Desemprego

18/04/2024 03:00h

Especialista ressalta que o medo do desemprego está relacionado à idade, renda familiar e nível de escolaridade

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O medo de ser demitido diminuiu este ano, aponta pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com o balanço, 52% da população declara ter pouca ou nenhuma preocupação em perder o emprego, enquanto 15% apresentam um medo médio e 31% têm grande medo.

O gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, aponta alguns fatores que contribuíram para esse resultado. "Isso é reflexo tanto de uma maior segurança no seu próprio emprego, como também a expectativa de encontrar postos de trabalho, caso perca o seu emprego atual.”

Em 2018 e 2021, 44% dos entrevistados demonstravam grande medo de perder o emprego, conforme pesquisas da CNI. Durante o ápice da pandemia de Covid-19, em maio de 2020, a preocupação exacerbada com o desemprego afetava 48% dos brasileiros.

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O resultado varia com a idade, renda e escolaridade

Azevedo também destaca que o medo do desemprego está relacionado com a idade, renda familiar e nível de escolaridade. Segundo a pesquisa, 20% daqueles que têm entre 16 e 24 anos não têm nenhum medo de perder o emprego. A porcentagem aumenta com a idade e alcança 54% entre os indivíduos com 60 anos ou mais.

Além disso, 45% daqueles que recebem mais de cinco salários mínimos não têm qualquer medo de perder o emprego. Esse número diminui de acordo com o nível de escolaridade, chegando a 27% entre aqueles que ganham até um salário mínimo.

A autônoma Ellen Paula Ferreira, de 24 anos, é formada em gestão pública e mora em Ceilândia, região administrativa do Distrito Federal. Ela relembra que trabalhava como caixa de padaria, mas se demitiu no começo deste mês. 

“Era muito trabalho para pouca remuneração. Muito acúmulo de função, eu trabalhava oito dias folgava um, era muito pesado. Então eu sabia que eu podia conseguir alguma coisa melhor, um salário melhor, com condições e horários melhores”, explica. 

Atualmente, ela trabalha com confecção de peças de tricô e crochê, e está estudando para concursos públicos. 

O medo de perder emprego também varia nas regiões brasileiras. No Sudeste, 37% dos entrevistados não têm nenhum medo de perder o emprego, enquanto na região Norte e Centro-Oeste esse número cai para 22%.

Pesquisa

A pesquisa da CNI foi realizada em parceria com o Instituto de Pesquisa em reputação e Imagem (IPRI). Em fevereiro, foram ouvidas 2.012 pessoas com 16 anos ou mais, nos 26 estados e no Distrito Federal.

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29/03/2024 00:06h

A taxa ficou acima do patamar registrado no trimestre imediatamente anterior, encerrado em novembro do ano passado, quando chegou a 7,5%

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A taxa de desemprego no Brasil ficou em 7,8% no trimestre encerrado em fevereiro de 2024, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua. 

A taxa ficou acima do patamar registrado no trimestre imediatamente anterior, encerrado em novembro do ano passado, quando chegou a 7,5%. 

Por outro lado, o nível ficou abaixo dos 8,6% do trimestre terminado em fevereiro de 2023. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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De acordo com o levantamento, o número de pessoas desocupadas no país chegou a 8,5 milhões, ou seja, um aumento de 4,1% na comparação com novembro de 2023. No entanto, houve recuo de 7,5% na comparação anual, ou seja, com fevereiro do ano passado.

Em relação à população ocupada — um total de 100,25 milhões de pessoas — houve estabilidade no trimestre, porém, foi registrado uma alta de 2,2% no ano.
 

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03/03/2024 00:02h

26 das 27 unidades da federação registraram queda na taxa de desocupação, entre elas Goiás, São Paulo, Mato Grosso e Minas Gerais

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Em 2023, o Brasil registrou uma taxa de desocupação anual de 7,8%, apresentando uma queda de 1,8% na comparação com a média do ano anterior. No país, a população desocupada no ano totalizou 8,5 milhões de pessoas, caindo 1,8 milhão (-17,6%) em relação a 2022. As informações são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Regionalmente, 26 das 27 unidades da federação (UFs) registraram queda na taxa de desocupação, entre elas Goiás, São Paulo, Mato Grosso e Minas Gerais.

