Alimentação

03/04/2024 00:06h

A estimativa é da Federação Mundial de Obesidade (WOF), que ainda revela que mais de 750 milhões de crianças e jovens adolescentes devem viver com essa realidade, até 2035

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Um alerta para pais e responsáveis. No Brasil, uma em  cada 3 crianças têm sobrepeso. E o quadro fica ainda mais grave ao descobrir que, até 2035, mais de 750 milhões de crianças e jovens adolescentes deverão viver com sobrepeso e obesidade no mundo. A estimativa é da Federação Mundial de Obesidade (World Obesity Federation - WOF), ao divulgar a sexta edição do Novo Atlas Mundial da Obesidade 2024.

Contrariar a diretriz de que uma alimentação saudável para crianças, principalmente nos primeiros anos de vida, pode provocar danos a longo prazo na saúde dos pequenos, é contribuir para que as taxas de obesidade e doenças consequentes desse quadro aumentem. A opinião é do médico pós-graduado em nutrologia Yure Elias.

“Quando a gente fala de uma alimentação saudável, a gente está falando de alimentos que tendem a melhorar a longevidade, tendem a melhorar a qualidade de vida, a disposição, a parte cognitiva das pessoas — e, também, a gente está evitando certos tipos de alimentos que podem estar piorando tudo isso”, analisa.

A ingestão de alimentos ricos em açúcares e gordura antes dos 2 anos, por exemplo, pode ser desastroso para o futuro dessa criança. Segundo o Ministério da Saúde, os números mostram isso. Só no ano passado, o Brasil registrou excesso de peso em mais de 3,1 milhões crianças — conforme relatório do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan) do Ministério da Saúde. 

Quem mais sofre

De acordo com o Atlas Mundial da Obesidade 2024, o público mais afetado está na faixa etária entre 5 e 19 anos. Os dados são obtidos através da medição do índice de massa corporal (IMC). A maioria vive em países de renda média. O estudo aponta que países com economias em expansão têm também aumentos rápidos na prevalência de excesso de peso, embora em níveis baixos. 

O Ministério da Saúde (MS) estabeleceu metas para serem alcançadas com base nas escolhas alimentares mais saudáveis. O conteúdo está no “Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil 2021-2030”. Reduzir em 1/3 a mortalidade prematura (30-69 anos) por DCNT; deter o crescimento da obesidade na população adulta e reduzir em 2% a obesidade em crianças — são apenas alguns desses objetivos propostos.

O médico Yure Elias mostra preocupação com a quantidade de crianças acima do peso e alerta pais e responsáveis.

“Na prática, as doenças que a gente mais vê são, sem dúvida, colesterol alto, hipercolesterolemia, hipertensão arterial sistêmica e o diabetes. São as três patologias que a gente acaba mais vendo ali com uma relação íntima com a alimentação. São doenças que, de primeira linha, a gente tenta uma mudança do estilo de vida do paciente para fazer o tratamento. Então, a gente está falando ali de mudança principalmente relacionada à alimentação”, destaca.

A moradora do Rio de Janeiro Elenir Rosa de Azevedo tem 67 anos e é aposentada. Ela é mãe de 3 filhos, tem 3 netos e revela que sempre se preocupou com a saúde das crianças. Por conta disso, diz que, durante muito tempo, cozinhou sozinha todas as refeições para equilibrar os alimentos e a quantidade de sal a ser ingerida.

“Sempre tive a preocupação com uma boa alimentação. Trabalhando com crianças e mãe de três filhos e três netos, busquei priorizar uma alimentação saudável, pois assim estaria contribuindo para a boa formação da saúde das crianças, possibilitando um crescimento sadio. Esses bons alimentos são fundamentais para um bom desenvolvimento e fortalecimento de sua saúde”, reforça.

Segundo o MS, as metas do Plano de Ações orientarão as áreas por uma década, com perspectiva de tornarem-se pontos de interlocução entre as esferas de gestão do SUS, apoio para a definição de subsídios técnicos e financeiros para a vigilância em saúde para fortalecê-la nas áreas de Atenção Primária à Saúde, Atenção Especializada, Ciência e Tecnologia e Gestão do Trabalho e Educação em Saúde no Sistema Único de Saúde.
 

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01/04/2024 00:05h

Trocar o consumo de produtos industrializados por alimentos naturais pode ser um passo importante para reduzir os riscos de doenças fatais

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A má alimentação e a falta de atividade física são os principais riscos para a saúde da população global, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A entidade alerta que as mudanças no estilo de vida das pessoas alteraram o padrão de consumo alimentar. Além disso, o aumento na produção de alimentos processados contribui para que as pessoas passem a consumir mais gordura, açúcar e sal. De acordo com a OMS, uma alimentação saudável pode ajudar a evitar problemas como diabetes, doenças cardiovasculares, acidente vascular cerebral (AVC) e até mesmo câncer. 

A estudante de psicologia Jéssica Soares, de 31 anos, sentiu na pele a importância de comer bem. A moradora de Brasília conta que, devido à rotina de trabalho e estudos, se descuidou da alimentação e passou a consumir alimentos rápidos na rua — os famosos fast food —  até ser diagnosticada com gastrite em 2020, após sentir fortes dores estomacais. O médico, então, recomendou uma mudança nos hábitos alimentares. 

