Foto: CNI
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MT: SENAI fabrica cápsula de proteção para evitar disseminação do novo coronavírus em hospitais

Ainda em teste, equipamento pode reduzir tempo de internação de pacientes da covid-19 e a necessidade de encaminhamento à UTI

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Para auxiliar no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus, o SENAI construiu e entregou, para hospitais de Cuiabá, quatro protótipos de cápsulas para isolamento individual de leitos. Ainda experimentais, os equipamentos podem reduzir o tempo de internação de pacientes com covid-19 e a necessidade de encaminhamento à UTI. A inovação também serve de proteção aos profissionais de saúde envolvidos no tratamento.

A estrutura da cápsula é composta de tubos de PVC, uma capa de vinil transparente e equipada com filtro de ar, que é ligada à cama do hospital. O equipamento de proteção é posto da cintura para cima do paciente e tem acessos laterais para que profissionais de saúde possam manipular a pessoa doente. Feitas por uma equipe composta por quatro pessoas, cada cápsula levou em média 12 horas para ficar pronta. 

“Sabemos que o mundo inteiro busca alternativas para reduzir contágio da covid-19 nos hospitais, para proteger um pouco mais os profissionais da área de saúde e para buscar tratamentos mais eficazes e menos onerosos para os pacientes. Ao que parece, essa cápsula pode proporcionar todos esses elementos”, ressalta o presidente do Sistema Federação das Indústrias de Mato Grosso, Gustavo de Oliveira.

“Com o confinamento do ar que o paciente respira – a única possibilidade de saída do ar por um filtro de alta eficiência –, nós podemos, com inovação, dar resposta prática ao gigante desafio de saúde do mundo todo”, completa Oliveira.

Dos quatro equipamentos produzidos até o momento, dois foram destinados ao Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), um para o Hospital Estadual Santa Casa e outro para Hospital Universitário Júlio Muller.

“Não entendemos ainda o quão isso vai influenciar no tratamento da covid-19, mas é uma coisa é muito clara: essa cápsula protege o profissional de saúde. Além de todo o envolvimento técnico que tem, a gente está salvando vidas”, afirma Helton Reis, gerente do SENAI de Várzea Grande, unidade responsável pela fabricação das cápsulas. 

O equipamento pode permitir a permanência de pessoas infectadas com coronavírus em leitos regulares, sem necessidade de isolamento. Caso haja efetividade nos resultados, o SENAI está preparado para produzir novas cápsulas de oxigenação. O custo de fabricação é de R$ 500 por unidade.


Modelo

O modelo do equipamento foi desenvolvido por uma empresa de mercadorias hospitalares de Manaus, a Somel. O projeto foi disponibilizado na internet para quem quiser produzir.

A secretaria estadual de Saúde e a secretaria municipal de Cuiabá demonstraram interesse no produto. Foi daí que o SENAI passou a estudar o projeto da Somel, incorporou aprimoramentos e entregou duas cápsulas de oxigenação a cada órgão.

“Vimos que era possível fazê-la aqui. É uma cápsula com materiais que a gente encontra no mercado comum. Tem um filtro específico que a Santa Casa (hospital) nos forneceu”, ressalta Helton Reis.
 

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