Veja as taxas de desemprego dessas UF’s por ano:

“Praticamente todos os estados apresentaram um quadro de redução do desemprego. São Paulo liderou esse contingente com cerca de 11,4 milhões de pessoas empregadas, representando 24% da força de trabalho do país. Foi a menor taxa de desemprego dos últimos nove anos no estado”, destaca o economista Cesar Bergo.

De acordo com o economista, esse cenário foi impulsionado por setores chave da economia paulista, como serviços, indústria e comércio. Além disso, ele ressalta que investimentos em infraestrutura e políticas de fortalecimento de empreendedorismo desempenham um papel decisivo no estado.

Em 2023, 60% da ocupação no país foi atribuída a seis estados distintos, sendo eles: São Paulo (24,3%), Minas Gerais (10,7%), Rio de Janeiro (8,1%), Bahia (6,0%), Paraná (5,9%) e Rio Grande do Sul (5,8%).

“Esse cenário no estado mineiro foi propiciado pelo crescimento econômico de setores estratégicos, como mineração, agricultura e serviços. Investimentos em infraestrutura também contribuíram para a geração de empregos diretos e indiretos em Minas Gerais”, avalia Bergo.

O nível de ocupados na população em idade de trabalhar foi estimado em 57,6% em 2023 —1,6% a mais que em 2022 (56,0%). As maiores proporções foram registradas em Santa Catarina (65,9%), Goiás (64,7%) e Mato Grosso (64,7%).

O economista aponta que Goiás foi um destaque positivo na região Centro-Oeste, e a redução do desemprego no estado contou com o crescimento econômico de setores como de agronegócios e serviços, bem como programas do governo estadual para fortalecer pequenas e médias empresas, principalmente no segmento de informações, comunicação, tecnologia, inovação e no setor de turismo.

“O ambiente favorável de negócios também contribuiu para que Mato Grosso apresentasse números positivos no tocante ao ambiente de mercado de trabalho. Setores chave como negócio, investimentos, infraestrutura, logística, mostraram-se decisivos para o aumento da atividade econômica e a consequente criação de novas oportunidades de empregos no estado mato-grossense”, completa.

Expectativas para 2024

Para 2024, o economista explica que aguarda um menor dinamismo no mercado de trabalho, mas também uma manutenção do cenário positivo. Entretanto, ele lembra que é necessário um ambiente político-econômico estável para contribuir para a redução do desemprego no Brasil.

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19/02/2024 03:50h

Taxa de desocupação cai no Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte — e sobe em Rondônia e Mato Grosso

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A taxa de desemprego caiu em apenas dois estados no quarto trimestre de 2023: Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte.  No período, 23 unidades da federação mantiveram estabilidade, enquanto Rondônia e Mato Grosso registraram aumento no número de desocupados. Em relação ao trimestre anterior, o desemprego recuou 0,3 ponto percentual, fechando em 7,4%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua Trimestral, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas do IBGE, explica o recuo. 

“Vale ressaltar que, regionalmente, apenas o Sudeste teve uma queda considerada estatisticamente significativa. Ou seja, a queda da desocupação foi mais concentrada nesta região e não tendo uma difusão grande nas unidades da federação. Com relação às atividades econômicas, as que mais se destacaram nesse quarto trimestre foram a construção; os serviços; e parte da indústria”, pontua.    

O economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) Fabio Bentes avalia que o recuo da taxa de desemprego foi pouco significativo, mas entende que os dados refletem uma fraqueza da economia no quarto trimestre do ano passado. 

“O índice de atividade econômica do Banco Central aponta para uma estabilidade na passagem do terceiro para o quarto trimestre de 2023. Portanto, em um período em que a economia não avançou ou avançou muito pouco, a tendência é que o mercado de trabalho acabe replicando esse baixo dinamismo da atividade econômica dos três últimos meses do ano passado”, afirma. 