“Depois disso, eu cortei vários tipos de alimentos da minha vida como café, comidas gordurosas, refrigerantes, frituras, bebidas alcoólicas, hambúrguer e vários outros. Depois dessas mudanças de hábito, a minha vida melhorou muito. Fiz novamente os exames e não tenho mais gastrite. A minha qualidade de vida melhorou muito depois disso, tanto na questão do tratamento da gastrite que eu não tenho mais, quanto em questões psicológicas que eu tinha também, como ansiedade”, afirma a estudante.   

A nutricionista especialista em nutrição funcional Ana Máximo afirma que uma alimentação saudável é aquela em que o consumidor “descasca mais do que desembrulha” — uma referência à necessidade de se consumir, por exemplo,  frutas no lugar de produtos industrializados. Ela recomenda ir mais à feira que ao supermercado; e, na hora do almoço ou jantar, compor o prato com 50% de vegetais, 25% de carboidratos, como o popular arroz e feijão, e 25% de proteínas, como carne vermelha e frango sem gordura.

“Quer ter uma alimentação mais natural? Vai mais à feira, coma mais frutas e legumes. Evite produtos industrializados o máximo possível, produtos que tenham sido manipulados. Então, se está ali um biscoito, ele foi manipulado no supermercado. Quanto mais manipulado, menos saudável é. Então, tente fazer suas refeições em casa. Tente fazer seus alimentos em casa. Isso vai fazer com que você melhore muito a qualidade alimentar”, sugere a especialista.

Dicas de saúde

  • Evite o consumo de alimentos ricos em calorias e industrializados, gordurosos e salgados;
  • Aumente o consumo de frutas, verduras e legumes, cereais integrais e feijões;
  • Beba bastante água;
  • Reduza ou evite o consumo de bebidas alcoólicas e o uso do cigarro;
  • Faça exames preventivos e consulte sempre o seu médico;
  • Faça exercícios físicos regulares, diariamente ou pelo menos três vezes por semana, após avaliação médica;
  • Durma pelo menos 8h em um período de 24h.

Fonte: Ministério da Saúde

Ultraprocessados

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) em 2023 mostra que cerca de 57 mil pessoas morrem por ano de forma prematura por consumirem alimentos ultraprocessados  — como refrigerantes, salgadinhos e produtos congelados prontos para o consumo. O número corresponde a 10,5% de todas as mortes precoces de adultos entre 30 e 69 anos no Brasil, segundo a pesquisa.  

Esses produtos apresentam deficiências nutricionais que deixam o corpo humano mais vulnerável a doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Uma delas é o câncer, responsável por 9,7 milhões de mortes em 2022, conforme dados da OMS divulgados em 2024. Ainda segundo a entidade, também em 2022, 43% dos adultos estavam acima do peso. 

Ana Máximo explica que todos os nutrientes que o corpo humano precisa estão nos alimentos. Isso significa que uma alimentação sem os nutrientes necessários pode causar doenças com potencial de levar à morte. Assim, trocar aquele biscoito recheado por uma banana pode parecer um gesto simples, mas é um passo importante para  evitar problemas — e ter uma vida mais saudável.

“Uma anemia pode levar a uma leucemia, você pode ter problemas neurais graves, um diabetes que a gente sabe que pode desenvolver, através dessa alimentação — e pode ir para uma diabetes tipo 2, na qual você fica dependente de insulina e aí corre o risco de ter amputação. Tem a questão da hipertensão também. Então, se você faz um alto consumo de sódio, você não faz aquele equilíbrio adequado na sua alimentação, você pode ter um problema de infarto, você pode ter uma leucemia, você pode ter uma demência”, alerta. 

31 de março, Dia Nacional da Saúde e Nutrição

O Dia Nacional da Saúde e da Nutrição é celebrado em 31 de março. Neste ano, a data coincide com a Páscoa, feriado cristão que marca a ressurreição de Jesus Cristo. Ao longo dos anos, a troca de ovos de chocolate passou a fazer parte da celebração. Assim, muitas pessoas têm dúvida se podem ou não aderir à prática e consumir chocolate na data. A nutricionista Ana Máximo responde.

“Coma o seu bacalhau, coma o seu chocolate. Isso não vai fazer com que você fique doente, desde que você faça o consumo com moderação. Evite fazer o consumo o dia todo de chocolate. Mas tire aquele momento ali para comer com a família, para comemorar com a família. Beba bastante água para fazer a eliminação dos minerais que ali contém e não serão absorvidos pelo seu corpo, para diluir o açúcar consumido. No outro dia, aja normalmente, volte para sua alimentação normal”, pontua a especialista. 

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31/03/2024 00:01h

Especialista recomenda reduzir a quantidade de carboidratos. Quem não tem diabetes também precisa ficar atento à alimentação

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Reunião em família, comidas apetitosas e troca de ovos de chocolate fazem parte da tradição da Páscoa. A data, no entanto, acende o alerta para quem precisa manter uma alimentação mais restrita. É o caso das pessoas com diabetes. A doença  afeta mais de 13 milhões de pessoas no Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SDB).  O médico endocrinologista, Flavio Cadegiani,  especialista em endocrinologia e metabolismo, dá dicas de como se manter saudável no período de celebração. 

