Créditos: Ministério da Saúde
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Rede de saúde aposta no diagnóstico rápido para aumentar eficiência no combate à hanseníase

A Organização Mundial da Saúde emitisse um Boletim Epidemiológico, chamando atenção para os quase 210 mil novos casos da doença, registrados em 2017, ano do último balanço mundial.

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A hanseníase é uma das doenças mais antigas a qual o homem tem contato. Ainda assim, o desconhecimento e a falta de preocupação de grande parte dos brasileiros fez com que a Organização Mundial da Saúde emitisse um Boletim Epidemiológico, chamando atenção para os quase 210 mil novos casos da doença, registrados em 2017, ano do último balanço mundial. O Brasil está na segunda posição entre os 150 países que registraram notificações, com 26.875 novos casos. Para quem busca informação, a doença causa menos espanto quando chega a notícia do diagnóstico. É o caso da professora aposentada Maria da Consolação Miranda dos Santos, de 68 anos, de João Pessoa. Ela conta que, por estar sempre atenta aos informes das Unidades Básicas de Saúde e campanhas nacionais, conseguiu perceber o início da doença em seu corpo. 

“Eu comecei com uma partezinha vermelha, como se fosse uma bolinha vermelha no joelho. E essa partezinha vermelha eu não sentia. Quer dizer, eu beliscava e não sentia. Aí eu disse assim, ‘isso é algum sintoma de hanseníase’. Eu fui direto a um PSF (Posto de Saúde da Família), e cheguei lá e procurei falar com a pessoa que fosse responsável por hanseníase. Na semana seguinte, eu já comecei o tratamento. Eu tive muito cuidado em fazer esse tratamento muito minucioso, não faltar com nenhum dia de medicação, porque as pessoas precisam saber que hanseníase tem cura”. 

Créditos: Ministério da Saúde

Apesar do diagnóstico precoce, Maria da Consolação ficou com sequelas da doença. Como a doença causada por uma bactéria atinge os nervos e acomete a pele, a aposentada ficou com neuropatia periférica, que faz sentir seus pés dormentes. Ainda assim, as consequências poderiam ser mais graves. Isso porque a doença, em caso de falta de tratamento, pode avançar até deformar membros. Na Paraíba, só no ano passado, foram registrados 517 novos casos da doença, de acordo com a Secretaria de Saúde. A chefe do Núcleo de Doenças Endêmicas da Paraíba, Ana Stella Pachá, ressalta que a secretaria já iniciou um processo de atualização profissional para que a doença seja identificada com rapidez.

“A capacitação ela já foca nisso, na identificação de novos casos, no monitoramento e no tratamento adequado desses pacientes, que é de extrema importância. É preciso que o profissional de saúde tenha esse olhar, entenda isso, e monitore os casos, tendo em vista o tempo de tratamento para não acontecer nenhum abandono de caso, nenhuma incapacidade de grau dois, então há esse cuidado.”

Por isso, o importante é ficar atento aos sinais do seu corpo. Ao surgimento de qualquer mancha em que você perceba a perda ou diminuição da sensibilidade ao toque, calor ou frio, procure a Unidade Básica de Saúde mais próxima. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, menores as chances de sequelas. A hanseníase tem cura e o tratamento está disponível gratuitamente no SUS. Por isso, não esqueça: identificou, tratou, curou. Para mais informações, acesse: saude.gov.br/hanseniase. 

Créditos: Ministério da Saúde

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