Para o presidente do Sindicato dos Economistas de São Paulo, Carlos Eduardo Oliveira, é preciso implementar políticas de incentivo para reduzir  ainda mais o número de desempregados no país. O economista defende ainda que o Banco Central mantenha a rotina de redução de juros — atualmente em 11,25%. 

“Há necessidade de ampliar a política de geração de renda e de investimentos para as empresas. Têm que dar crédito. Só melhora a economia se der crédito para as empresas, aí elas vão estar contratando mais pessoas, máquinas, equipamentos e girando a economia como um todo.  Essa política tem que se ampliar”, defende o economista. 

No recorte anual, a taxa de desocupação no país foi de 7,8%, uma queda de 1,8 ponto percentual em relação a 2022. De acordo com o IBGE, são 8,5 milhões de pessoas desempregadas. Já a população ocupada chega a 100,7 milhões de pessoas, o maior patamar da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012.

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Carteira assinada x informalidade 

A pesquisa mostra ainda que 73,7% dos empregados do setor privado tinham carteira de trabalho assinada no último trimestre do ano passado, com os maiores percentuais registrados em  Santa Catarina (88,2%), Rio Grande do Sul (81,9%) e Paraná (81,7%) — e os menores no Maranhão (48,9%), Piauí (51,6%) e Paraíba (54,9%).

Já a taxa de informalidade ficou em 39,1% da população ocupada. Maranhão (57,8%), Pará (57,4%) e Amazonas (54,6%) registraram os maiores percentuais. Por outro lado, Santa Catarina (27,6%), Distrito Federal (30,4%) e São Paulo (31,2%) tiveram as menores taxas. 

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19/11/2023 18:23h

Professor do Ibmec diz que medida que limita abertura de comércios nos feriados fortalece sindicatos, mas pode causar inflação e desemprego no médio e longo prazo

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A medida baixada pelo governo no último dia 14 de novembro, com novas regras para o trabalho aos domingos e feriados, deve fortalecer os sindicatos, mas, ao mesmo tempo, pode causar inflação e desemprego no médio e longo prazos, porque tende a aumentar o custo das contratações para os empresários. Esta é a opinião do especialista Thiago Sorrentino, professor de Direito do Trabalho do Ibmec Brasília.

As novas regras foram publicadas pelo Ministério do Trabalho, no Diário Oficial da União, através de uma Portaria que revogou a "autorização permanente" de trabalho aos domingos e feriados concedida em 2021 pelo governo do então presidente Jair Bolsonaro, para algumas atividades. A nova regra baixada pelo atual governo determina, por exemplo, que o comércio e os serviços só poderão funcionar aos domingos e feriados, se houver negociação com sindicatos de trabalhadores ou através de lei municipal permitindo a abertura dos estabelecimentos.

Thiago Sorrentino, professor de Direito do Trabalho do Ibmec Brasília

De acordo com o professor do Ibmec, “para atuação nessas datas e nesse mesmo médio e longo prazo, a depender da evolução econômica de um modo geral, [a Portaria do governo] pode levar a um repasse nos preços dos produtos e serviços ou a uma diminuição do ritmo de contratação." O especialista, no entanto, ressalta que "essas duas consequências econômicas ainda não podem ser verificadas, nem calculadas nesse momento, porque dependeriam de externalidades próprias da evolução do próprio PIB (Produto Interno Bruto) e da própria atividade econômica.”

O que muda

O Ministério do Trabalho publicou a Portaria 3.665 no último dia 14 de novembro, que revogou a "autorização permanente" de trabalho aos domingos e feriados, concedida, em 2021, pelo governo do então presidente Jair Bolsonaro, para algumas atividades. As regras, antes da medida baixada pelo atual governo, não exigiam convenção coletiva ou lei municipal para que o funcionário trabalhasse aos domingos e feriados. Bastava que o empregador comunicasse aos funcionários qual seria a escala de trabalho e que o estabelecimento abriria normalmente, respeitando os direitos de folga e a jornada determinada pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

Conforme a nova regra do atual governo, o comércio e serviços só poderão funcionar nessas datas, se houver negociação com sindicatos de trabalhadores ou através de lei municipal que permita a abertura dos estabelecimentos. A medida atinge o comércio varejista em geral, como supermercados, comerciantes de peixe, carnes, frutas e verduras, aves, ovos e até farmácias. 