“Evitar fazer dietas com grandes quantidades de arroz, massas, se for consumir ovos de Páscoa. Ovos com maior percentual de cacau também são mais importantes do que ter ou não açúcar. Acima de 70% de cacau você tem aquela relação 70% cacau, 30% não cacau — e com isso você tem boas gorduras que são nutritivas e você diminui o índice glicêmico”, afirma

Além de priorizar ovos de Páscoa com maior teor de cacau, é importante também consumir fontes de proteína e de fibras como saladas, antes de comer o chocolate; e evitar refeições pesadas e grandes quantidades de bebidas alcoólicas, segundo o endocrinologista. Ele alerta que a necessidade de uma pessoa com diabetes evitar açúcar é próxima a de quem não tem a doença. 

“Ficou no século XX isso de não poder comer mais açúcar. Então se a pessoa não depende de insulina, pode consumir açúcar, igual quem não tem diabetes. Desde que ela se atente, não tenha nenhuma descompensação. E se ela usa insulina, o ideal é que ela faça o que a gente chama de contagem de carboidratos e aplique a quantidade de insulina para aquela quantidade de açúcar que ela vai consumir”, explica Cadegiani. 

Segundo a SDB,  o carboidrato é o nutriente que  tem o maior efeito na glicemia — concentração de açúcar no sangue. A totalidade consumida se transforma em açúcar. Por isso, a contagem de carboidratos é importante. Trata-se de uma estratégia nutricional que oferece mais flexibilidade para a alimentação de pessoas com diabetes. O objetivo é encontrar um equilíbrio entre a glicemia, a quantidade de carboidratos ingerida e a quantidade de insulina necessária. No manual de contagem da SDB é possível saber mais detalhes. 

E quem não tem diabetes?

Quem não tem diabetes também deve ficar atento à alimentação e aproveitar a Páscoa com moderação. É o que afirma o médico especialista em nutrologia Yuri Elias. Ele destaca que a alimentação está intimamente ligada à saúde e, por isso, é fundamental para prevenir doenças e melhorar a qualidade de vida. O especialista recomenda escolher chocolates sem açúcar; com maior proporção de cacau; ou até mesmo opções vendidas por marcas de suplemento que, além de não ter açúcar, tem proteína. 

“Tendo esse tipo de cuidado, a gente consegue ter uma alimentação balanceada, mais saudável e ainda assim gostosa. Que a gente consiga compartilhar com os amigos, com a família, que seja tudo prazeroso e que não tenha nenhum tipo de restrição, que faça mal, que fique um pouco mais chato, que a pessoa não consiga manter em um longo prazo”, afirma o nutrólogo. 

Diabetes

Causada pela falta ou incapacidade de ação do hormônio insulina responsável por quebrar as moléculas de açúcar, a doença pode afetar os nervos periféricos, que transitam informações entre o cérebro e o corpo; causar complicações bucais, como gengivite e —  em casos mais graves — pode levar à morte. 

Atividades físicas regulares, alimentação saudável e evitar o consumo de álcool, tabaco e outras drogas podem ajudar a prevenir a doença, conforme recomenda o Ministério da Saúde. O órgão aponta outros fatores de risco que podem contribuir para o desenvolvimento do diabetes:

  • Diagnóstico de pré-diabetes;
  • Pressão alta;
  • Colesterol alto ou alterações na taxa de triglicérides no sangue;
  • Sobrepeso, principalmente se a gordura estiver concentrada em volta da cintura;
  • Pais, irmãos ou parentes próximos com diabetes;
  • Doenças renais crônicas;
  • Mulher que deu à luz criança com mais de 4kg;
  • Diabetes gestacional;
  • Síndrome de ovários policísticos;
  • Diagnóstico de distúrbios psiquiátricos, como esquizofrenia, depressão, transtorno bipolar;
  • Apneia do sono;
  • Uso de medicamentos da classe dos glicocorticoides.

VACINA DA DENGUE: mais 154 municípios receberão as doses
 

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03/03/2024 00:01h

A estimativa é da OMS que ainda prevê cerca de 2,3 bilhões de adultos acima do peso ao redor do mundo até o próximo ano

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A obesidade é uma doença que não tem cura, mas tem controle. Segundo o doutor em endocrinologia clínica Flavio Cadegiani, ela está associada ao aumento de risco de mais de 200 doenças, incluindo mais de 15 tipos de câncer. Além disso, o médico lembra que existe o estigma social causado pela obesofobia. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a estimativa é de que 2,3 bilhões de adultos ao redor do mundo estejam acima do peso, sendo 700 milhões de indivíduos com obesidade.

Na opinião do especialista, o excesso calórico advém muitas vezes de um consumo desenfreado de comidas, que é do desejo alimentar. “É é uma questão química ,não é uma escolha racional. A pessoa não escolhe racionalmente ficar obesa. Então, os pontos de atenção são a questão do comportamento, que inclusive vem a questão do tratamento”, explica.

Mas o endocrinologista explica que a doença também está associada a 60% e 70% genética. “São mais de 300 genes envolvidos, o principal chama-se FTO. Esses genes eles influenciam em vários aspectos como a otimização metabólica, então tudo ele armazena com mais facilidade e com facilidade de ganho de peso”, revela.

Só no Brasil, a obesidade atinge 6,7 milhões de pessoas, segundo o Ministério da Saúde. O número de pessoas com obesidade mórbida ou índice de massa corporal (IMC) grau III, acima de 40 kg/m², atingiu 863.086 pessoas só em 2022. 

