo nenhum dos itens solicitados, e por isso, a questão dos contêineres que serviam de dormitórios não era de conhecimento da pasta. O comunicado também informa que, por causa disso, o Flamengo será investigado.
Em seu site oficial, o Flamengo afirma que tinha um contrato com a empresa NHJ do Brasil, pioneira e líder no mercado de alojamentos modulares. O clube se defende sob o argumento de que os módulos utilizados no CT atendiam as exigências e normas para as instalações e obedeciam a legislação brasileira. O mesmo vale, segundo o clube, para os aparelhos de ar-condicionado, já que a "manutenção preventiva de rotina era realizada nas instalações".
No sábado, o diretor do Flamengo Reinaldo Belotti falou à imprensa sobre a atuação do clube após o incêndio. O dirigente ressaltou o atendimento aos familiares das vítimas através do trabalho de profissionais como psicólogos e assistentes sociais. Segundo Belotti, uma das causas do incêndio pode ter sido um pico de energia.
“O que nós sabemos até agora, é o que a perícia do Corpo dos Bombeiros nos falou. É que o problema começou no ar-condicionado. E ninguém pode garantir o porquê começou no ar-condicionado. Há poucos minutos eu disse que esses aparelhos tinham sido mantidos um ou dois dias antes. Eles estavam em perfeita ordem, funcionavam, então a suposição existente é de que os picos de energia tenham influenciado no funcionamento do ar condicionado e ocasionado o princípio de incêndio.”
Cinco meninos vão ser sepultados nesta segunda. Cauan Emanuel e Francisco Dyogo seguem internados. Dyogo está em situação mais delicada e está em tratamento de fisioterapia respiratória no Centro de Treinamento Intensivo.