De acordo com a Portaria assinada pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho, para que diversas áreas do comércio possam abrir as portas aos domingos e feriados, será preciso lei municipal ou acordo fechado em convenção coletiva, que precisa reunir representantes de toda a categoria profissional.

Reação no comércio

A Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), setor que emprega mais de 3 milhões de trabalhadores no país, divulgou nota alertando para “os danos que a medida pode provocar para a economia”. A entidade afirmou que a Portaria do Ministério do Trabalho vai "reduzir a atividade econômica e fechar postos de trabalho no setor supermercadista.”

Reação no Congresso

Assim que o Poder Executivo anunciou que vai revogar a autorização permanente para o trabalho aos domingos e feriados, as forças políticas que trabalham em defesa dos interesses dos empresários começaram a agir em busca de reverter eventuais impactos negativos da medida.

A Frente Parlamentar do Empreendedorismo anunciou que prepara uma força-tarefa, no Congresso Nacional, com objetivo de derrubar a medida. Ao mesmo tempo, outro importante bloco parlamentar, que reúne no Poder Legislativo vários deputados e senadores em defesa dos empresários – a Frente Parlamentar de Comércio e Serviço – divulgou que seus integrantes estão sendo orientados a apresentarem projetos de decreto legislativo na Câmara e no Senado. Segundo as assessorias dessas duas frentes parlamentares, estas ações já estão em andamento e deverão ser executadas a partir desta segunda-feira (20).

 

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30/09/2023 19:23h

Mais de 60% dos brasileiros vivem com esse receio constante, um número bem acima da média global de 37%

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O Brasil ocupa a 3ª posição no ranking mundial de países onde a população mais teme ficar desempregada. É o que revela estudo divulgado pela plataforma CupomValido.com.br em parceria com a Workmonitor. Mais de 60% dos brasileiros vivem com esse receio constante, um número bem acima da média global de 37%. Nesse cenário, apenas o México, com 61%; e a Índia, liderando com 70%, superam o Brasil.

Diante desse quadro, a supervisora de Recursos Humanos da Horizonte Logística, Amarilys Mikyro, destaca a importância da segurança psicológica no ambiente de trabalho e os desafios enfrentados no mercado de trabalho. Ela mencionou a tendência de muitos brasileiros a temerem a perda do emprego devido a questões financeiras e familiares. O atual cenário de empregos informais ou o empreendedorismo são alternativas que muitos consideram quando confrontados com essa insegurança.

“A questão da segurança psicológica vem muito latente e também tem a burn out. O que a gente observa hoje em dia? Que muita gente teme perder o emprego por questão de contas financeiras, família e por saber que quando perde o emprego o caminho que é tido como tendência é a informalidade ou é acabar se tornando seu próprio chefe através das micro e pequenas empresas”, defendeu. 

Moradora do Gama, Loyanne Castro, de 25 anos, é bacharel em direito e contou que, recentemente, perdeu um trabalho. Porém, ela comentou que não teve muita dificuldade para conseguir se recolocar no mercado de trabalho. "A empresa era uma franquia e ia mudar de donos. Então, como eles não sabiam como ia ficar, se eles iam vender, se eles iam passar para a franquia de volta, a gente cumpriu o aviso prévio de um mês e foi tudo bem tranquilo", contou. 

Ela também destacou a facilidade de encontrar uma nova oportunidade de emprego, graças ao seu planejamento e contatos prévios. Isso ilustra que, embora o medo de perder o emprego seja uma realidade para muitos, a preparação e a rede de contatos podem ajudar na transição para um novo emprego.

O economista e pesquisador da Unicamp, Felipe Queiroz, pontua que aspectos legais e a realidade referente a determinados setores da economia são fatores que contribuem para a insegurança no emprego. “Por exemplo, a perspectiva de crescimento do PIB em janeiro estava em 0,5%, hoje a perspectiva de crescimento do PIB está em 3%, os resultados do primeiro e do segundo trimestre foram muito bons e isso iria contra a hipótese de que é só o cenário econômico", disse. 
 