Prevenção

O tratamento da obesidade consiste basicamente na mudança no estilo de vida do paciente. O endocrinologista Flávio Cadegiani explica que a prevenção é feita com alimentação saudável e uma rotina de atividade física.

“A atividade física bem feita ela é muito melhor para prevenir o ganho de peso do que para ter perda, tem muito atleta que tem obesidade porque eles pararam de treinar e não pararam de comer. Então a atividade física ela é muito importante para a prevenção da obesidade, uma atividade física bem feita e regular, uma boa alimentação, não precisa ser rigoroso, mas precisa manter o hábito de uma alimentação saudável, segurar carboidratos, açúcar”, observa. 

Segundo a nutricionista Camila Pedrosa, o acúmulo excessivo de gordura corporal pode resultar em várias complicações na saúde da pessoa.

“Doenças cardíacas, diabetes, pressão alta. A gente pode ter obstruções aí que são os trombos na corrente sanguínea. Isso pode causar derrames, problemas de articulação, justamente por conta do excesso de peso. Problemas de sono. Ela pode ter redução da fertilidade, problemas de fertilidade é muito comum em pacientes obesos e, além disso, ela pode ajudar a desencadear outros tipos de câncer”, informa.

Uma doença que precisa de controle

A nutricionista Camila Pedrosa diz que a obesidade é considerada uma doença que não tem cura, mas tem tratamento e tem controle. “Se a pessoa para de fazer o acompanhamento, de cuidar da alimentação, ela tende a voltar o ganho de peso, mesmo que ela seja uma pessoa que fez uma cirurgia bariátrica. Ela parou de cuidar, ela tem reganho de peso”, lembra.

E quem já teve que enfrentar a doença diz que não é fácil. A publicitária Stefany Liberal, de 30 anos, conta que já passou por momentos de não querer sair mais de casa por causa de sua aparência. Para recuperar sua autoestima, ela recorreu a cirurgia bariátrica — procedimento indicado para tratar casos de obesidade grave.

“Obesidade é algo muito difícil. Tem gente que acha que a obesidade é algo que essa pessoa come, só isso? Não, às vezes pode ser uma doença, pode ser algo que vem para complementar, que é muito difícil. Então, obesidade não é fácil. E a cirurgia bariátrica em si também é algo muito difícil. Tem gente que acha que fazer a cirurgia bariátrica é algo fácil, mas não é. É muito difícil porque tem várias consequências”, relata. 

A OMS instituiu o 4 de Março como o Dia Mundial da Obesidade, com a intenção de disseminar conhecimentos sobre a doença. A data também é uma maneira de combater o estigma social a respeito do problema.

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01/03/2024 04:00h

21 milhões de beneficiários do Bolsa Família devem receber, em média, R$ 686,10

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Beneficiários do Bolsa Família já podem consultar o recebimento dos valores do mês de março. O calendário foi divulgado e o pagamento é feito de acordo com o NIS — Número de Inscrição Social — dos beneficiários.

A dona de casa Ivaci Lopes, moradora do Novo Gama em Goiás, é beneficiária há 10 anos e no início ganhava R$ 90,00. Hoje já são R$ 900 que usa para os custos com a casa e os três filhos. “Eu compro alimentação pros meus filhos, compro roupa, calçado, é o remédio que falta, material escolar. Compro tudo isso aí e esse dinheiro me ajuda bastante.”

Essa é a única renda da dona de casa, que diz não conseguir trabalhar por não ter com quem deixar os filhos e sem o Bolsa Família, diz Ivaci, “certamente faltaria muita coisa aqui em casa”. Com o NIS final 5, ela já sabe que todo dia 25, o dinheiro estará na conta.

Números do Bolsa Família 

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, o Brasil somou em fevereiro deste ano, 21 milhões de beneficiários do Bolsa Família no Brasil. O valor médio do benefício pago no mesmo mês foi de R$ 686,10. Para o advogado e especialista em direito econômico, Alessandro Azzoni, as famílias usam os valores recebidos para gastos do dia a dia, sobretudo com a alimentação.

“Como é para uma população de baixa renda, automaticamente tudo que eles recebem reverte para consumo. Varejo, supermercado, uso pessoal e higiene. Dificilmente essa população consegue poupar o dinheiro do Bolsa Família, os valores são sempre revertidos em consumo.” 

“Tanto, que o benefício é um grande precursor na economia porque fomenta os gastos” , avalia o especialista. A distribuição de renda proporcionada pelo programa faz com que a economia gire e a produção acabe sendo escoada para esses consumidores.

Valores do benefício 

O valor-base do Bolsa Família é de R$ 600, mas adicionais podem fazer aumentar o montante — e o valor extra é pago de acordo com a quantidade de pessoas da família.

  • Uma parcela de R$ 50 para os recém-nascidos de até 6 meses;
  • R$ 150 - destinados a crianças de até 6 anos;
  • R$ 50 para as famílias com filhos de 7 a 17 anos.

Para consultar os valores e datas de recebimento dos benefícios, o usuário pode usar os seguintes canais: 

  • Aplicativo Bolsa Família no celular;
  • Telefone da CAIXA - 111;
  • Telefone do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social - 121.
     
