Foto: equipe Wild Lions / Arquivo pessoal
Foto: equipe Wild Lions / Arquivo pessoal

RJ: Jovens de Nova Iguaçu desenvolvem “estação de tratamento caseira” que pode sanar crise da água no estado

Alunos do SESI criaram caixa que pode ser instalada nas residências e serve para tratar a água antes de ir para a rede de captação de esgoto, rios ou mar

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A solução para a crise hídrica enfrentada pela população do estado do Rio de Janeiro, em 2020, pode sair de uma iniciativa pensada por seis estudantes do SESI de Nova Iguaçu, com idades entre 13 e 14 anos. Os alunos da equipe “Wild Lions” desenvolveram uma caixa, com três fases de tratamento – física, química e biológica – que pode ser instalada no subsolo das residências e serve para tratar a água antes dela ir para a rede de captação, rios ou mar. O projeto conquistou o primeiro lugar em Design Mecânico na seletiva regional e é um dos 100 selecionados para a etapa nacional do Torneio de Robótica FIRST LEGO League, que começa na sexta-feira (6), em São Paulo. 

Segundo o aluno Arthur Oliveira de Mello, de 14 anos, o grupo tem trabalhado para minimizar erros, como o que houve na disputa regional. Um dos sensores do robô parou de funcionar na hora da prova, em uma das categorias. “Achei que estava tudo perdido, mas no final a gente conseguiu. A gente vem trabalhando muito porque o tempo é curto, precisamos fazer modificações, até para não ter sustos. Estamos seguros do nosso trabalho e acreditamos que podemos obter um bom resultado [na etapa nacional]”, conta Arthur. 

Nos torneios de robótica FLL, os competidores são avaliados em quatro categorias: Projeto de Pesquisa, Desafio do Robô, Design do Robô e Core Values. Os grupos utilizam um aplicativo disponibilizado pela LEGO, com uma linguagem em blocos. A construção do robô é a grande atração dos torneios, mas não é a única prova. Além de mostrar conhecimento técnico, domínio da tecnologia, os estudantes precisam mostrar trabalho em equipe e compartilhar conhecimentos e habilidades. 

Para o professor de robótica e técnico da equipe, Gabriel Miranda, participar de um torneio do nível da FLL proporciona aos alunos uma “experiência única”. “É algo que não tem preço, ver a felicidade deles, o reconhecimento de um trabalho desenvolvido, o respeito entre a gente. Habilidades e competências socioemocionais, valores que às vezes ficam perdidos na sociedade, vemos claramente que estarão preparados para a vida”, afirma o técnico.

A competição 

A etapa nacional do Torneio de Robótica FIRST LEGO League reunirá 100 equipes de todo o Brasil, formadas por estudantes de 9 a 16 anos. A ideia é promover disciplinas, como ciências, engenharia e matemática, além da sala de aula. Este ano, os competidores terão que apresentar soluções inovadoras para melhorar, por exemplo, o aproveitamento energético nas cidades e a acessibilidade de casas e prédios.
 
O diretor de Operações do Departamento Nacional do SESI, Paulo Mol, ressalta que a elaboração dos projetos estimula a autonomia e o trabalho em equipe e contribui para a formação profissional dos alunos. “A questão do empreendedorismo é a base de todo o processo. Nesse torneio, uma das avaliações que é extremamente importante é a capacidade de empreender, de buscar coisas novas, de fazer com que o produto seja desenvolvido”, atesta.

 


 

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