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Medida diminui encargos sobre as empresas de 17 setores que mais empregam no país. Apesar de celebrarem a decisão da Câmara dos Deputados, setores pedem solução ampla e definitiva para diminuir custos ligados ao emprego

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Representantes dos setores beneficiados pela desoneração da folha de pagamento comemoraram a extensão da medida até o fim de 2027 pela Câmara dos Deputados. No entanto, ressaltam que o país precisa pensar em uma solução ampla e definitiva para diminuir os custos ligados ao emprego. 

Na noite de quarta-feira (30), os deputados aprovaram um projeto de lei que prorroga por 4 anos a desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia. O mecanismo permite que as empresas desses setores troquem a contribuição patronal de 20% para a Previdência Social pelo pagamento de 1% a 4,5% sobre o faturamento do negócio. 

O pagamento sobre o faturamento costuma ser mais vantajoso para as empresas porque diminui o custo do emprego, permite a oferta de salários mais altos e abre espaço para novos investimentos, como a própria contratação de mais trabalhadores, afirma o diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel. 

"Está provado que o Brasil tem a maior carga sobre folha quando comparado com outros países da OCDE. O salário não é o culpado, mas todos os custos que envolvem o emprego é que acabam gerando esse impacto, que não é positivo para o trabalhador e não é positivo para a competitividade brasileira", afirma. Segundo a Abit, se a desoneração  —  que acaba no fim deste ano — não fosse ampliada, a indústria têxtil e de confecção poderia cortar entre 15 mil e 30 mil postos de trabalho.

Autor do projeto de lei, o senador Efraim Filho (União-PB) diz que a interrupção do mecanismo geraria 600 mil demissões nos 17 setores por ele beneficiados. O deputado federal Vitor Lippi (PSDB-SP), presidente da Frente Parlamentar Mista da Indústria de Máquinas e Equipamentos, afirma que a manutenção da desoneração tem impacto não só no emprego, mas na atividade econômica do país. 

"Vi com muita satisfação [a aprovação do projeto]. Foi uma mobilização importante do parlamento brasileiro entendendo a importância dos empregos para o desenvolvimento econômico e social, porque quanto mais empregos nós tivermos, mais pessoas estarão melhorando a renda das suas famílias, consumindo mais serviços, mais produtos, então isso cria um círculo virtuoso de desenvolvimento econômico e social", avalia. 

Como os deputados fizeram algumas alterações no texto aprovado pelos senadores, a proposta volta para o Senado. José Velloso, presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), está confiante na prorrogação da medida

"Com isso, nós preservamos milhões de empregos e vamos preservar mais empregos ainda. No setor de máquinas e equipamentos, as empresas que aderiram à desoneração estão segurando a mão de obra apesar dos juros altos e queda nas vendas de 10% do setor, em função da desoneração da folha", afirma. 

Solução ampla e definitiva

Desde sua criação, em 2011, a desoneração da folha de pagamento foi alvo de sucessivas prorrogações. A última delas ocorreu em 2021 e teria fim em dezembro deste ano. A medida acaba sendo um paliativo para diminuir o impacto dos custos atrelados à folha de pagamentos no Brasil, que estão entre os mais elevados do mundo. 

Os 17 setores por ela beneficiados e também representantes de outros segmentos que não têm direito ao mecanismo defendem uma solução que alcance todo o setor produtivo e que não tenha que ser revista periodicamente, como ocorre com o modelo de desoneração atual. 

Segundo Pimentel, é importante que o Congresso Nacional e o Executivo trabalhem pela redução do custo para se gerar emprego no Brasil. "Isto não eliminará todo o nosso trabalho com os outros setores, com as federações, com as confederações, de encontrar uma solução ampla para que tenhamos um custo de trabalho menor, aumentando a competitividade da indústria e, ao mesmo tempo, fazendo com que essa competitividade se traduza em melhores ganhos e benefícios para aqueles que trabalham no nosso setor", argumenta. 