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13/01/2024 04:30h

Para especialistas, o planejamento alimentar não leva em consideração as características de cada pessoa

Perda de peso, diminuir a quantidade de gordura no corpo, adquirir massa muscular, controlar os nutrientes que uma pessoa doente ou em recuperação pode ingerir entre outros. Segundo especialistas, esses são apenas alguns fatores que levam pessoas a buscarem ajuda de um profissional. Mas existem aqueles que procuram outros métodos de consulta e recorrem a alternativas como o chatGPT — um sistema de inteligência artificial capaz de interagir com seres humanos — no lugar de um especialista. 

O doutor em endocrinologia clínica Flavio Cadegiani diz que se basear apenas em uma dieta literalmente “robotizada” que não leva em consideração nenhuma das nuances da pessoa, pode ser perigoso.

“Cada pessoa tem maior chance de aderência para um tipo de dieta diferente. Então, um problema nos estudos atuais é que eles ficam comparando querendo encontrar uma dieta melhor. O fato de ter mais alternativas de propostas alimentares é extremamente enriquecedor porque a gente consegue humanizar, individualizar e colocar dentro do contexto das preferências de cada paciente. Então a grande revolução tá através da individualização”, avalia.

Para a nutricionista Camila Pedrosa, a personalização deve levar em consideração o emocional, doenças pré-existentes, o tempo que a pessoa tem, a disposição financeira e, só depois disso, fazer um plano alimentar que seja possível de ser seguido. De acordo com a especialista, são fatores que não são observado em uma consulta pelo chatGPT.

“Eu preciso, dentro da individualidade de cada pessoa, pensar e fazer com que eu tenha um plano alimentar que mesmo que não seja perfeito, a pessoa consiga seguir. E aí ela seguindo, a gente vai fazendo pequenos ajustes ao longo dos meses até que eu consiga chegar a um plano perfeito para aquela pessoa. Porque não existe um plano perfeito para todo mundo se ele não for seguido”, destaca.

“O grande problema é que o chatGPT não olha para a pessoa. Ele monta, ele se baseia na média dos estudos, assim, quando ele propõe, você põe um déficit calórico de tanto, uma resposta de tanto, você quer perder tanto, ele calcula muito na média dos estudos”, ressalta a nutricionista.

Riscos

A nutricionista Camia Pedrosa explica que toda pessoa precisa de um estoque de músculo, de nutrientes para manter os ossos fortes e firmes e que pode acabar não tendo por causa de processos de emagrecimento sem uma orientação nutricional.

“Quando essas dietas são feitas sem a orientação de um profissional, são feitas apenas pensando em perda de peso, eu posso causar no indivíduo uma fraqueza, uma desnutrição, uma falta de vitaminas e minerais que vão ser essenciais no processo de envelhecimento — e se for mais velha ela vai precisar daqueles nutrientes dentro do organismo”, esclarece.

Conforme o endocrinologista Flavio Cadegiani, a prescrição do programa alimentar deve levar em consideração fatores como os objetivos do paciente; seu histórico de saúde; intolerâncias, alergias e preferências; rotina e tempo.

“O ideal, na verdade, é que a nutrição e a medicina encaminhem para uma consultoria individualizada em que vá acompanhando os passos do paciente entendendo que esse paciente também vai tendo mudança de resposta ao longo do tempo para uma mesma dieta”, espera.

Camila Pedrosa acrescenta outro problema: “Muitas vezes essa pessoa que tem procurado ajuda da inteligência artificial ao invés de procurar um profissional médico, muitas vezes nem check-ups anuais essa pessoa faz. E se essa pessoa já tiver uma doença pré-existente, estiver buscando essa orientação dessas ferramentas, muito provavelmente ele pode agravar o problema de saúde pré-existente e piorar o quadro de saúde dele”, alerta.

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13/01/2024 04:30h

Para especialistas, o planejamento alimentar não leva em consideração as características de cada pessoa

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Perda de peso, diminuir a quantidade de gordura no corpo, adquirir massa muscular, controlar os nutrientes que uma pessoa doente ou em recuperação pode ingerir entre outros. Segundo especialistas, esses são apenas alguns fatores que levam pessoas a buscarem ajuda de um profissional. Mas existem aqueles que procuram outros métodos de consulta e recorrem a alternativas como o chatGPT — um sistema de inteligência artificial capaz de interagir com seres humanos — no lugar de um especialista. 

O doutor em endocrinologia clínica Flavio Cadegiani diz que se basear apenas em uma dieta literalmente “robotizada” que não leva em consideração nenhuma das nuances da pessoa, pode ser perigoso.

“Cada pessoa tem maior chance de aderência para um tipo de dieta diferente. Então, um problema nos estudos atuais é que eles ficam comparando querendo encontrar uma dieta melhor. O fato de ter mais alternativas de propostas alimentares é extremamente enriquecedor porque a gente consegue humanizar, individualizar e colocar dentro do contexto das preferências de cada paciente. Então a grande revolução tá através da individualização”, avalia.

Para a nutricionista Camila Pedrosa, a personalização deve levar em consideração o emocional, doenças pré-existentes, o tempo que a pessoa tem, a disposição financeira e, só depois disso, fazer um plano alimentar que seja possível de ser seguido. De acordo com a especialista, são fatores que não são observado em uma consulta pelo chatGPT.

