Foto: Agência Brasil/EBC
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TOCANTINS: Mercado de trabalho “tecnológico” cobra mão de obra qualificada

No estado, 92,6% das empresas afirmam conhecer a importância da tecnologia para a competitividade, segundo dados da Federação das Indústrias do Tocantins (Fieto).

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Estar preparado profissionalmente para o contexto da Indústria 4.0, ou seja, um mercado de trabalho tecnológico, multifacetário e digital, é um dos desafios para quem quer conquistar um emprego ou se manter atualizado. Os jovens tocantinenses têm investido em cursos técnicos na área digital em face das novas exigências do setor produtivo.

No Tocantins, 92,6% das empresas afirmam conhecer a importância da tecnologia para a competitividade da indústria, segundo levantamento da Federação das Indústrias do estado (Fieto). Além disso, 100% dos entrevistados afirmaram já utilizar algum tipo de tecnologia em suas empresas.

A Weslany Pereira de Sousa Rodrigues, de 25 anos, é um exemplo. A estudante de Augustinópolis buscou uma qualificação técnica para tentar ficar longe da fila de desempregados do país, que já tem mais de 13 milhões de pessoas, segundo o IBGE.

A jovem encerrou o curso de técnico em informática para internet, no SENAI, e está ansiosa para colocar em prática o que aprendeu no desenvolvimento de softwares, sistemas e aplicativos. A expectativa dela é conseguir uma vaga na área nos próximos meses. “O curso técnico me proporcionou várias coisas, pois não tinha nenhum conhecimento na área de informática. Com este curso, pude adentrar nesse mundo da Tecnologia da Informação (TI)”, avalia.
Mão de obra qualificada

O SENAI 4.0 surge como uma resposta às demandas dessa nova indústria, com oferta de soluções em Educação, Tecnologia e Inovação. As empresas precisam se preparar para atender as necessidades do mercado por produtos mais inteligentes e customizados, assim como os profissionais destas empresas devem estar familiarizados com as tendências e tecnologias requeridas. O objetivo é desenvolver as suas atividades de forma alinhada às novas demandas de mercado.
Foram criados cursos técnicos, de aperfeiçoamento profissional e pós-graduação nas tecnologias habilitadoras da Indústria 4.0 (Computação em Nuvem, Big Data, Segurança Digital, Internet das Coisas, Integração de Sistemas, Robótica Avançada, Manufatura Digital e Manufatura Aditiva). 

Segundo a deputada federal professora Dorinha (DEM-TO), o estado terá que se superar quanto a mudança e a consolidação do mundo do trabalho, tendo a educação profissional como grande aliada. “A educação profissional tem essa tarefa de integrar, trazer o jovem para a escola. É estratégica para um país que tem a tarefa e a responsabilidade de formação dos seus quadros e de mudança do ponto de vista econômico”, declara a parlamentar, que avalia ainda a importância feminina nesse processo. “A mulher é maioria da população. Por muito tempo muitas atividades eram restritas ao mundo masculino – fruto do preconceito. Mas as mulheres de hoje, mais do que nunca, têm rompido barreiras e precisam desse processo de qualificação e requalificação”, completou.

Desenvolvimento econômico

A consultoria Accenture estima que a implementação das tecnologias ligadas à Internet das Coisas na economia deverá impactar o PIB brasileiro em aproximadamente US$ 39 bilhões, até 2030. O ganho pode alcançar US$ 210 bilhões, caso o país crie condições para acelerar a absorção das tecnologias relacionadas, o que dependerá de melhorias no ambiente de negócios, infraestrutura, programas de difusão tecnológica, aperfeiçoamento regulatório e qualificação profissional.

Segundo o especialista em Finanças e Tecnologia Edemilson Paraná, em todos os momentos de desenvolvimento tecnológico, inclusive nas revoluções industriais anteriores, houve uma preocupação com a diminuição de postos de trabalho, mesmo verificando o surgimento de novas vagas. A preocupação, no momento atual, também passa por essa questão. 

“Claro que investir em formação, em capacitação e em desenvolvimento tecnológico, para que a força de trabalho se adeque a esse novo ambiente. Para que, eventualmente, produza novas soluções, novos setores econômicos e novos ramos, inclusive, novos produtos. Que venha a produzir mais empregos”, analisa Paraná.
 

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