O deputado Vitor Lippi destaca os benefícios de uma solução definitiva para o problema. "Essa ação de reduzir o custo do emprego para esses setores tão importantes e que empregam milhões de trabalhadores deveria ser permanente. Isso iria criar uma condição mais estável. Quando você toma medidas como essa você acaba melhorando o ambiente de competitividade das empresas brasileiras para que elas possam ter uma isonomia com os outros países", acredita. 

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17/08/2023 11:10h

O desemprego no Distrito Federal é de 8,7%

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No segundo trimestre de 2023, a população empregada cresceu em 3,00% no Distrito Federal.

Já a taxa de desocupação no Distrito Federal caiu para 8,7%, que é a menor desde o quarto trimestre de 2013.

Aproximadamente 70,0% da população do Distrito Federal é parte da força de trabalho, o que corresponde a 1,78 milhão de pessoas. A força de trabalho engloba todas as pessoas que estão trabalhando ou que, ocupadas ou desocupadas, estão procurando trabalho. 

30% estão fora da força de trabalho, o que corresponde a 798 mil pessoas. As pessoas fora da força de trabalho nem trabalham e nem buscam formas de ocupação. Estas pessoas também são chamadas de inativas.

2,58 milhões de pessoas estão em idade produtiva nesta unidade da federação, o que corresponde a um aumento de 2,4% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. 

Em comparação ao 1º trimestre de 2023, houve saída de 12 mil pessoas da força de trabalho e inserção de 46 mil pessoas fora da força. 

A parcela efetivamente empregada corresponde a 1,63 milhão de pessoas no 2º trimestre de 2023, ou 63% da população. Este contingente aumentou em 3%, ou 47 mil novas pessoas empregadas, em relação ao trimestre anterior. 

Em comparação ao mesmo trimestre de 2022, houve crescimento de 54 mil pessoas empregadas no Distrito Federal. Este crescimento foi de 3,4%. 

Em relação ao trimestre anterior, destacam-se os aumentos de pessoas empregadas no setor privado (5,5%) e trabalhadores domésticos (12,3%). 

Os trabalhadores domésticos sem carteira assinada apresentaram variação de 14,2% em relação ao trimestre anterior e um total de 68 mil pessoas empregadas.

No setor público do Distrito Federal, há 333 mil pessoas empregadas, sendo a maioria de 244 mil funcionários públicos estatutários/militares, 47 mil com carteira assinada e 43 mil sem carteira de trabalho assinada. 

Já os profissionais que trabalham por conta própria contabilizam 324 mil pessoas no 2º trimestre, apresentando estabilidade em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. 

Em sua maioria, esses profissionais trabalham sem CNPJ ou na informalidade com 237 mil pessoas, representando 73,1% da categoria. 

O Distrito Federal apresenta tanto a segunda menor taxa de informalidade do país, quanto o maior rendimento médio nacional. 

O rendimento médio mensal em Brasília é de R$ 4.823,00 e não apresenta variações significativas com relação ao trimestre anterior. Em segundo lugar está São Paulo, cuja renda média é de R$ 3.537,00 por pessoa. 

A média de renda brasileira é de R$ 2.921,00. 

Os dados foram divulgados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, a PNAD, do IBGE. 
 

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16/08/2023 12:30h

A taxa de desemprego medida pelo IBGE foi de 8,0% no segundo trimestre de 2023

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A taxa de desocupação no Brasil — ou seja a taxa de pessoas que estão desempregadas  — no segundo trimestre de 2023 foi de 8,0%, caindo 0,8 ponto percentual (p.p.) ante o primeiro trimestre deste ano (8,8%) e 1,3 p.p. frente ao mesmo trimestre de 2022 (9,3%).

Em relação ao trimestre anterior, a taxa de desocupação diminuiu em quatro das cinco grandes regiões, mantendo-se estável no Sul. 

Entre as regiões, o Nordeste permaneceu com a maior taxa (11,3%), e o Sul, com a menor (4,7%).