“Eu preciso, dentro da individualidade de cada pessoa, pensar e fazer com que eu tenha um plano alimentar que mesmo que não seja perfeito, a pessoa consiga seguir. E aí ela seguindo, a gente vai fazendo pequenos ajustes ao longo dos meses até que eu consiga chegar a um plano perfeito para aquela pessoa. Porque não existe um plano perfeito para todo mundo se ele não for seguido”, destaca.

“O grande problema é que o chatGPT não olha para a pessoa. Ele monta, ele se baseia na média dos estudos, assim, quando ele propõe, você põe um déficit calórico de tanto, uma resposta de tanto, você quer perder tanto, ele calcula muito na média dos estudos”, ressalta a nutricionista.

Riscos

A nutricionista Camia Pedrosa explica que toda pessoa precisa de um estoque de músculo, de nutrientes para manter os ossos fortes e firmes e que pode acabar não tendo por causa de processos de emagrecimento sem uma orientação nutricional.

“Quando essas dietas são feitas sem a orientação de um profissional, são feitas apenas pensando em perda de peso, eu posso causar no indivíduo uma fraqueza, uma desnutrição, uma falta de vitaminas e minerais que vão ser essenciais no processo de envelhecimento — e se for mais velha ela vai precisar daqueles nutrientes dentro do organismo”, esclarece.

Conforme o endocrinologista Flavio Cadegiani, a prescrição do programa alimentar deve levar em consideração fatores como os objetivos do paciente; seu histórico de saúde; intolerâncias, alergias e preferências; rotina e tempo.

“O ideal, na verdade, é que a nutrição e a medicina encaminhem para uma consultoria individualizada em que vá acompanhando os passos do paciente entendendo que esse paciente também vai tendo mudança de resposta ao longo do tempo para uma mesma dieta”, espera.

Camila Pedrosa acrescenta outro problema: “Muitas vezes essa pessoa que tem procurado ajuda da inteligência artificial ao invés de procurar um profissional médico, muitas vezes nem check-ups anuais essa pessoa faz. E se essa pessoa já tiver uma doença pré-existente, estiver buscando essa orientação dessas ferramentas, muito provavelmente ele pode agravar o problema de saúde pré-existente e piorar o quadro de saúde dele”, alerta.

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04/01/2024 14:45h

Em Aracaju, a capital de Sergipe, o custo da cesta básica foi de R$ 516,76 em novembro de 2023. Em São Paulo, o custo do conjunto dos alimentos básicos foi o mais alto, atingindo R$ 749,28

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Entre novembro de 2022 e novembro de 2023, 12 capitais brasileiras apresentaram redução do preço médio da cesta básica. Nos 11 meses de 2023, o custo da cesta diminuiu em todos os municípios. Em Aracaju, o custo da cesta básica foi de R$ 516,76 em novembro de 2023, liderando o ranking de menor valor médio dos itens. Em seguida, ficaram João Pessoa (R$ 548,33) e Salvador (R$ 550,86). As informações são da última Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos (PNCBA), divulgada em dezembro passado.

Em São Paulo, capital, o custo do conjunto dos alimentos básicos foi o mais alto, atingindo R$ 749,28, seguido por Florianópolis (R$ 747,59), Porto Alegre (R$ 739,18) e Rio de Janeiro (R$ 728,27). Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), os produtos da cesta básica e as quantidades mensais são diferentes e foram definidos pelo Decreto 399 de 1938.

Os itens que compõem a cesta básica são:

  • Carne
  • Leite
  • Feijão
  • Arroz
  • Farinha
  • Batata
  • Legumes (Tomate)
  • Pão francês
  • Café em pó
  • Frutas (Banana)
  • Açúcar
  • Banha/Óleo
  • Manteiga

Nas regiões Norte e Nordeste, a batata não faz parte dos itens.

O economista César Bergo aponta outros fatores que impactam na diferença dos preços. "O distanciamento dos centros de produção acabam comprometendo, em função do custo do frete. O preço do produto é afetado também pelo custo de energia elétrica, que varia de cidade para cidade. Também a questão de impostos, cada estado tem sua alíquota de ICMS, e alguns estados, inclusive, isentam os produtos da cesta básica de impostos", explica.

O economista destaca que São Paulo e Rio de Janeiro são cidades com os maiores centros de consumo, e como a demanda é maior que a oferta, os preços sobem. Além disso, Bergo informa que as capitais do Sul e Sudeste apresentam uma maior renda per capita, o que também contribui para a elevação dos valores.

São Paulo

Em novembro de 2023, o custo da cesta básica na cidade de São Paulo foi o mais elevado entre as 17 capitais pesquisadas, apresentando  uma variação de 1,51% em relação ao mês anterior, outubro. Comparando com novembro de 2022, houve uma diminuição de -4,27% no valor da cesta básica. Ao longo dos 11 meses de 2023, essa mesma cesta apresentou uma queda acumulada de -5,31%.

No acumulado dos últimos 12 meses, houve aumentos nos preços de seis dos 13 produtos que compõem a cesta básica. O arroz agulhinha teve uma elevação de 27,06%, seguido pelo tomate (12,95%), açúcar refinado (8,64%), pão francês (3,22%), banana (0,44%) e manteiga (0,43%).

Por outro lado, sete produtos registraram redução nos preços médios nesse período. O óleo de soja teve a maior queda, chegando a -31,50%, seguido pelo feijão carioquinha (-15,90%), carne bovina (-11,99%), batata (-11,35%), leite integral (-8,75%), farinha de trigo (-5,66%) e café em pó (-3,24%).

