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Painel criado pela FIERN permite monitorar avanço da covid-19 no estado

Iniciativa permite acompanhar, em tempo real, casos da doença e planejar ações preventivas para a saúde e para a economia

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A Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN) criou um painel visual para monitorar a situação da covid-19 na indústria local. A partir de um banco de dados do Serviço Social da Indústria (SESI), que vem realizando testes da doença nos funcionários, é possível acompanhar pelo painel, em tempo real, o número de casos e pensar em ações e protocolos de segurança para reduzir o contágio pelo novo coronavírus.
 
O monitoramento pode ser acompanhado pelo portal “Mais RN”. A estratégia com o painel, segundo o assessor técnico de Economia e Pesquisa da FIERN, Pedro Albuquerque, é preparar o estado em relação ao número de leitos em hospitais e ao deslocamento de pacientes, por exemplo. “O que nossos estudos fazem é apontar um norte ao estado, permite planejar com base em dados. A única forma de frear a curva de contágio é o isolamento social”, alerta.
 
Desde abril, o SESI vem realizando testes rápidos nos trabalhadores industriais por meio do programa +Diagnósticos. O serviço é oferecido em todo o estado, a partir da demanda da empresa, e ocorre em três etapas: triagem, teste e laudo médico.
 
Os testes rápidos são realizados nos funcionários que apresentam pelo menos dois dos seguintes sintomas: dor de garganta, tosse, febre, dificuldade para respirar. Em caso de resultado positivo, o funcionário é afastado do trabalho e encaminhado a um médico do trabalho para emissão de laudo por meio da telemedicina. 
 
Até 25 de maio, já tinham sido realizadas quase 900 triagens em 28 empresas. Desses funcionários, 739 precisaram fazer o teste e 724 testaram duplo negativo (quando o paciente não foi exposto e nem apresenta o vírus).
 
“Os técnicos do SESI se dirigem às indústrias, fazem uma triagem dos trabalhadores, coletam informações como histórico, sintomas e exposição, e alguns desses são orientados a realizarem o teste para IgM e IgG”, detalha Pedro.
 
Os resultados positivos, explica Albuquerque, são identificados a partir da presença de hemoglobinas no sangue (IgM e IgG) que indicam o nível de defesa. No caso de IgM positivo, o paciente está com o vírus e o IgG aponta uma defesa de memória, indicando que teve o vírus, mas que já está curado.

As testagens foram feitas em Mossoró (375), Natal (256) e Parnamirim (56). Na indústria, os casos se concentram na faixa etária entre 25 e 44 anos de idade.
 
SESI realiza testagem do novo coronavírus em funcionários da indústria potiguar
 
“Nós acompanhamos os indicadores do dia a dia, mas nossas conclusões são retiradas apenas quando consolidamos os dados da semana e fazemos o paralelo com o total de testagens realizadas”, pontua.
 
Segundo o representante do SENAI, as fontes oficiais para a coleta dos dados são os boletins diários da Secretaria de Saúde e uma plataforma recém-lançada chamada “RegulaRN”, que criou um sistema que acompanha em tempo real os leitos em todo o estado. “Nós cruzamos essas informações e vamos mantendo atualizada nossa plataforma.”
 
Economia
O painel também vai ajudar o estado a se preparar para a retomada econômica durante a após o período de pandemia. De acordo com Pedro Albuquerque, os dados coletados de abril a cinco de maio permitiram que a FIERN lançasse o Plano de Retomada Gradual da Economia.
 
“Observamos que mais de 200 mil pessoas estão com dívidas em atraso e houve 70% a mais de procura pelo seguro desemprego, se comparado ao mesmo período do ano passado”, compara o assessor. Os dados revelaram ainda que mais de R$ 100 milhões deixaram de circular, por dia, só na capital.  
 
“Acompanhando os dados da saúde e da economia, percebemos que há uma necessidade de duplo esforço. Planejar o gerenciamento de crise dos leitos, mas também, começar a pensar como vamos superar o desafio econômico”, avalia.
 
A partir dos dados do painel e com o plano de retomada, Pedro detalha quais os próximos passos para o estado potiguar. “Queremos iniciar blitz educativas nas principais vias das cidades com mais de 100 mil habitantes, planejar o uso dos nossos testes em estoque e continuar com o maior esforço na abertura e gerenciamento de novos leitos”, completa.

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