Foto: divulgação
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Indústrias baianas se reinventam em meio à pandemia e buscam alternativas para driblar crise

Com apoio da FIEB, empresas de vestuário de Salvador e de Feira de Santana, antes consideradas rivais, se uniram para confeccionar máscaras

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A crise gerada pelo novo coronavírus mostrou que a união pode fazer toda a diferença. É o que se viu nas indústrias baianas, que mesmo em meio a entregas paradas e atividades suspensas, se reinventaram e têm conseguido se recuperar. Entre os setores mais atingidos no estado, está o de mineração e o de vestuário.
 
Uma das empresas que precisaram repensar estratégias de venda e de consumo foi a Unigel, que, após o anúncio de pandemia, precisou se adaptar a novas tendências de mercado. Duas das três unidades da indústria do setor químico e petroquímico foram afetadas, devido à falta de competitividade no exterior – em alguns países, foi decretado o lockdown (isolamento total). Mudando o foco das linhas de produção, as fábricas operam hoje com 100% da capacidade e montam placas de acrílico para isolamento em supermercados e comércio em geral. 

Segundo o superintendente da Federação das Indústrias da Bahia (FIEB), Vladson Menezes, esse é um exemplo prático de como as empresas driblam a crise e preservam empregos. 
 
“Estamos trabalhando para estimular os setores que têm condição de fazer a reconversão produtiva, no sentido de adaptar a produção para o combate à pandemia. Temos sido bem-sucedidos”, aponta.


 
Na indústria de vestuário ocorreu algo semelhante. Com o fechamento dos comércios, as lojas deixaram de lado a confecção de roupas e viram na fabricação de máscaras uma oportunidade de produção e de geração de renda. Empresas antes consideradas rivais no mercado se uniram nesse momento contra a covid-19. “Isso tudo mostra que o empresário pode se adequar e continuar colaborando no combate à doença”, elogia Menezes.
 
Nos dois maiores polos do setor, as maiores empresas de Salvador e de Feira de Santana passaram, juntas, a confeccionar máscaras. O resultado da parceria foi mais de quatro mil empregos preservados e o apoio irrestrito a quem está na linha de frente em unidades de saúde. “Essa união é importante porque permite que elas negociem com fornecedores conjuntamente, conseguindo preços menores e, com isso, atendam melhor a população”, explica o superintendente da FIEB.
 
Vladson Menezes ainda vê com cautela a retomada do crescimento econômico, mas admite que o problema não é exclusivo do estado. “A economia parou por cerca de dois meses, então pode ser que ainda demore um pouco para a retomada de atividades em vários setores. O processo não será fácil, mas há um trabalho a ser feito. E, para isso, é preciso articular medidas de apoio à indústria, no sentido tributário, de fortalecimento das cadeias produtivas para evitar dependência externa”, sugere.
 
Em um gesto de solidariedade para minimizar os impactos da pandemia, as indústrias baianas também têm ajudado quem mais precisa nesse momento. Empresas do setor de mineração e de vestuário doam equipamentos de proteção individual, respiradores hospitalares, álcool em gel, termômetros e cestas básicas a hospitais e a pessoas em situação de vulnerabilidade social.
 

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