A diretora e roteirista Raíssa Teixeira Ewerton, 26 anos, mora na cidade de São Paulo e afirma que o preço dos alimentos básicos apresentou aumento ao longo de 2023. “Eu percebo que em São Paulo os itens são muito mais caros, relacionados à comida e ao mercado. Eu acho que grãos, arroz, feijão, lentilhas e afins possuem preços mais parecidos, mas laticínios, de modo geral, são mais caros do que em outros estados”, afirma.

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12/12/2023 07:00h

Marília, Bauru, Ourinhos e Assis estão entre as cidades beneficiadas

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A Secretaria de Educação de São Paulo (Seduc-SP) vai aumentar 39,95% a verba direcionada à alimentação escolar dos estudantes matriculados na rede estadual, em 493 municípios paulistas, para 2024. De acordo com a Secretaria, Marília, Bauru, Ourinhos e Assis estão entre as cidades beneficiadas.

Para 2024, o valor do repasse diário aos municípios por aluno do ensino regular, que recebe uma refeição por dia, será de R$ 1,60. No caso dos estudantes do ensino integral, que recebem três tipos de alimentação (dois lanches e uma refeição), o repasse será de R$ 5,50. Isso representa um aumento de 39,95% na comparação com o repasse atual, que é de R$ para o ensino integral.

Em todos os 493 municípios, os alunos da rede recebem  alimentação por meio de convênio com as prefeituras, que são responsáveis pela compra dos insumos, contratação de merendeiras, preparo e distribuição das refeições.

A nutricionista Luylia Guedes, do Hospital Santa Marta, afirma que a alimentação escolar exerce um papel “fundamental” para muitos estudantes em situação de vulnerabilidade social, contribuindo para o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos, melhora da memória e concentração; além de ajudar no rendimento escolar.

“Muitas vezes, as refeições recebidas no ambiente escolar são sua principal fonte, ou até única forma de nutrição. Fato que reforça a importância das instituições de ensino ofertarem refeições nutricionalmente completas. Para isso, é de suma importância ter os recursos financeiros em quantidade adequada para garantir suprimentos bem como toda a equipe de pessoal necessária para a gestão e fornecimento das refeições”, explica a nutricionista.

O pediatra Clodoaldo da Silveira Júnior destaca que a alimentação adequada para crianças no período escolar é importante para o desenvolvimento físico delas. “É crucial para que [as] crianças possam desenvolver-se fisicamente. Uma dieta balanceada fornece os nutrientes essenciais para que as crianças possam crescer e se desenvolver de forma saudável. Além disso, esses alimentos são ricos em vitaminas e minerais e são muito importantes para o funcionamento cerebral”, pontua.

Além disso, o pediatra explica que uma alimentação equilibrada fornece a energia necessária para atividades diárias e brincadeiras, e a longo prazo, pode ajudar a prevenir problemas de saúde, como obesidade e diabetes.

Além desses valores repassados pelos convênios, há também a transferência direta às cidades pelo Governo Federal, por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Nesse contexto, o repasse por aluno para o período parcial é de R$ 0,50, enquanto para o ensino integral é de R$ 1,37.

Dessa forma, o montante total por estudante do ensino regular por dia será de R$ 2,10, enquanto para os alunos do ensino integral será de R$ 6,87.

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Desenvolvimento Regional
05/12/2023 20:20h

Saiba como associações de irrigantes podem aderir à política do Governo Federal, que apoia os produtores com capacitação, planejamento, infraestrutura e equipamentos

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O fomento à produção agrícola irrigada é uma das estratégias prioritárias do Governo Federal. No Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), esse trabalho é feito por meio do apoio à criação e ao desenvolvimento de Polos de Agricultura Irrigada. Desde 2019, já foram implantados 10 polos em seis estados do País – Rio Grande do Sul, Goiás, Bahia, Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso. Todos recebem atenção especial do MIDR, com ações que vão desde o repasse de recursos para o desenvolvimento da produção até o planejamento de ações e a articulação com outros órgãos federais.

“Os polos são uma iniciativa voltada a apoiar e a desenvolver a produção agrícola sustentável nas regiões em que o uso da irrigação tem grande representatividade. Essa é uma forma de implementar a Política Nacional de Irrigação, a partir de um trabalho conjunto entre o MIDR, estados, municípios e as organizações dos irrigantes”, destaca o secretário nacional de Segurança Hídrica, Giuseppe Vieira. “O Governo Federal tem a missão de dar efetividade à aplicação dos recursos financeiros, contribuindo para solucionar problemas reais e entraves enfrentados pelos produtores”, completa.

Giuseppe Vieira destaca a importância de que os municípios, associações de irrigantes e a sociedade civil tenham acesso a informações sobre a existência dos Polos de Agricultura Irrigada e sobre as vantagens que os irrigantes têm ao aderir à política pública. “É essencial que todos saibam dessa iniciativa e como solicitar apoio da nossa equipe do MIDR. Isso porque o Polo de Agricultura Irrigada certamente ajudará do desenvolvimento, principalmente das regiões que já têm a agricultura como carro-chefe, tanto para consumo próprio como para exportação”, enfatizou o secretário.