Também, houve redução em oito das 27 unidades da Federação, sendo elas: Rio Grande do Norte (10,2%), Maranhão (8,8%), Distrito Federal (8,7%), Ceará (8,6%), Pará (8,6%), São Paulo (7,8%), Minas Gerais (5,8%) e Mato Grosso (3,0%). 

As maiores taxas de desocupação são de Pernambuco (14,2%), Bahia (13,4%) e Amapá (12,4%), e as menores, de Rondônia (2,4%), Mato Grosso (3,0%) e Santa Catarina (3,5%).

Entre os gêneros, a taxa de desocupação foi de 6,9% para os homens e 9,6% para as mulheres no segundo trimestre de 2023. 

Já a taxa de desocupação por cor ou raça ficou abaixo da média nacional (8,0%) para os brancos (6,3%) e acima para os pretos (10,0%) e pardos (9,3%).

A taxa de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto (13,6%) foi maior que as taxas dos demais níveis de instrução analisados.   

Para as pessoas com nível superior incompleto, a taxa foi de 8,3%, mais que o dobro da verificada para o nível superior completo (3,8%).

Já a taxa de subutilização da força de trabalho, ou seja o percentual de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas, foi de aproximadamente 18,0%. 

Os desalentados, ou seja, aqueles que gostariam de trabalhar, porém não procuram emprego por achar que não encontrariam, somam 3,3% no segundo trimestre de 2023. 

O percentual de empregados no setor privado é de aproximadamente 74,0%. Os ocupados por conta própria somam 25,5% dos empregados e a taxa de informalidade foi de 40,0%. 

No Brasil, 2,04 milhões de pessoas estão procurando trabalho por dois anos ou mais. Esse contingente é 31% menor do que o observado no mesmo trimestre do ano anterior. 

Já em relação a 2012, que foi o primeiro ano de contagem da série, o número total de pessoas buscando trabalho por dois anos ou mais cresceu 34,2%.   

O rendimento médio real mensal habitual foi de R$ 2.921, ficando estável frente ao primeiro trimestre de 2023. 

Este valor é crescente frente ao mesmo trimestre de 2022 (R$ 2.750),

Na comparação com o primeiro trimestre deste ano, o norte teve crescimento no rendimento, enquanto as demais regiões ficaram estáveis. 

Os dados foram divulgados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, a PNAD, do IBGE. 
 

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15/08/2023 06:00h

De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), as contratações foram impulsionadas pelos setores de serviços com 30.655 postos e da indústria com 20.557

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No primeiro semestre de 2023, o Brasil teve um crescimento de 1.023.540 milhão de empregos formais, com saldo positivo nas cinco principais categorias econômicas e em 25 dos 27 estados. Em junho, foram criados 157.198 empregos formais, com resultados favoráveis nas cinco categorias econômicas, o que resultou em um estoque recuperado de 43.467.965 postos de trabalho no mês. 

No Rio Grande do Sul não foi diferente. O estado fechou o primeiro semestre do ano com um aumento de 53.315 empregos. Segundo o último relatório do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), essa marca foi alcançada pela diferença de 763.996 contratações frente a 710.681 desligamentos no período de janeiro a junho.

De acordo com o CAGED, as contratações foram impulsionadas pelos setores de serviços com 30.655 postos e da indústria com 20.557. No primeiro semestre deste ano, fevereiro foi o mês que mais se destacou, pois apresentou um saldo positivo de 20.367 vínculos formais de trabalho. 

O economista Otto Nogami explica que o segmento de serviços e o setor da indústria foram os que mais contribuíram para o aumento do emprego formal no estado. “Como é uma característica das áreas de lavoura, em períodos de safra o aumento da atividade econômica é natural, levando a um aumento maior de contratações do que demissões no emprego formal”, explica.

Otto aponta que o aumento do emprego formal no primeiro semestre indica um possível crescimento mais expressivo no segundo semestre, “como resultado do arrefecimento das pressões inflacionárias e impulsionado também pela queda da taxa básica de juros”, explica.

Em junho, o Rio Grande do Sul contabilizou um acréscimo de 498 empregados estrangeiros e 407 aprendizes. A remuneração média no período ficou em R$ 1.899,86.

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