Foto: Divulgação
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Alunos de Bayeux (PB) disputam título nacional de robótica com lixeira que produz gás natural

Equipe “Criadores do Amanhã”, do SESI local, conseguiu produzir a substância a partir de restos de comida

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Com um projeto que transforma lixo em energia, os alunos do SESI de Bayeux dão continuidade, a partir desta sexta-feira (6), em São Paulo, à trajetória em busca do título brasileiro do Festival SESI de Robótica. A equipe “Criadores do Amanhã” garantiu vaga na etapa nacional da competição com o primeiro lugar na categoria “Core Values” e a quinta colocação geral na seletiva disputada no mês passado, no Espírito Santo.

Para desenvolver a ideia, os alunos tiveram inspiração em soluções que deram certo fora do Brasil. “Eles se basearam em uma lixeira que é usada em Israel para gerar biogás. Pesquisaram como era o processo de transformar lixo orgânico, como resto de comida e casca de fruta, em gás metano”, explica o professor Wendel George de Carvalho, treinador da equipe.

Os alunos desenvolveram um protótipo para testar se a lixeira funcionava e usaram restos de alimentos e esterco de vaca para fazer a compostagem. Em três dias, a lixeira já produzia uma quantidade aproveitável de gás natural. A estudante Eloísa Guedes, de 15 anos, explica que a ideia é queimar o gás para produzir eletricidade, que vai alimentar os postes de iluminação pública da cidade.

Eloísa conta que os alunos tiveram que se superar para expor o projeto na capital capixaba, durante a seletiva. “A gente não pôde levar nosso protótipo no avião porque o gás metano é inflamável. Pensamos que talvez os juízes não gostassem do projeto porque não poderiam ver que ele é funcional”, conta.

A saída encontrada foi criar um vídeo mostrando cada detalhe do projeto. “A gente mostrou a garrafa com esterco, a garrafa com água e o sensor de gás, mostrando que o projeto realmente estava funcionando”, acrescenta a jovem.

Na hora de explicar os detalhes do projeto, a equipe ainda inovou ao fazer a demonstração em forma de um musical. E na categoria “Core Values”, o grupo utilizou uma referência de sua própria região: falaram da competição com por meio de uma poesia de cordel.

A competição

O Festival SESI de Robótica, que é o maior campeonato de robótica do Brasil, reunirá 100 equipes de todo o Brasil, formadas por estudantes de 9 a 16 anos, na categoria FIRST LEGO League, que utiliza robôs Lego para enfrentar os desafios desta temporada. A ideia é promover disciplinas, como ciências, engenharia e matemática, além da sala de aula. Este ano, os competidores terão que apresentar soluções inovadoras para melhorar, por exemplo, o aproveitamento energético nas cidades e a acessibilidade de casas e prédios.

O diretor de Operações do Departamento Nacional do SESI, Paulo Mól, ressalta que a elaboração dos projetos estimula a autonomia e o trabalho em equipe e contribui para a formação profissional dos alunos. “A questão do empreendedorismo é a base de todo o processo. Nesse torneio, uma das avaliações que é extremamente importante é a capacidade de empreender, de buscar coisas novas, de fazer com que o produto seja desenvolvido”, atesta.

Arte: Ítalo Novais/Sabrine Cruz

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