O suporte do MIDR aos Polos de Agricultura Irrigada inclui o planejamento eficiente da agricultura irrigada na região. Estudos conduzidos por institutos de pesquisa podem ajudar a entender melhor as necessidades locais e as melhores práticas a serem implementadas. “A oferta de assistência técnica é valiosa para os agricultores familiares, ajudando-os a adotar práticas mais eficientes no dia a dia”, ressalta a diretora de Irrigação do MIDR, Larissa Rego.

Construção de infraestrutura e compra de equipamentos

Outro importante apoio que o Governo Federal dá aos polos é a construção de infraestrutura e a compra de equipamentos com foco no fomento ao desenvolvimento produtivo. “As obras de infraestrutura realizadas pelo MIDR e suas vinculadas, como pavimentação de estradas, construção de pontes e outras melhorias, são essenciais para facilitar o acesso e a logística na região, aumentando a eficiência no transporte de produtos agrícolas”, observa Larissa.

“Além disso, a doação de maquinário para recuperação e manutenção de estradas rurais é fundamental para garantir que os agricultores tenham acesso adequado aos mercados e aos recursos necessários para suas operações. E a doação de kits de irrigação pode melhorar significativamente a produtividade e a sustentabilidade das operações agrícolas familiares”, completa a diretora.

Entre as obras e ações realizadas e em realização pelo MIDR e instituições vinculadas em Polos de Agricultura Irrigada estão:

· Construção de duas pontes na região do Polo de Agricultura Irrigada do Planalto Central, no município de Flores de Goiás/GO (R$ 5,3 milhões)

· Construção de duas pontes na região do Polo de Agricultura Irrigada do Planalto Central, no município de Cristalina/GO (R$ 10,3 milhões).

· Execução de 21 Km de pavimentação na região do Polo de Agricultura Irrigada do Planalto Central, no município de Cristalina/GO (R$ 21,3 milhões).

· Execução de pontes na Estrada do Boi na Região do Polo de Agricultura Irrigada do Vale do Araguaia, nos municípios de Britânia e Jussara/GO (R$ 3,5 milhões).

· Elaboração do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) para construção de uma Ponte sobre o Rio Paranã (GO-485 e GO-116) - R$ 570 mil.

· Recuperação da Barragem do Paranã nos municípios de Flores de Goiás, São João d'Aliança e Formosa/GO (R$ 1,4 milhão).

· Fornecimento de 330 sistemas de irrigação, com capacidade para irrigar 2 hectares (ha), sendo 1 ha com a cultura da manga e 1 ha com a cultura do maracujá, e 330 sistemas de espaldeira para a cultura do maracujá, beneficiando agricultores familiares assentados e residentes nos municípios de Flores de Goiás, São João da Aliança e Formosa, no estado de Goiás (R$ 3,7 milhões).

O MIDR também dá suporte na resolução de questões que envolvam outros ministérios e órgãos federais. “A capacidade de interagir com diferentes órgãos governamentais, como tratativas com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e o Ministério de Minas e Energia (MME) em assuntos como energia elétrica, por exemplo, é essencial para resolver problemas complexos que possam surgir”, ressalta Larissa Rego.

Como solicitar o reconhecimento de Polo de Agricultura Irrigada

Grupos de associações de irrigantes interessados em ter o reconhecimento do Polo de Agricultura Irrigada devem enviar ofício à Secretaria Nacional de Segurança Hídrica (SNSH) do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), pelo e-mail polos.irrigacao@mdr.gov.br.

O ofício enviado por e-mail deve conter a demonstração do atendimento dos seguintes pré-requisitos para formação de um novo Polo:

· Organização social presente: preferência para áreas ou regiões com associação de irrigantes organizada por meio de redes de articulação, interação e cooperação de parceiros públicos e privados;

· Representatividade da Produção Irrigada ou Potencial de Expansão: o Polo deve ter destaque na produção estadual ou potencial de expansão da produção irrigada;

· Potencial de aprofundamento tecnológico: potencial de agregação de novas tecnologias e/ou aplicação de energias renováveis para o uso eficiente dos recursos hídricos; e

· Potencial de inovação: desejavelmente, os polos devem manter proximidade e interação com centros de ensino, pesquisa e qualificação profissional.

Etapas para o reconhecimento do Polo

Seleção prévia dos polos

A seleção prévia dos polos passa pela avaliação de requisitos, de acordo com a Portaria MIDR n° 2.154/2020, tais como presença de associação de irrigantes, relevância da agricultura irrigada na região e potencial de expansão ou de aumento de produtividade com a adoção de técnicas mais eficientes de irrigação.

Oficina de planejamento e criação do Polo

Realizada por servidor qualificado do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, a oficina obedece a uma metodologia estruturada que possibilita a definição da área de abrangência, da visão de futuro, da matriz de pontos fortes e de pontos fracos, da carteira de projetos e da indicação do Grupo Gestor.

Definição do grupo gestor do polo

Coordena o Polo de Agricultura Irrigada e é formado por irrigantes e representantes de entidades ligadas ao setor irrigação da região. Compete ao Grupo Gestor gerir a carteira de projetos, indicar os projetos prioritários, buscar formas de apoio à execução dos projetos, definir a abrangência do Polo, monitorar, avaliar e divulgar os resultados alcançados.

Publicação de Portaria

O Polo de Agricultura Irrigada deverá ser reconhecido por ato administrativo da Secretaria Nacional de Segurança Hídrica do MIDR.

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