Brasil
03/05/2019 15:29h

Pesquisa mostra que 95% das empresas industriais preferem contratar alunos do Senai para cargos técnicos. Ao todo, 80% dos alunos da instituição são das classes C, D e E

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O ensino técnico e profissional tem aberto portas para jovens de baixa renda terem um ofício e ampliarem suas chances de ingresso no mercado de trabalho. Dados do Sistema Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) mostram que 64,5% dos trabalhadores que realizam cursos técnicos na instituição, ao procurarem emprego, conseguem uma colocação em até 12 meses após a conclusão do curso.

Os números mostram ainda, no caso de profissionais com formação técnica, 95% dos industriais preferem contratar alunos do Senai. Esses dados são significativos por que 80% dos alunos do Senai são das classes C, D e E. Para especialistas, os profissionais saem dessas escolas não apenas com competências específicas para atuar na indústria, mas também com alto nível de empregabilidade.

Joaquim Lago tem 24 anos e é um dos casos de sucesso do trabalho do SENAI em Roraima. Aos 19 anos, ele saiu do ensino médio e decidiu fazer o curso de mecânico de automóveis, e hoje conta com alegria que está empregado em uma concessionária de Boa Vista.

"Fiz um ano e dois meses de curso. Aí, quando eu saí, eu fui atrás de emprego na área de mecânica. Hoje em dia, eu consegui emprego na área que eu queria e estou muito feliz lá onde eu estou trabalhando"

O SENAI, ao lado do SESI, é uma das nove instituições que compõem o Sistema S. Esse sistema atua prioritariamente nas áreas de educação básica, ensino profissionalizante, saúde e segurança do trabalho e qualidade de vida do trabalhador.

Nível de países avançados

Para o economista e especialista em educação Cláudio de Moura e Castro, as escolas do SENAI possuem praticamente o mesmo nível de qualidade das instituições de países avançados.

“Por quase 15 anos, trabalhei na OIT [Organização Internacional do Trabalho, no Banco Mundial e no BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento], visitei dezenas de escolas profissionais nos países em desenvolvimento. Não vi nenhuma escola de país em desenvolvimento que chegasse próximo das escolas do Senai. Pelo contrário, estas escolas estão praticamente no mesmo nível das escolas que a gente admira nos países avançados”, afirma Moura e Castro.

Para a diretora do centro de excelência e inovação em políticas educacionais da Fundação Getulio Vargas (FGV), Claudia Costin, o aprendizado acumulado pelo Senai ao longo de sua história deveria servir de modelo para as secretarias estaduais de educação.

“Creio que o aprendizado acumulado pelo Senai poderia ser repassado com grandes vantagens para secretarias de educação dos estados para que a gente pudesse ter um ensino médio com a mesma qualidade institucional que o Senai conseguiu construir”, afirma Claudia.

Oportunidade única

Segundo a especialista, há exemplos internacionais, como o das escolas secundárias da Coreia do Sul, em que a indústria se uniu ao governo, em parcerias público-provadas, na gestão de cursos de ensino médio com o objetivo de aumentar a empregabilidade dos jovens. “O Senai é exemplo e seria uma pena perder todo esse aprendizado acumulado pelo Senai”, diz Claudia.

Para Victor Teles, gerente-executivo da Festo Didactics, empresa de treinamento e consultoria do segmento industrial, o tipo de ensino oferecido por instituições como o SENAI causa um importante impacto social na população, uma vez que grande parte dos alunos destas redes “são oriundos das classes C e D”.

“Em inúmeros casos, é a oportunidade da vida dessas crianças e adolescentes que encontram no SESI e no SENAI o nível de ensino com o qual suas famílias jamais poderiam arcar”, analisa. “Além disso, [essas instituições] cumprem papel fundamental para preparação de mão de obra especializada e diferenciada para indústria. Além desse ponto fundamental para o aumento da produtividade e consequentemente da competitividade da indústria brasileira no mercado internacional”, ressalta Teles.

As escolas do Sistema Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) já capacitaram mais de 76 milhões de trabalhadores em 28 áreas da indústria desde a sua criação, em 1942. O Senai realiza mais de 2,3 milhões de matrículas anuais, por meio de 541 unidades fixa e 452 móveis em todo o Brasil.
 

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Podcast
23/04/2019 18:31h

Ilha de Vera Cruz conversa com Modesto Carvalhosa sobre a crise no STF

O Brasil vive uma crise institucional. Não há mais como negar. E o protagonista da instabilidade é justamente a instituição que tem a função de proteger a Constituição, que é o Supremo Tribunal Federal.

Um ato de censura aplicado pelo Supremo Tribunal Federal à revista Crusoé nesta semana causou forte repercussão na opinião pública, gerando muitas críticas aos ministros Alexandre de Moraes e Dias Toffoli. Para comentar toda essa conturbada situação, o Ilha de Vera Cruz conversa com o jurista Modesto Carvalhosa.

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Produção: João Paulo Machado e Bruna Goularte

Trabalhos técnicos: Fabrício Lázaro e Rafael Santos

Capa: Sabrine Cruz

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Podcast
22/03/2019 19:25h

Episódio dois do podcast Ilha de Vera Cruz destrincha visita do presidente Jair Bolsonaro aos Estados Unidos.

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Em 2016, os eleitores republicanos saíram às ruas para comemorar a vitória de Donald Trump nas eleições gerais do país. Além de faixas e bandeiras, eles vestiam camisetas com expressões como, por exemplo, “drain the swamp” ou limpe o pântano, em referência a corrupção de Washington.

Dois anos mais tarde, em 2018, no Brasil, as cenas pareciam se repetir. Eleitores conservadores comemoravam a vitória eleitoral de Jair Bolsonaro com bandeiras e camisetas com as inscrições “acabou a palhaçada” e “é melhor jair se acostumando”. Assim como no caso norte-americano, as frases faziam referência à corrupção da classe política.

Mas as coincidências e similaridades entre Bolsonaro e Donald Trump não se restringem apenas ao discurso anti-establishment. Os presidentes de Brasil e Estados Unidos são nacionalistas; são críticos ferozes de políticas de esquerda; militam contra o globalismo e são acusados por adversários de adotarem posicionamentos xenófobos, machistas e contra minorias.

Para entender mais sobre o encontro dos dois governantes, conversamos com o Cientista Político e especialista em Relações Exteriores Creomar Souza sobre o assunto.

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Política
18/03/2019 17:35h

Entenda os choques entre os núcleos militar e ideológico do governo Bolsonaro.

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Formado, essencialmente, por três núcleos: político, militar e ideológico, o governo Bolsonaro vive um momento de choque, disputas e divergências internas. Os desentendimentos ocorrem especialmente entre as facções militar e ideológica. As brigas entre os grupos se espalharam por diversos ministérios, como o das Relações Exteriores, da Justiça e Segurança Pública e principalmente da Educação. Em todas essas pastas uma coisa é comum: a extensa lista exonerações e rebaixamentos de servidores. A desavença é tamanha que até mesmo o papel do vice-presidente, general Hamilton Mourão, é criticado por outros membros do governo. Para tentar entender tudo isso, o professor e cientista político Leonardo Barreto, comenta sobre esse grande bate-cabeça.

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Produção: João Paulo Machado e Buna Goularte

Áudio Design: Fabrício Lázaro

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